Anthony passou a noite no apartamento de Anne e, quando finalmente foi embora, a jovem passava mal, querendo saber o que tinha acontecido entre sua mãe e Sarah. Por isso, decidiu que resolveria aquela questão, antes de qualquer outra coisa e pediu dispensa do trabalho. Afinal de contas, independentemente do que fizesse, sua reputação na clínica era quase nula, que diferença faria mais um dia?A primeira coisa que fez, foi ligar para Cheyenne, mas o telefone estava desligado, então, com um arrepio nas costas, a jovem percebeu a gravidade da situação. Desesperada, a jovem ligou para a creche, mas sua mãe não estava lá e os bebês tinham passado a noite ali.Não importa o quão chateada Cheyenne pudesse ter ficado com a perseguição de Sarah, ela não faltaria à escola logo no segundo dia, afinal, ela parecia tão feliz quando conseguiu o emprego que não era possível já ter desistido.Então, Anne correu para a escola para perguntar ao guarda sobre o ocorrido. O homem não tinha ouvido falar
A sensação ruim em suas entranhas simplesmente não ia embora. Era como uma certeza de que algo muito ruim tinha acontecido e, seu desespero era tão palpável, que o policial se sentiu compelido a ajudar e pediu para um colega conseguir as imagens que a jovem pedia. A imagem, de fato, mostrava o carro de Sarah passando. Mas, ele não parava e dobrava uma esquina. ― Por que não consigo ver o carro depois disso? ― Ela perguntou. ― Não há câmeras lá... ― O oficial falou, um pouco preocupado. Ela se sentiu impotente, pois, isso significava que ela não conseguiria ver o momento em que sua mãe saiu do carro ou para onde ela havia ido depois disso. Embora eles tivessem visto o carro de Sarah aparecendo em outro ponto da rua, havia vários becos ao longo do caminho com pouca ou nenhuma câmera, então não havia como ela investigar mais. ― Apenas espere. Talvez ela já esteja de volta... ― Disse o oficial. As palavras do policial acenderam a esperança dentro dela e ela pensou consigo m
Anne se agachou e acariciou as cabeças dos bebês, sem saber como poderia explicar o que havia acontecido porque queria que seus filhos vivessem suas vidas livres de preocupações. ― Não vamos sair para brincar. Só vim aqui para ver vocês. Tenho trabalho hoje à noite e a vovó não pode vir também... ― Os trigêmeos fizeram beicinho, em resignação e, oprimida pela culpa, Anne acrescentou:― Assim que terminar tudo, vou levar vocês para brincar. ― Um menino se aproximou de Anne e perguntou:― Senhorita, eles vão passar a noite na escola comigo? ― Os trigêmeos hesitaram, olhando para a mãe, em expectativa. ― Vocês três querem ficar? ― Ela perguntou, com um sorriso no rosto. ― Quero! ― Eles responderam, em uníssono. Anne achou que era uma boa ideia. Afinal, era melhor que seus filhos passassem mais tempo com seus amiguinhos. Ela informou a professora e se virou para sair. Em frente à creche e desesperada, Anne tentou, mais uma vez, ligara para o celular da mãe, sem sucesso. E
― Senhor Newman? ― O policial ficou um pouco surpreso ao ver Lucas no necrotério. Afinal, Lucas era um profissional conhecido da área educacional e, como o policial tinha crianças em idade escolar, naturalmente o conhecia. Lucas assentiu:― A Senhora Cheyenne trabalhava em nossa escola e não podemos escapar da culpa, quando ela encontrou o trágico destino em seu caminho de volta da escola. ― ― Se a escola do Senhor Lucas estiver disposta a compensar a perda, você pode discutir isso com a Senhorita Vallois, está bem? ― Disse o oficial. Mas, Anne imediatamente se opôs à ideia:― Está tudo bem. Isso não tem nada a ver com a creche. Minha mãe saiu do trabalho como sempre e foi levada pela minha tia. Como a escola pode ser culpada de alguma forma? ― Ela se virou e olhou para Lucas, com olhos vermelhos e cheios de lágrimas ― Muito obrigada pela carona, Senhor Newman. Não vou tomar mais do seu tempo. ― ― Sinto muito pela sua perda. ― O homem acenou com a cabeça, mostrando pesar
Havia marcas de lágrimas em seu rosto e, ao olhar para Anthony, Anne sentiu tanta fúria que percebeu que além do álcool, havia outra ferramenta capaz de tornar as pessoas corajosas e ela se chamava ‘luto’.― O que você quer? ― ― Você vai jantar comigo. ― ― Você poderia ter procurado qualquer mulher. Tenho certeza que Michelle adoraria. Por que eu? Por que hoje? Você realmente me odeia tanto assim? ― ― Você está triste? ― Ele questionou friamente, deixando-a sem palavras ― Ela é a sua família? Para ser honesto, não consigo ter empatia nenhuma. ― ― Isso é porque você é frio e cruel... Não apenas com os estranhos, mas também com sua própria família. Estou curiosa, mas há alguém neste mundo que se preocupa com você, apenas por quem você é? Ou as pessoas só tem medo da sua influência ou querem se favorecer com o seu poder? ― ― Diga isso de novo! ― O homem rugiu, sombriamente. Anne tremeu, com medo. Mas o homem virou o corpo, passando o braço por cima dela e a apertando, e
A dor surgiu no pulso de Lennon e, antes que ele percebesse, subiu até o ombro, como se seu braço estivesse sendo arrancado. A força se esvaiu e o homem foi obrigado a soltar Anne. Mas, Anthony continuou o movimento de torsão até ouvir o som de ossos estalando. Então empurrou Lennon contra o chão e falou: ― Dê o fora! ― O homem não esperava encontrar Anthony, mais uma vez, e imediatamente se arrastou para longe. Então, se virou para olhar o pulso de Anne, mas ela se afastou de seu toque:― Eu não preciso da sua preocupação! Tudo isso é por sua causa, não é? Você deve estar feliz agora que todos pensam que eu sou uma prostituta e tentam me humilhar sempre que podem! ― A expressão de Anne se tornou sombria ― Bem, deve ser meu destino... ― Ela murmurou sarcasticamente, antes de entrar no banheiro feminino. Então, olhou para seu reflexo no espelho, lágrimas ameaçavam cair mais uma vez, então ela olhou para cima para tentar controlar suas emoções. Quando saíram do restaur
Anne não conseguia se divertir. Parecia que ela estava presa em um universo paralelo tão distante de sua realidade que era incapaz de se encaixar. ‘Anthony me trouxe aqui só para vê-los beber? Ele não parece ser o tipo de cara que participa dessas reuniões sociais leves’. Ela pensou. Lucas, por outro lado, estava como sempre, bem-educado, casual, mas carismático. ― Por que você não está bebendo? ― Anthony se virou para encará-la. Seus olhos eram do tom mais escuro de preto, o que causou arrepios na espinha dela. Ela desviou o olhar e sussurrou:― Posso ir para casa? Não estou interessada nesse tipo de evento, eu realmente estou me sentindo muito triste, não estou no clima. ― Obviamente, ela precisava ter um momento de luto. ― Não há pressa. A diversão está prestes a começar. ― A jovem se contorceu de medo. Mas, antes que ela pudesse perguntar o que ele queria dizer com isso, a porta da sala privada foi aberta e o segurança entrou. Ele fez uma reverência respeitosa e
Nenhum dos homens no grupo convidado por Anthony conseguiu continuar bebendo. Eles não tinham certeza se deveriam agir com naturalidade, já que percebiam que o evento era uma grande demonstração de força e um aviso. Mas, comparado com o resto, Lucas estava comparativamente mais calmo e, não tinha feito nada além de franzir a testa em desgosto.Incapaz de aguentar mais, Anne gritou:― Já chega! ― Ela havia pensado que aquele era mais um plano para humilhá-la, mas nunca imaginara ver algo tão violento, com o objetivo distorcido de punir quem tinha abusado dela. Era violência demais e a jovem não aguentou. A expressão de Anthony permaneceu fria:― Não há necessidade de pedir misericórdia, eles não merecem. Continue! ― Outro urro se ouviu e o Senhor Moore caiu no chão segurando sua mão quase decepada, enquanto o Pat tinha uma adaga enterrada profundamente em sua mão, prendendo-o ao chão de madeira. A sala privativa parecia mais um matadouro.O chão ficou manchado de carmesim e