Na casa dos Callahan, jogavam mais pressão sobre a aflita Thea. — Thea, você já pensou em alguma coisa? A intimação do tribunal já está aqui, e o julgamento começará amanhã de manhã. Os Xenos querem nos forçar a devolver o dinheiro, por meios legais. — David tinha uma expressão preocupada. Thea tinha estado fora o dia inteiro, então ele imaginava se conseguira o dinheiro. O rosto de sua irmã, no entanto, estava pálido. Seu rosto, que costumava ser angelical, via-se desprovido de emoções. Como um robô, ela ficou sentada imóvel. Naquele momento, Maximus e seus homens arrombaram a porta da frente e invadiram a casa. Chocada, a família se levantou, enquanto o agiota se acomodava no sofá da sala, diante da expressão de choque dos seus anfitriões. O criminoso olhou para todos e disse com um sorriso malicioso: — Vocês prepararam o dinheiro? — David implorou: — Por favor, me dê mais alguns dias! Minha irmã tem tentado ganhar dinheiro. Ela conhece homens ricos, vai conseguir tudo e
Thea queria se despedir de James. No entanto, não conseguiu fazê-lo. A moça reconhecia que tinha que ficar com Zavier e esperar algum tempo, até que pudesse explicar as coisas ao seu marido. Ela não tinha outra opção, caso contrário, a vida de seu irmão estaria em perigo e sua família enfrentaria a destruição. James, por outro lado, não sabia o que estava acontecendo em Cansington, mas também não pensou muito no assunto. Ele não podia voltar ainda, porque precisava ficar ao lado de Henry para monitorar sua condição. Thea, então, foi até a mansão dos Watson, em Goodview Villa. Antes de seu encontro com Zavier, ela passou em casa para se maquiar e vestir um vestido branco revelador. A pele sedosa e macia de seu pescoço e braços estava exposta para que todos vissem. A moça se sentou no sofá da sala, enquanto Zavier se posicionou ao seu lado e a examinou. Com um olhar de satisfação, ele a avaliou da cabeça aos pés. Ela era uma mulher impecável. — Pense bem, Thea. Não sou eu quem está
Os homens foram ao porão e trouxeram David, que estava muito ferido. Zavier os avisou: — Você pode pegar o dinheiro na mansão Watson, mas eu vou levar o rapaz daqui agora. Espero que esteja tudo bem para você. — — Não é um problema, eu confio no senhor. Aqui está um documento de reconhecimento informal. — Maximus entregou um papel a Zavier. O rapaz o repassou para Thea, que o respondeu com gratidão:— Obrigada... — — Esqueça as formalidades. Seremos uma família em breve. Rápido, leve seu irmão ao hospital. Enquanto isso, estarei providenciando nosso noivado para amanhã. — — Tão cedo?! — Thea ficou atordoada. — Eu ainda não me divorciei de James! — — Está tudo bem. Você pode se divorciar dele depois que ficarmos noivos. — Zavier sorriu. Zavier queria dizer a ela que James era o Dragão Negro e que morrera no campo de batalha. No entanto, após breve contemplação, ele optou por permanecer em silêncio. Thea logo seria sua mulher, não queria precisar aturar o possível luto
Era provável que algo ruim tivesse acontecido em Cansington. — Fique de olho em Henry. — James instruiu e saiu da sala. No corredor, acendeu um cigarro e ligou para Thea. Eram sete da manhã. Thea acordou cedo e foi até a mansão dos Watson. A moça usava um vestido especial para a cerimônia e um maquiador trabalhava em seu rosto. O telefone dela tocou. Vendo que era James, ela paralisou, pensando se deveria atender à chamada. O que ela diria? Hesitante, a jovem pegou o telefone. — O que há de errado, Thea? Eu estava muito cansado ontem à noite. Dormi imediatamente ao voltar para o hotel. Eu não vi que você ligou. — A moça respirou fundo e disse: — Não era nada. Bom trabalho. — Dizendo isso, ela desligou o telefone. James ficou intrigado. Algo parecia esquisito no tom de voz de sua esposa. Naquele momento, seu telefone tocou. Era Xara, então ele atendeu a ligação. — O que houve? — A moça pareceu suspirar de alívio. — James, eu sabia que você estava bem. — — Vá diret
Vendo James sair do avião ao lado de Henry, que estava inconsciente, o Rei Alegre congelou. O homem correu até os dois e abraçou James, mais sentimental do que costumava demonstrar ser.— Eu sabia que você estava bem! Você me assustou. Achei que você tivesse morrido de verdade, porra! — James sorriu e disse: — Ainda sou resistente, meu bom. Além disso, tenho uma esposa linda esperando por mim em casa. Como poderia morrer tão fácil? — — Ainda tem tempo para piadas? Ouvi dizer que sua esposa vai noivar com outra pessoa. — Ao ouvir isso, o rosto de James ficou sério, então o Rei Alegre mudou de assunto. — O que aconteceu com o Sombra Mortal? — James respondeu: — Ele sofreu um acidente. Leva ele para o hospital militar agora mesmo e faça seus homens vigiarem sua condição vinte e quatro horas por dia. Me avise se algo acontecer. — O Rei Alegre assentiu e ordenou aos seus homens: — Escoltem o Sombra Mortal até o hospital militar. — Dizendo isso, ele colocou os braç
Os Watson estavam em clima de festa. Embora fossem representantes de North Cansington na Five Provinces Business Alliance, eles sempre se mantiveram discretos. No momento em que decidissem ser conhecidos, chocariam toda Cansington. Fileiras e mais fileiras de carros de luxo apareceram do lado de fora da mansão, um mais caro do que o outro. Todos os tipos de figurões vieram parabenizar Zavier e Thea por seu noivado. No saguão de entrada havia um pequeno palco, no qual muitas pessoas influentes no setor financeiro se reuniam. Alguns deles eram até da esfera política. Sob olhares atentos, Zavier entrou com Thea, de mãos dadas. A moça usava um vestido para a cerimônia que era lindíssimo e muito caro, cravejado de diamantes. A luz do lugar refletia nas pedras e deixava tudo ainda mais esplendoroso, deixando a multidão embasbacada. — Ela é linda. — — Que sorte do jovem Watson. — — Que sorte de Thea ter feito ele se apaixonar por ela. — Os Callahan também estavam presentes,
James retornara das Planícies do Sul. Depois de confirmar a condição de Henry na região militar e descobrir a verdade por trás do noivado de Thea e Zavier, ele se dirigiu às pressas para a cerimônia na mansão dos Watson. Como eram apenas onze da manhã, ele ainda tinha tempo. O clima era festivo no pátio da mansão, onde muitas pessoas se reuniam. A aparência de James atraiu a atenção da multidão. — Aquele não é o marido de Thea, James? — — Por que ele está aqui? — — Ele não se divorciou de Thea? — — Ele provavelmente está aqui para tirar algum dinheiro de Zavier. — Com uma expressão mal-humorada, James caminhou em direção à porta da frente. Alguns seguranças correram e bloquearam seu caminho. Um deles pegou um bastão elétrico e apontou para James. — Ei, seu otário, você sabe onde está? Está procurando confusão? Vaza daqui! — James olhou para o segurança, o olhar do general era pura ferocidade. O segurança sentiu como se estivesse sendo encarado por uma besta. Sem per
Thea abriu e fechou a boca. A moça não esperava que James voltasse tão cedo, então jamais conseguiria prever aquele cenário. Suas bochechas eram de uma vermelhidão tão intensa que ninguém poderia deixar de perceber a sua vergonha. A mulher, que ainda não se divorciara do marido, anunciava seu noivado com outro, para que todo mundo visse. Ela olhou para Zavier suplicante. — Senhor Watson, podemos adiar o noivado? Eu gostaria de me divorciar de James antes de me acertar com você. — O rosto de Zavier mudou, então ele disse, com frieza: — O que você quer dizer com isso, Thea Callahan? — A jovem ficou sem palavras. James estava embaixo do palco, olhando para sua esposa, que usava um vestido lindíssimo para a cerimônia. O general, sem oscilação na voz, pronunciou, palavra por palavra: — Thea, não vou forçá-la a fazer nada. No entanto, você e eu ainda somos marido e mulher. Nem nos divorciamos e você já está noiva de outro homem? O que você acha que eu sou? — Embora James soubes