Bryan apareceu logo e, com um sorriso brilhante, cumprimentou sua cliente especial: — Bem-vinda, senhora Thea! — No mesmo instante, o homem estalou os dedos e um grupo de garçons apareceu com alguns mimos, como se o dono do restaurante já tivesse planejado aquilo para a próxima aparição da moça. — Senhora Thea, fiz questão de deixar esses presentes lhe aguardando, certo de que viria aqui logo. — Thea franziu a testa, continuando sem entender a proporção do prestígio que parecia ter para o restaurante. Todas as vezes que a moça aparecia, Bryan fazia alguma dessas demonstrações explícitas de respeito. — Senhor Grayson, é muita consideração da sua parte. — Gladys se levantou-se para receber os presentes, que eram, em sua maioria, joias. — Mãe, o que você está fazendo? Deixe isso aí! — Thea tentou interrompê-la. — Não devemos menosprezar a tentativa do senhor Grayson de agradá-la. — Gladys disse, com um largo sorriso. — Na verdade — disse Bryan— São só lembrancinhas, então
Thea analisou bem a expressão de Zavier e, desconfiada, perguntou: — O senhor Caden te procurou? — — Oi? — Zavier arregalou os olhos para Thea. ‘Será que ela não sabe da identidade de seu marido? Quem é esse senhor Caden de quem ela está falando? É o próprio James?’ Depois de se recuperar do susto, ele respondeu com uma pergunta. — Eu acho que sim? — Thea respirou fundo, confirmando que o senhor Caden zelava pelo seu bem-estar mesmo em segredo e se perguntando se o resgate do passado realmente valia tanto, mesmo depois de todo aquele tempo. — Sinto muito por tudo isso, Thea. Reconheço que fui inconveniente e prometo que nunca mais a incomodarei. — Ao dizer isso, Zavier desviou o olhar para James, que apenas devorava um segundo prato, sem dizer uma palavra sequer. Sem saber muito o que fazer, o herdeiro dos Watson se virou para sair, em silêncio, deixando os Callahan mais confusos ainda. Gladys só conseguiu se endireitar depois que Zavier partiu. — Então é obra do t
Ele ficou virado para a direção da esposa, mas ela permanecia de costas. A moça vestia uma camisola semitransparente, que deixava a sua bela nudez quase exposta. Depois de admirar a beleza da esposa por uns instantes, James perguntou, hesitante: — Querida, você acha que não sou homem para você? — Thea se virou para encará-lo. — Claro que eu não pensaria algo assim, James. — O homem continuou: — Mas no fundo, você não acredita que alguém como o senhor Caden seria um marido mais adequado? — Vendo que o marido lia através de suas incertezas, Thea ficou em pânico por um momento, mas logo se explicou: — Nada disso! Eu me casei com você. Eu sou sua esposa. Contanto que você não me traia, não temos motivo para pensar noutra realidade. — Ao ouvir isso, James ficou comovido e não pôde conter a vontade de beijá-la, então seus lábios encontraram os dela. A moça se assustou, porque não esperava por um gesto daquele, e pareceu tentar se afastar, mas desistiu. As bochechas dela
Depois de perceber que a empresa tinha um rombo por conta de uma imensa dívida que aqueles clientes deixaram, Thea encontrou os documentos relacionados e os examinou. Primeiro, analisou o contrato estabelecido entre o Grupo Pacific e a Purity Pharmaceuticals, no qual se previa que o pagamento seria feito a cada entrega até completar metade do valor total, então a metade seguinte seria quitada após a entrega e inspeção do restante da mercadoria.O Grupo Pacific cumpriu ordens de serviço da Purity Pharmaceuticals durante todo o primeiro semestre do ano. No entanto, após a completude da entrega, o cliente se recusou a fazer o pagamento final, alegando problemas de qualidade nos produtos. Como esperado, a empresa entrou com um processo contra os devedores, mas a contraparte era uma grande corporação e tinha um time jurídico muito bem estabelecido. No julgamento, entretanto, apresentaram provas incontestáveis sobre a qualidade, então o Grupo Pacific perdeu o caso e entrou em crise.Depois
— Prazer em conhecê-lo. — Thea respondeu. Thea percebeu que Walter não soltava do cumprimento, então fez uma forcinha e retraiu a mão. O homem a avaliou dos pés à cabeça, concluindo que era mesmo uma mulher glamourosa e elegante, como esperado da suposta mulher mais bela de Cansington. O homem também sabia das tais conexões com figurões, porém não se via disposto a abaixar a cabeça diante disso. — Então, senhora Thea, me disseram que você está aqui representando a Pacific. — — Sim, agora sou a presidenta do grupo. Acredito que devemos conversar para esclarecer umas questões financeiras anteriores à minha entrada. — — Entendo. Vamos ao meu escritório, então. — Walter sinalizou o caminho e ela o seguiu. No escritório, Thea se sentou em um sofá, enquanto Walter se ajeitava numa poltrona em frente a ela e encarava o decote da moça, sem disfarçar. — Qual é o assunto? — Walter tinha uma expressão maldosa. Thea falou: — Senhor Kaffenberger, a Pacific sempre foi rigorosa com
Thea foi embora, enquanto Walter ainda pensava na aparência da mulher.— Que mulher é essa, hein?! — Berrou para os guarda-costas.Walter não conseguia esconder o desejo estampado em seu rosto. O homem escutara sobre Thea há muito tempo, inclusive viu fotos, mas nunca esteve diante dela. Depois daquele encontro, testemunhou a beleza ao vivo e concluiu que a fotografias não poderiam reproduzir aquele encantamento. De repente, pegou o telefone.— Aqui é Walter. Venha cá. — Um homem de cabelos compridos, vestindo uma camiseta amarela e com uma aparência de desleixo apareceu com um sorriso brilhante. — Senhor Walter, há algum problema?— Faça com que alguns homens causem problemas na fábrica da Pacific, mas sem exagero. Apenas o suficiente para que não consigam trabalhar bem. — Instruiu Walter.— Certo! Vai ser fácil. — — Thea, eu te avisei. Você vai voltar, implorando como uma cadela. — Walter murmurou, com um sorriso maquiavélico.Thea voltou para o Grupo Pacific, infeliz por
Gladys percebeu também que havia algo estranho com Thea, então insistiu.— Thea, qual é o problema? Por que você está assim? — Ela perguntou preocupada.— Estou bem, mãe. — — Sua cara diz o contrário! — — Problemas na empresa. A Purity Pharmaceuticals deve uma quantia alta para nós, mas fui lá cobrar e não consegui nada. — Thea resolveu contar toda a história para eles, até concluir: — Nunca imaginaria que a Purity Pharmaceuticals tivesse um histórico tão corrupto. Não só não recuperei o dinheiro, como também nos meti em problemas. — — Peça ajuda ao senhor Caden. Ele é muito influente, então deve resolver isso com facilidade. — Disse Gladys, do nada.— Estou considerando. — Thea comeu rápido e subiu para descansar no quarto. A moça se sentia exausta e não queria pensar nos problemas, por enquanto. Enquanto isso, James pensava sobre a situação descrita. Depois de comer, ele limpou a bagunça, recolheu os pratos sujos e os lavou. Levou menos de meia hora para terminar de arruma
Henry não conseguiria obter uma resposta melhor, então apenas dirigiu até a sede da Purity. Como chegaram bem tarde, todo o prédio estava escuro.— James, são quase dez horas, não vai ter ninguém aí. Por que não voltamos amanhã? — — Que amanhã, porra? Vamos na fábrica deles, então. — — Certo. — Henry colocou o destino no GPS e dirigiu. A fábrica ficava longe, lá nos subúrbios. Enquanto eles se dirigiam para o lugar, Henry mandou uma mensagem para Jake, avisando da nova localização. Àquela altura, o rei da informação já havia providenciado mais do que o general requisitara: havia uma quantidade muito grande de capangas, e além de martelos e pés de cabra, o homem arranjou britadeiras e procurava ver se conseguiria um trator. Como a fábrica era no subúrbio, seria fácil chegar até lá com um maquinário pesado assim. Jake também era o gênio da medicina, Jay Fallon, então era impossível que não conhecesse a Purity Pharmaceuticals, mesmo que não controlasse a rede de inteligência do s