James cobriu a boca e tossiu até não sentir mais o pigarro. Quando tirou a mão, viu que havia sangue e que pequeninos seres vivos, quase como formigas, rastejavam em meio à mancha vermelha. Quincy, assustada, exclamou:— James, há insetos no seu sangue! — O homem pegou um lenço de papel e limpou as mãos. — Gus, a razão pela qual meu corpo está se deteriorando. Preciso descobrir como cultivar a Energia Verdadeira o mais rápido possível. Caso contrário, devo ter no máximo uns três meses antes de ficar completamente paralisado. — James, com sua experiência médica, começou a avaliar a evolução de seu quadro e chegou a essa conclusão. Os Gus em seu corpo botavam ovos e se multiplicavam de maneira exponencial. Logo, estaria paralisado, incapaz de mover um único músculo, e seu corpo seria apenas o lar de incontáveis parasitas.— Como devemos fazer isso? — Quincy perguntou preocupada.— Não se preocupe. Eu não vou morrer. — James notou o cuidado de Quincy, e seu coração se aqueceu por s
Quincy não esteve em casa por algum tempo, então não tinha comida na cozinha. Além disso, a moça não era do tipo que sabia muito sobre culinária, por isso optou por pedir entrega de comida. Enquanto isso, James pegou seu telefone, abriu um mapa e o examinou. Depois de concluir o pedido, a moça se virou e espiou o telefone do amado, então perguntou por curiosidade: — O que você está vendo aí? — Ela se encostou em James, que pôde sentir o calor residual em sua pele. Os dois pareciam íntimos e havia alguma naturalidade nisso. Os dias que vinham passando juntos normalizaram algumas coisas.— Dez anos atrás, pulei em um rio depois que Thea me tirou das chamas. Fui levado pelas águas, até que fui puxado por uma corrente que me fez afundar e descobrir uma caverna... uma gruta. Lá encontrei meu livro de medicina. — — E daí vieram suas habilidades médicas. — Quincy logo entendeu.— Exato. — James assentiu e continuou: — A caverna era enorme, mas não fiquei por lá por muito tempo, porque n
Alguns mapas cobertos com numerosas linhas e marcações circulares foram espalhados sobre a mesa. Após uma análise cuidadosa, James pegou um mapa novo, pegou uma caneta e desenhou um círculo vermelho na grande folha.— Você achou? — Perguntou Quincy.— Dez anos atrás, lembro-me de terminar meu jantar pouco antes do incêndio. Depois de ser resgatado, pulei neste rio — ele apontou no mapa. — e perdi a consciência. Acordei algumas vezes, até perceber que a correnteza me afundou e que iria me afogar. Felizmente, fui jogado na gruta. Demorou algum tempo até sentir fome, então posso concluir que o lugar não fica muito longe da antiga mansão. — James apontou para o rio no mapa, mais uma vez. — Eu pulei neste rio. De acordo com a velocidade da água, é mais provável que a caverna subterrânea esteja nesta área. — Então, ele apontou para uma montanha.— Então, quando você vai? — Quincy perguntou.— Não estou com pressa. Além disso, não tenho certeza sobre a localização. Vou precisar que alguém
Na mansão dos Callahan, Thea jogou o telefone na cama, cheia de raiva. O aparelho deslizou sobre o edredom e se espatifou no chão, ao lado.— Essa desgraçada! — Ela se sentou na cama, furiosa.— Qual é o problema, Thea? Por que você está tão surtada? — Gladys se aproximou e perguntou depois de ver o telefone destruído no canto.— Não é nada! — Thea respirou fundo, levantou-se e saiu.'James é meu! Não permitirei que outra mulher o tenha!'. Ela já havia estado na casa de Quincy e, como imaginava que James estaria lá, entrou no Porsche recém-comprado e dirigiu o mais rápido que pôde até o local.Quincy ficou preocupada depois de receber a ligação de Thea e sabia que esse dia chegaria. Pelo bem da amizade das duas, a moça se conteve para não tentar conquistar James, evitando agir até que os dois se divorciassem. Ela sabia que estar com James significaria o fim de sua amizade com Thea.Enquanto isso, James dormia como um bebê. Depois de algum tempo, o homem acordou. Vendo Quincy sent
— Como não seria de minha conta? Você é meu marido! Só precisamos nos casar outra vez! — Thea, desvairada, segurou a mão de James e o puxou com força, para fora da cadeira de rodas. Fraco e incapaz de permanecer firme, o homem perdeu equilíbrio e caiu no chão.— O que você está fazendo?! — Quincy avançou e empurrou Thea, gritando: — Você não sabe que ele está frágil agora?! — Ela ajudou James a se levantar do chão e perguntou preocupada: — Você está bem? — James a tranquilizou com um aceno. Vendo a cena, Thea berrou, sem controle:— Diga, agora, James! Quem é que você quer? Eu ou ela? —Quincy revirou os olhos, sem suportar a atitude de Thea. A moça ajudou seu amado a voltar para a cadeira de rodas e olhou para a velha amiga com frieza.— Thea, você continua dizendo que o ama e agora o está forçando a fazer uma escolha. Mas você não se lembra de que foi você quem o afastou? Ele está doente e só tem mais alguns meses de vida. Você ainda quer se casar com ele? Para deixar os Callah
James balançou a cabeça, tentando tirar Thea dos pensamentos. O homem olhou para a bochecha de Quincy, ruborizada depois do tapa, então se levantou, acariciou seu rosto inchado e perguntou, preocupado: — Dói? — — Um pouco. — Quincy respondeu com tristeza e se inclinou nos braços de James. — Mas não é o tapa que dói mais... Estou com medo de perder você. Depois que você se recuperar e voltar para Thea, o que farei? — James a abraçou e suspirou. — Eu não sei o que acontecerá. Temo que meus inimigos jamais a deixem em paz, por isso permaneço em dívida com ela, e não sei se poderei resolver isso nesta vida. É minha culpa ela ter sido infectada com parasitas. Como poderia abandoná-la? — Quincy já imaginava que o homem pensava daquele jeito, por isso que se via tão preocupada. Apesar disso, tentava se permitir aproveitar aquele período com James, torcendo para que o futuro fosse muito diferente daquele para o qual os acontecimentos apontavam. Para tanto, também estaria disposta a l
— Já que Thea quer participar, deixe que ela venha. — Quincy sorriu.Thea bufou e, ignorando Quincy, tentou ajudar James a entrar no carro.— Eu posso fazer isso sozinho. — James fez sinal com a mão para que a moça se afastasse e entrou no carro sem a ajuda de ninguém. Em seguida, a jovem Callahan entrou no carro e se sentou ao lado dele.Não querendo perder seu lugar, Quincy caminhou até o outro lado do veículo, abriu a porta e se sentou do outro lado de James. Depois que os demais entraram em seus respectivos carros, a equipe partiu para o seu destino.Pouco depois, James se recostou e fechou os olhos para descansar. Thea segurou sua mão, mostrando intimidade, e perguntou com um sorriso: — Querido, para onde estamos indo? — — Você pode ficar quieta? James chegar descansado. — Quincy a criticou.— Estou conversando com meu marido! O que isso tem a ver com você? — Thea, pretensiosa e fora da realidade, respondeu.— Seu o quê? — Quincy parecia não acreditar na audácia da mulhe
Aquele era o Rio Fortune, circundando o Tesouro do Dragão, um monte nomeado dessa forma muito antes do nascimento de James. Sentado em uma pedra com o telefone na mão, o homem analisava o que acontecera nos três meses anteriores ao incêndio na mansão dos Caden, dez anos atrás. Quincy chegou ao seu lado e perguntou: — O que você está olhando, James? — De súbito, a curiosidade de Thea também foi despertada. Na noite anterior, a moça concluiu que não queria perder James para Quincy. Por tanto, no dia seguinte foi a procura do ex-marido, de modo que acabou se juntando à viagem. Até então, contudo, a jovem ainda não tinha ideia de qual era o plano de James. O homem desligou a tela do celular e olhou para a montanha do outro lado do rio, explicando: — Estou procurando os boletins meteorológicos daquela época, tentando deduzir a profundidade do rio naquele dia... Poderia estar mais fundo que o normal, se tiver caído alguma chuva forte naquele ano. — — Por que você precisa saber sobr