Nenhum dos homens no grupo convidado por Anthony conseguiu continuar bebendo. Eles não tinham certeza se deveriam agir com naturalidade, já que percebiam que o evento era uma grande demonstração de força e um aviso. Mas, comparado com o resto, Lucas estava comparativamente mais calmo e, não tinha feito nada além de franzir a testa em desgosto.Incapaz de aguentar mais, Anne gritou:― Já chega! ― Ela havia pensado que aquele era mais um plano para humilhá-la, mas nunca imaginara ver algo tão violento, com o objetivo distorcido de punir quem tinha abusado dela. Era violência demais e a jovem não aguentou. A expressão de Anthony permaneceu fria:― Não há necessidade de pedir misericórdia, eles não merecem. Continue! ― Outro urro se ouviu e o Senhor Moore caiu no chão segurando sua mão quase decepada, enquanto o Pat tinha uma adaga enterrada profundamente em sua mão, prendendo-o ao chão de madeira. A sala privativa parecia mais um matadouro.O chão ficou manchado de carmesim e
― Vamos cuidar da mamãe! ―― Agora somos adultos! Somos fortes! ― Disse Chris.Anne queria sorrir, mas suas lágrimas não paravam de cair:― Sim. Vocês são todos adultos agora. Mamãe está feliz enquanto eu tiver vocês por perto... Daqui uns dias, vamos encontrar um lugar para vovó descansar. ―― Sim! ― Os três seguraram Anne, recusando-se a soltá-la.Ela passou os braços ao redor deles, soluçando. A jovem não conseguia se conformar com o fato de ter reencontrado a mãe, só para perdê-la de vez, alguns dias depois. No final, a história continuava a mesma de sempre, ela e os três filhos contra o mundo.Havia comida na geladeira e Anne começou a cozinhar para as crianças, enquanto elas brincavam. Fritando ovos, olhou o celular, para verificar a localização de Anthony, descobrindo que ele estava Grupo Arquiduque.Ela mordeu o lábio pensativamente. Quando a mãe dela ainda era viva, Anthony não entrava no apartamento de Cheyenne, mas era óbvio que ele não precisaria mais se conter. E o
Essa sensação de ser uma contrabandista era consequência de ter que, o tempo todo, ficar olhando para trás e procurando em todos os cantos, para ver se havia algum segurança de Anthony, um fotógrafo de Michelle, ou outra pessoa qualquer, com o interesse de segui-la. Mas, para alívio de Anne, não tinha visto ninguém e estava segura, em casa. ― O que vocês querem comer esta noite? Mamãe vai fazer! ― Disse Anne. ― Eu quero sorvete! ― Charlie respondeu, imediatamente. ― Eu também! ― Chris e Chloe concordaram em uníssono. Ela sorriu com resignação:― Eu perguntei do jantar, não da sobremesa! ― ― Sorvete de jantar! ― Chloe insistiu, sorrindo. Anne não concordou, não importa o quanto ela quisesse que seus filhos se divertissem, a alimentação era importante. Nesse momento, o telefone tocou. Então, a jovem deu um tapinha na cabeça das crianças, dizendo:― Vão brincar. Preciso atender uma ligação... ― E, com o celular na orelha disse: ― Alô? ― ― Anne, sou eu. Estou bem
― Termine de fazer o jantar... ― Anthony disse. Anne congelou:― Você vai jantar aqui? ― ― Você tem alguma objeção? ― Ele estreitou os olhos perigosamente. ‘Claro, que tenho!’ Ela pensou: 'Enquanto ele ficar aqui, meus filhos vão ficar sem supervisão e trancados no quarto. Eu consigo lidar com ele, mas as crianças vão correr para fora, em algum momento. Se Anthony os encontrasse, eu morreria de ataque cardíaco!’ ― O que há de errado? ― Ele a estudou atentamente. Anne olhou para fora da janela:― Eu não estou com vontade de cozinhar para dois. Se você quiser comer alguma coisa, há muitos restaurantes excelentes por aí. ― Anthony deu um sorriso zombeteiro e segurou seu queixo, antes de forçá-la a encarar seus olhos:― Parece que você realmente não quer cozinhar para mim. Se for esse o caso, acho que vou satisfazer minha fome comendo você. ― ― O-o quê? ― Anne ficou boquiaberta. Mas, antes que pudesse pensar, foi jogada contra a porta do quarto dos trigêmeos e as
Anne mordeu o lábio inferior, sentindo um ódio crescente se espalhar pelo corpo e, quando aliviou a pressão, havia marcas de seus dentes, por onde escapavam gotas de sangue:― Por que faz isso comigo? Eu nunca fiz nada, nada de ruim contra você! Mesmo que você quisesse me torturar, você já não fez o suficiente!? Quando você vai me deixar em paz!? Tudo o que eu quero é sair daqui, e quanto mais longe, melhor! ― Quanto mais ela falava, mais difícil ficava de controlar as emoções e lágrimas desesperadas e agonizantes rolaram por suas bochechas. Ela não conseguia ler a expressão de Anthony por causa de suas lágrimas. Mas, ele a agarrou pelo colarinho e a puxou para si, com uma expressão distorcida. Lágrimas escorriam pelo lindo rosto de Anne quando o demônio a agarrou pelo pescoço, sufocando-a. Ela ficou em pânico, enquanto tentava respirar. ― Você quer que eu cuide melhor de você? Hein!? ― Anne congelou, até mesmo seus olhos, cheios de lágrimas, pararam de escorrer. Ela era i
Terminando de fazer o pedido, Anthony jogou, rudemente, o menu digital na direção do garçom, que apanhou o dispositivo e, rapidamente, fez uma reverência, saindo da sala.Em um ambiente apertado, como se o demônio consumisse todo o oxigênio disponível, Anne sentia dificuldade para respirar. Por isso, ela mantinha os olhos na toalha de mesa, suportando, primeiro os olhares curiosos do garçom e depois a grosseria de seu acompanhante. De qualquer forma, por mais que sentisse vergonha, tentava focar que a culpa era de Anthony e ninguém mais.― Seis meses. ― A voz seca ecoou pelo espaço reservado. Anne, ficou em transe, sem conseguir reagir ou compreender o que tinha sido dito, até que, ficou tão feliz que sua expressão se iluminou. Anthony realmente tinha estabelecido um prazo. Depois disso, ela estaria livre. Mas, os olhos sombrios de Anthony a contemplavam.― Que tal três meses? ― Anne negociou. ― Tem certeza que quer fazer isso? ― Anthony soou distante. O coração da jovem disp
Depois do jantar, no caminho de volta para casa, Anne percebeu que, definitivamente, algo estava errado. Ela não tinha ideia de onde Anthony a levava, mas definitivamente não era o caminho de volta para sua casa. Ele tinha outra coisa em mente. Mas, as crianças estavam sozinhas, há muito tempo. Como ela poderia passar a noite toda fora? ― Podemos encerrar esta noite? ― Ela perguntou. ― Oh, entendo... Você quer que o prazo seja estendido? ― ― Não! É que estou exausta. Não estragaria sua diversão se eu ficasse caindo de sono? Além de nosso encontro, foi o funeral da minha mãe hoje... ― Anne estava deprimida, mas será que o demônio se importava? Ela também não foi poupada no dia da morte de sua mãe. A jovem sabia que precisava ser obediente para se livrar dele. No entanto, não naquela noite. Ela não podia deixar os filhos sozinhos por tanto tempo. ― Tudo bem... ― Disse Anthony, com uma voz pensativa. Anne ficou surpresa e levantou a cabeça em descrença. ‘Ele realment
Depois de dar banho nos trigêmeos e colocá-los na cama, Anne foi tomar banho. Mas, antes de entrar no chuveiro, olhou a localização de Anthony. Esse monitoramento tinha virado parte de sua rotina. O homem estava no Grupo Arquiduque e a jovem não ficou surpresa. O magnata tomava conta de seu grande império com a mesma obsessão que vigiava ela. Então, a jovem largou o aparelho e foi se banhar.Na cama, os trigêmeos se reuniram em círculo, com rostos sérios, como se estivessem discutindo algo importante. ― Tem algo errado... ― Disse Charlie. ― Mamãe mentiu? ― Chloe perguntou. ― O homem mau é o papai! ― Chris comentou ― Mamãe não quer que ele nos veja por isso! ― ― E como o papai não sabe da gente? ― Chloe ficou intrigada. ― Porque o papai é mau! Ele é o bicho papão! ― Charlie se lembrou da vez em que o viu no elevador. Ele era feroz e Charlie tinha uma má impressão dele. ― Sim! Ele disse que queria comer a mamãe! ― Chloe bufou. ― O homem mau não pode ver a gente! Va