Depois de alguns segundos de silêncio, com Anthony observando Anne encolhida e magoada, seus olhos negros brilharam de interesse e ele perguntou: ― Onde você quer ir? ― Ele perguntou. Anne ficou atordoada. Ele estava realmente perguntando a ela? Desde que tudo aquilo tinha começado, não era sempre ele quem decidia tudo? Anne nunca pensou que ouviria Anthony fazer uma pergunta qualquer. Ele era um homem mal-humorado e instável e era realmente difícil entendê-lo. Vendo que a jovem não respondia, Anthony instruiu o motorista:― Vá para o hospital. ― Desde que Anne era uma garotinha, ela nunca precisou ir ao hospital por causa de cólicas menstruais. Afinal, nunca tinha sido tão doloroso quanto agora. Eles foram para o hospital e foram atendidos por Kathryn. Anne sentou-se e recebeu mais uma pontada forte que roubou as cores de seu rosto. Então, Kathryn perguntou:― O que você está sentindo? ― ― Cólicas menstruais. ― Kathryn ficou surpresa e olhou para o homem sent
― Ai... ― A pontada aguda da cólica fez Anne franzir a testa e se afastar um pouco, apoiando as mãos nos ombros largos de Anthony. Então, ela contorceu o rosto uma segunda vez, respirou fundo e falou ― Olhe para mim, agora, não vou estragar o clima para você? ― Anthony trincou os dentes e seu rosto ficou morbidamente branco. Ele passou a ponta dos dedos sobre seus lábios macios de Anne e disse:― É realmente decepcionante ― então, aproximou o lábio contra o ouvido da jovem e disse ― fica para a próxima ― mas, depois de falar, ele mordeu a orelha dela com força. ― Hmm! ― Anne sentiu o corpo tremer, com a dor súbita, e a dormência se espalhou por todo o corpo. Pouco tempo depois, o carro parou e Anne saiu. Ela estava de volta ao prédio antigo, seu novo lar. A jovem não se preocupou com o trabalho, afinal, desconfiava que, mesmo se faltasse um mês inteiro, ainda assim, receberia o salário integral.No entanto, estava curiosa para saber como Zelda havia sido tratada. Se ela real
― Que coisa mais rara ver a falta de confiança da Madame Newman em si mesma... ― A boca de Lucas se curvou, escondendo um sorriso. ― Mas, o culpado é você por não me passar uma visão clara da situação, meu filho. Além disso, ela chamou você de 'diretor'. O que isso significa? Que vocês dois ainda não estão juntos!? Qual é a relação entre vocês? ― Enquanto Lucas tentava aplacar a revolta da mãe, no celular, com Anne, Lilian se desculpava:― Sinto muito, Anne. Surgiu um imprevisto e talvez precisemos mudar o jantar para outro dia. Você já chegou? ― Anne não queria colocá-la em uma posição difícil. Afinal, isso poderia acontecer com qualquer um. Então, ela disse:― Ainda não cheguei. Não se preocupe comigo, vá cuidar das suas coisas, fique tranquila. ― Porém, após desligar, Anne ficou um pouco envergonhada por ter que ir embora sem comer nada, mas, se ficasse, o preço de uma refeição seria muito alto para ela pagar. Anne, então, voltou para se despedir de Lucas e da mãe:
― Então, só resta a opção de ter sido um crime aleatório, mas acho que a possibilidade é muito pequena. Sua mãe não era a única pessoa no Jardim Municipal, então por que a atacaram? Este caso é bem mais complicado do que pensamos... ― Lucas disse, balançando a cabeça. Mas, os olhos de Anne eram firmes:― Não importa o quão complicado seja, devo encontrar o assassino, de qualquer maneira. ― ― Sim, isso vai acontecer, não se preocupe. ― O carro chegou ao portão de onde Anne morava. ― Obrigada pela carona. ― Lucas levantou o pulso para ver a hora e disse:― As crianças devem estar a caminho, neste momento. ― ― Sim. Vou entrar em casa, então. Boa noite. ― Anne abriu a porta do carro e se virou para sair do carro. Mas, algo apertou seu peito e ela descobriu que o cinto de segurança ainda estava preso. Ela corou. Lucas olhou para ela e reprimiu um sorriso. Seus olhos adquiriram um brilho suave. Anne saiu do carro e fechou a porta e Lucas abaixou a janela, se despedi
Anne ainda estava completamente atordoada quando Anthony soltou seu rosto, deu um passo para trás, a encarou, ameaçadoramente, com seus olhos negros afunilados como os de um predador e, sem falar nada, virou e entrou no carro.A jovem ainda olhava para o carro, pensando se deveria ou não dizer alguma coisa, quando o sombrio e agourento Rolls Royce preto passou por ela, que estava parada, como um pedaço de madeira. Somente quando o carro virou a esquina é que a sensação sufocante começou a passar e a jovem voltou a si. No entanto, o medo profundo em seu coração não desapareceu. Ela não entendia por que Anthony a deixaria ir tão facilmente. Mas, sabendo que, mais uma vez, seus filhos tinham escapado, decidiu deixar o medo ir embora. O que o demônio poderia usar para ameaçá-la, de qualquer maneira? Ou será que ele pretendia cancelar o acordo de meio ano? Mas, tudo bem. Para ela, tal ameaça sempre estaria presente em qualquer hora e qualquer lugar. O temperamento visceral de Anthony e
Depois de dar banho nas crianças, Anne saiu do quarto e pegou o celular na mesinha de centro, para verificar a localização de Anthony. Ele não estava na empresa, nem na Curva, mas não tinha saído da cidade. Ele deveria estar à procura de entretenimento.Com o status de Anthony em Luton, ele poderia ter qualquer diversão que quisesse. Afinal, até mesmo quando não estiva interessado, outras pessoas batiam em sua porta. Para Anne, não importa o que ele procurava, para ela estava bom, desde que ele não viesse incomodá-la.Anne realmente tinha medo de que Anthony enlouquecesse, e voltasse a procurá-la, ainda naquela noite. Afinal, seria difícil fazê-lo ir embora. Na área boêmia do centro da cidade, Anthony entrou em um bar sofisticado. Sua aparência era sombria e mal-humorada.O recepcionista, com uma aparência responsável e inteligente, logo se postou ao lado de Anthony, dedicando atenção, mas sem ser invasivo. Afinal, o magnata exalava uma aura tão ameaçadora que desagradá-lo não pa
― Infelizmente, a presença da Senhorita será necessária. ― Anne sentiu que algo estava errado:― Por quê? O que aconteceu? ― ― Você conhece Lucia, da clínica? Ela esbarrou no Senhor Marwood no bar. Se você não vier... ― Oliver deixou que a frase fosse completada pela imaginação. Mas, funcionou. Anne percebeu a seriedade do assunto. Ela nunca tinha visto ninguém que pudesse sair ileso depois de provocar Anthony e Lucia tinha sido a única que ficou ao seu lado, dentre as colegas da clínica. Como ela poderia fechar os olhos? ― Se você concordar, enviarei alguém para buscá-la, imediatamente. ― Disse Oliver. ― Não, apenas me dê o endereço. ― Anne, desligou o telefone, olhou para as três crianças dormindo profundamente na cama e cobriu a barriga de Charlie com um cobertor. Ela os deixaria em casa. Afinal, não acordariam tão rápido, já que tinham acabado de adormecer. A única coisa que ela temia era que eles acordassem com fome, no meio da noite, e não a encontras
Anne olhou para ele e, embora suas pupilas tremessem de medo, ela não mexeu um músculo, até que, depois de algum tempo sem resposta, a jovem perguntou:― Você bebeu além da conta? ― Era verdade que Anthony bebia muito, mas não parecia bêbado como os outros. Ele ainda parecia real e elegante. Então, o olhar de Anne caiu sobre os lábios finos e úmidos de Anthony e inclinando sobre o magnata, ela gentilmente tocou e esfregou a boca contra a dele. O homem não reagiu e a jovem achou que aquela era uma reposta positiva, afinal, não tinha sido afastada. Então, em uma investida um pouco mais extensa, a jovem o beijou por mais tempo, até ficar sem fôlego. No fim, pressionou os lábios contra o canto dos lábios dele e perguntou:― Eu te fiz uma promessa. Você pode deixá-la ir? Eu nem sempre ouvi você e admito isso, mas você pode me perdoar desta vez? ― Anthony apertou o queixo delicado da jovem:― Tem certeza que isso não vai se repetir? ― ― Daqui pra frente! Os erros anter