Anne não discutiu mais. Como ela tinha deduzido, as pessoas que estavam atrás de Anthony no restaurante, no dia de seu encontro com Lucas, eram membros da família de Michelle. Entretanto, era fato que o casamento não estava garantido, por isso, se Michelle encontrasse qualquer oportunidade de prejudicar Anne e afastá-la de seu pretendente, seria o melhor.― Não pense que roubar meu telefone é suficiente para esconder suas intenções. Um dia, contarei a todos que você é uma destruidora de lares! ― Michelle avisou, antes de sair furiosa. Anne encostou-se no armário, ansiosa e impotente. Ela tinha inimigos em todos os lugares e se sentia como uma marionete. Afinal, desde que chegou em Luton, as relações que estabeleceu em seu trabalho e o comportamento de todas as pessoas que ela encontrava pareciam uma peça dramática escrita por outra pessoa. Ela não tinha permissão para ter sua própria opinião e foi deixada vivendo dia após dia em confinamento. O único alívio foi ter descoberto qu
Ela não esperava que Sarah estivesse procurando por ela e, muito menos, que acabasse encontrando as crianças. 'O que devo fazer?' Cheyenne pensou, com os olhos arregalados. Então, Sarah caminhou até ela, com desprezo no rosto:― Relaxa. Eu não vou te sequestrar de novo. Nós só vamos bater um papo e... Espera! De quem são essas crianças? ― Os olhos de Cheyenne se viravam para encarar os bebês, enquanto ela pensava no que dizer, já que Anne havia pedido para não deixar ninguém na Família Marwood saber sobre as crianças. As três crianças usavam máscaras faciais e olhavam com curiosidade para a mulher estranha. ― Eu... eu sou a babá delas. A mãe deles está ocupada, então vim buscá-las na creche... ― Disse Cheyenne, sem saber se Sarah acreditaria nela. Confusa, Sarah questionou:― Pensei que você estivesse trabalhando aqui... Você está trabalhando como babá também? ― Cheyenne ficou tensa. ― Tia Chey cuida de nós. Mas eu quero a mamãe! Quem é você? ― Chloe disse, co
Anne colocou o copo d'água sobre a mesa de centro, o tempo todo tensa sob o olhar sanguinário de Anthony, que focava na marca em seu pescoço. Então, quando Anne estava prestes a se afastar, para se sentar na poltrona, de frente para o sofá, o demônio segurou seu queixo. ― O-o que há de errado? ― A jovem perguntou, congelando no mesmo lugar. ― Não me lembro de ter sido tão ruim. ― Ele estudou o hematoma atentamente. Percebendo o que ele queria dizer, Anne tocou o hematoma em seu pescoço e disse:― Eu... eu fiz isso, senão as pessoas na clínica entenderiam mal... Ai! ― O magnata a arrastou para mais perto e ela caiu, pousando um joelho no sofá e o outro na coxa de Anthony. Ela instintivamente se abaixou para se firmar e mordeu os lábios, de vergonha. Então, o homem esfregou o dedo na pele machucada, que ainda doía com o toque. ― Parece que eu deveria ter sido menos misericordioso com você... ― Disse ele, enquanto olhava para o hematoma. ― Por favor, já chega ― ela olh
Anthony passou a noite no apartamento de Anne e, quando finalmente foi embora, a jovem passava mal, querendo saber o que tinha acontecido entre sua mãe e Sarah. Por isso, decidiu que resolveria aquela questão, antes de qualquer outra coisa e pediu dispensa do trabalho. Afinal de contas, independentemente do que fizesse, sua reputação na clínica era quase nula, que diferença faria mais um dia?A primeira coisa que fez, foi ligar para Cheyenne, mas o telefone estava desligado, então, com um arrepio nas costas, a jovem percebeu a gravidade da situação. Desesperada, a jovem ligou para a creche, mas sua mãe não estava lá e os bebês tinham passado a noite ali.Não importa o quão chateada Cheyenne pudesse ter ficado com a perseguição de Sarah, ela não faltaria à escola logo no segundo dia, afinal, ela parecia tão feliz quando conseguiu o emprego que não era possível já ter desistido.Então, Anne correu para a escola para perguntar ao guarda sobre o ocorrido. O homem não tinha ouvido falar
A sensação ruim em suas entranhas simplesmente não ia embora. Era como uma certeza de que algo muito ruim tinha acontecido e, seu desespero era tão palpável, que o policial se sentiu compelido a ajudar e pediu para um colega conseguir as imagens que a jovem pedia. A imagem, de fato, mostrava o carro de Sarah passando. Mas, ele não parava e dobrava uma esquina. ― Por que não consigo ver o carro depois disso? ― Ela perguntou. ― Não há câmeras lá... ― O oficial falou, um pouco preocupado. Ela se sentiu impotente, pois, isso significava que ela não conseguiria ver o momento em que sua mãe saiu do carro ou para onde ela havia ido depois disso. Embora eles tivessem visto o carro de Sarah aparecendo em outro ponto da rua, havia vários becos ao longo do caminho com pouca ou nenhuma câmera, então não havia como ela investigar mais. ― Apenas espere. Talvez ela já esteja de volta... ― Disse o oficial. As palavras do policial acenderam a esperança dentro dela e ela pensou consigo m
Anne se agachou e acariciou as cabeças dos bebês, sem saber como poderia explicar o que havia acontecido porque queria que seus filhos vivessem suas vidas livres de preocupações. ― Não vamos sair para brincar. Só vim aqui para ver vocês. Tenho trabalho hoje à noite e a vovó não pode vir também... ― Os trigêmeos fizeram beicinho, em resignação e, oprimida pela culpa, Anne acrescentou:― Assim que terminar tudo, vou levar vocês para brincar. ― Um menino se aproximou de Anne e perguntou:― Senhorita, eles vão passar a noite na escola comigo? ― Os trigêmeos hesitaram, olhando para a mãe, em expectativa. ― Vocês três querem ficar? ― Ela perguntou, com um sorriso no rosto. ― Quero! ― Eles responderam, em uníssono. Anne achou que era uma boa ideia. Afinal, era melhor que seus filhos passassem mais tempo com seus amiguinhos. Ela informou a professora e se virou para sair. Em frente à creche e desesperada, Anne tentou, mais uma vez, ligara para o celular da mãe, sem sucesso. E
― Senhor Newman? ― O policial ficou um pouco surpreso ao ver Lucas no necrotério. Afinal, Lucas era um profissional conhecido da área educacional e, como o policial tinha crianças em idade escolar, naturalmente o conhecia. Lucas assentiu:― A Senhora Cheyenne trabalhava em nossa escola e não podemos escapar da culpa, quando ela encontrou o trágico destino em seu caminho de volta da escola. ― ― Se a escola do Senhor Lucas estiver disposta a compensar a perda, você pode discutir isso com a Senhorita Vallois, está bem? ― Disse o oficial. Mas, Anne imediatamente se opôs à ideia:― Está tudo bem. Isso não tem nada a ver com a creche. Minha mãe saiu do trabalho como sempre e foi levada pela minha tia. Como a escola pode ser culpada de alguma forma? ― Ela se virou e olhou para Lucas, com olhos vermelhos e cheios de lágrimas ― Muito obrigada pela carona, Senhor Newman. Não vou tomar mais do seu tempo. ― ― Sinto muito pela sua perda. ― O homem acenou com a cabeça, mostrando pesar
Havia marcas de lágrimas em seu rosto e, ao olhar para Anthony, Anne sentiu tanta fúria que percebeu que além do álcool, havia outra ferramenta capaz de tornar as pessoas corajosas e ela se chamava ‘luto’.― O que você quer? ― ― Você vai jantar comigo. ― ― Você poderia ter procurado qualquer mulher. Tenho certeza que Michelle adoraria. Por que eu? Por que hoje? Você realmente me odeia tanto assim? ― ― Você está triste? ― Ele questionou friamente, deixando-a sem palavras ― Ela é a sua família? Para ser honesto, não consigo ter empatia nenhuma. ― ― Isso é porque você é frio e cruel... Não apenas com os estranhos, mas também com sua própria família. Estou curiosa, mas há alguém neste mundo que se preocupa com você, apenas por quem você é? Ou as pessoas só tem medo da sua influência ou querem se favorecer com o seu poder? ― ― Diga isso de novo! ― O homem rugiu, sombriamente. Anne tremeu, com medo. Mas o homem virou o corpo, passando o braço por cima dela e a apertando, e