Certo dia, um cliente especial marcou um procedimento noturno na clínica e alguns funcionários tiveram que trabalhar até mais tarde. Às seis da tarde, Anne estava prestes a comer o pão que havia preparado, quando seu celular tocou. Ela viu o identificador de chamadas e atendeu dizendo:― Vou trabalhar até tarde, hoje. ―― Eu sei! É por isso que te trouxe um jantar decente e, espero, delicioso. ― Anne caminhou até a recepção e viu Tommy sentado, esperando por ela. Mesmo tendo ficado lisonjeada, a jovem sempre se lembrava das palavras de Anthony e arrepiava, por isso, se aproximou, dizendo:― Eu já não disse que você não precisa me trazer comida? ―Tommy sorriu, segurou a mão da jovem e a puxou para mais perto, enquanto dizia:― Disse! Mas... Não é pra trazer, nem uma vez? ― Quando ele a tocou, ela estremeceu e sentou-se, impotente, enquanto olhava o capricho com que a comida tinha sido escolhida para satisfazer seus gostos. Sentindo-se impotente, Anne perguntou:― Por que você é tão l
Quando a chamada foi atendida, Anthony olhou para Anne, com ódio crescente.A jovem respirava pesadamente e seu rosto era uma máscara de pavor e desespero. Ela sentia tanto medo que sua expressão chegava a ser de dor. Mesmo assim, ela rezou para que Anthony não descobrisse sobre seus filhos. De jeito nenhum!― Alô, Anne? Por que você desligou? ― Nancy perguntou.Anthony não pareceu gostar da voz da mulher e com os olhos, sinalizou para que Anne respondesse.― Estou... bem. Estou prestes a ir para casa! Eu estava ligando para avisar que não poderei voltar tão cedo. Mas, que você pode ficar tranquila que eu vou te pagar, assim que puder! ― Anne disse, com a voz trêmula.― Oh, minha querida, dinheiro não é importante. É só que minha saúde está piorando a cada dia e sinto tanto sua falta... ―Anne ficou chocada com a atuação de Nancy:― Também sinto sua falta. Vou tentar voltar mais cedo, eu... ―Antes que ela pudesse terminar a frase, Anthony desligou.― Desista desse pensamento! ― Ele nã
Anne tinha consciência do motivo pelo qual seria punida. Ela e Tommy tinham se tornado pessoas próximas e ele era um Marwood. Mas, era injusto, afinal, se eles tinham se reaproximado, não era culpa dela. No entanto, também não era culpa de Tommy.Com uma voz poderosa, Anthony exigiu:― Levem-na para o quarto do cliente! ― Dois seguranças, que a jovem nem tinha notado, até então, caminharam em sua direção e Anne tremeu de medo.Vendo que Tommy pretendia ajudá-la, outro segurança barrou seu caminho, impedindo que se aproximasse.Um segurança agarrou Anne pelo braço e, muito assustada e reativa, a jovem começou a gritar e chutar os joelhos do segurança:― Tire as mãos de mim! Eu não quero ir! O segurança, que nunca tinha visto Anne acuada, não esperava que uma jovem de aparência tão frágil e inocente, tivesse tanta energia e, sentindo as explosões de dor nas pernas, soltou o aperto. Entretanto, nesse momento, as costas de Anne se chocaram com o braço de Anthony, que segurava uma taça de
Tommy ficou indignado:― Eu não quero ver você maltratando Anne! Ela é inocente! ―― Para mim, ninguém é inocente! ― Anthony disse friamente.No segundo andar do bar, Anne foi empurrada para um quarto e a porta foi trancada por fora. A jovem forçou o trinco, sem sucesso, antes de perceber que havia alguém atrás dela e se virar. Um homem saia do banheiro. Ele não vestia nada além de uma toalha enrolada na cintura, exibindo sua barriga protuberante e seu tórax de peitos caídos.Percebendo que a jovem tinha finalmente chegado, seus olhos brilharam. O traje de enfermeira que Anne vestia despertou os instintos mais perversos do homem, que comentou:― Eu não esperava que eles tivessem uma mulher com tanta beleza, no cardápio. Não é de admirar que a assinatura me tenha custado cinco milhões de dólares. ―Anne ficou chocada, quando se apoiou na porta, ainda forçando a maçaneta:― Não. Não se aproxime! Eu não trabalho aqui. Fui sequestrada! Estou aqui contra minha vontade, não me toque! ―― Par
Anne parou e se virou para olhar Tommy, com os olhos marejados:― Eu me lembro e sou muito grata. Mas preciso cuidar de mim. Além disso, a pessoa que comprou esta clínica foi Anthony. ― Tommy foi pego de surpresa e disse:― Ele? Como? ― ― Não importa, mas não é seguro que você venha aqui. ― Anne desviou o olhar e saiu da sala de visitas.Tommy ficou paralisado, ele não poderia aceitar aquela verdade. Afinal, se foi Anthony quem comprou a Clínica estética, então ele também era o responsável pelo Grupo Arquiduque. Tommy nunca teria aceitado que seu primo pudesse ter se tornado uma pessoa tão poderosa que lideraria um grupo tão forte quanto o Arquiduque.Mas, tudo fazia sentido. A razão pela qual Anne não queria que Tommy a visitasse era impedir que acontecesse outro confronto entre Tommy e Anthony. Afinal, aquela seria uma batalha perdida, pois não havia sentido em lutar contra o Grupo Arquiduque. Além disso, ela não queria colocar Tommy em uma situação difícil. Assim que ela conseguis
Anne sabia que Anthony nunca a deixaria ir, a menos que estivesse morta.― Anne, venha à minha casa para o jantar especial de amanhã! ― disse Sarah.― Jantar especial? ―― Você não se lembra mais do dia do meu aniversário? Eu nunca esqueci do seu aniversário, mas você esqueceu do meu! ― Sarah esfregou o nariz de Anne com amor. Mas, Anne se encolheu. Como ela poderia ir? Anthony tinha deixado claro que não queria que ela entrasse em contato com a família Marwood, especialmente sua tia. No entanto, seria cruel da parte dela não comparecer ao aniversário de Sarah.― Não se preocupe, será apenas um jantar em casa. Só eu, você e seu tio. Anthony não virá à nossa mansão. Você pode ir para casa depois e ninguém jamais saberá. ―Anne tinha sido convencida:― Você está certa, eu vou ― ela não tinha como recusar sua tia.Parecia um evento simples e seleto. Não tinha como Anthony descobrir.No dia seguinte. Anne trabalhou, como de costume, sem nenhum incidente. Voltou para o apartamento e tomou
― Querida, você viu quem é? ― Ron se aproximava da sala quando viu Anthony chegando à porta. Seu filho não pisava naquele cômodo desde que tinham cortado os laços ― Anthony? ― Ele falou, com a voz fraca.Entretanto, dois seguranças forçaram a entrada com tanta violência que, em sua passagem, quase derrubaram Sarah, que estava parada à porta. Ela só não caiu porque Ron tinha tido reflexos rápidos e conseguido segurá-la.― Anthony, o que você pensa que está fazendo? ― Ron perguntou, com uma voz áspera de desagrado.Anthony ignorou a pergunta e entrou, olhando para a sala, com um olhar frio e sinistro. Como não encontrou Anne, caminhou até a sala de jantar, onde havia uma refeição farta. Entretanto, havia apenas dois pratos, dois copos e dois jogos de talheres.Um dos seguranças, se aproximou dele e relatou:― Senhor, não encontramos mais ninguém. ―Anthony estreitou seus olhos afiados e perigosos, pegou o telefone e verificou. Então, seus lábios se curvaram em um sorriso cruel, enquanto
Anne respondeu confusa:— Como assim? Eu estava bem aqui. Acabei de sair do banho, vim para a sala e me deparei com você chutando minha porta! — A jovem realmente parecia ter acabado de tomar uma ducha, afinal, ela estava de pijamas e tinha os cabelos molhados. Aproveitando do silêncio de Anthony, ela aproveitou para pressionar, desconfiada: — Aliás, como você sabe onde eu moro? — Anthony ficou furioso por não ter pego Anne no flagra, como pretendia, então, deu um passo à frente e puxou o cabelo dela, com força.— Ahhh! — A jovem gritou. — Você está mentindo pra mim? — — Não! Ai, está doendo! Para com isso! — Anne nunca admitiria que tinha ido à mansão Marwood, pois achava que morreria se Anthony soubesse. — Se você não confia em mim, pode checar a câmera de segurança da portaria! Eu não saí de casa, desde que cheguei do trabalho! — — Você está brincando comigo? — Anthony pressionou o queixo da jovem com tanta força que deixaria marcas. Anne conteve a dor e gemeu de dor. —Vo