Quanto mais negavam, mais alimentavam a boataria. Nessa hora, Lex notou os vários olhos que os observavam e se sentiu envergonhado, porque até ele pensou que Thea estava dormindo com Alex. Acreditava que era o único motivo para a neta ser a razão pela qual o Grupo Celestial concordou em cooperar com os Callahan. Importando-se com o que os convidados pensariam da interação, Lex atacou a moça.— Você não tem vergonha! — o velho vociferou.— Vovô, isso é mentira! — Thea tentou desarmar a farsa.— Então explique como conseguiu dinheiro para comprar tudo isso que está usando! Quem te daria isso? — Tommy gritou por cima.Thea se sentiu tão injustiçada que beirava às lágrimas. Obviamente nunca teve nada com Alex, no entanto, não sabia como explicar a situação. O dinheiro era de James, mas ela não sabia explicar a origem e, se contasse, não tinha certeza sobre a dimensão das consequências. Temia que James fosse parar na cadeia.James, ainda concentrado em seu jogo, no canto da festa, ouvi
Todos no banquete viraram para a entrada. Três figuras de absoluto prestígio entraram juntas no saguão. Um deles era Alex Yates, o presidente do Grupo Celestial. O mais jovem era Bryan Grayson, dos Grayson da Capital, que tinha um restaurante em Cansington apenas porque amava gastronomia como hobby. Por fim, o mais velho, Jay Fallon, o presidente da Associação dos Médicos, tido como um dos maiores nomes da área em Cansington. Aquele certamente era o topo da pirâmide social em Cansington, concentrando boa parte da renda da cidade em suas contas bancárias.Alex era a espinha dorsal dos Yates na Capital. Com qualquer plano de negócios simples, facilmente sufocaria a economia do lugar e quebraria os Quatro Grandes, por exemplo. Bryan, por sua vez, era uma pessoa muito discreta, mas vinha de uma família de grande influência. Jay, sabidamente, era uma figura de vasta fama, porque seu trabalho fez Cansington se tornar a capital da medicina no país. No mundo, quanto mais rico se é, mais med
— Thea é minha melhor amiga! Estou tão arrependida de convidar todos que a ofenderam! Vocês estão me desrespeitando ao insultá-la na minha festa de aniversário. Há câmeras de vigilância com captação de som aqui, posso pedir ao hotel e tentar identificar quem a insultou! — Yuna blefou. Sabia que seria impossível identificar em um saguão tão grande. — Aproveitem essa chance e peçam desculpas! — Yuna se aproximou de Thea e olhou para todos enquanto os ameaçava.Os fofoqueiros realmente ficaram apavorados e os que não acreditaram no blefe, certamente seriam influenciados pelo efeito manada. De repente, uma pessoa da multidão não suportou a pressão e deu um passo à frente, se explicando e pedindo desculpas. Alegou que mal conhecia a garota para além dos rumores, e que estava arrependido de ter participado daquela injustiça. Era o dono de uma corporação menor, em relação àqueles quatro que defendiam a jovem CallahanThea ficou comovida com a cena, porque as palavras faziam sentido. James s
Thea nunca teria coragem de forçar o avô a se desculpar. Em seguida, tentou se explicar a Megan e a Tommy também, já que tudo aquilo não foi ideia sua.— Tommy, Megan, eu não pedi por isso! Digo o mesmo a todos! —Ninguém a respondeu— Senhorita Thea, gostaria de aplicar uma punição a eles? — Alex perguntou.— Como é? — Thea entrou em pânico com o nível da pergunta.Nunca esteve em uma situação daquelas, e o clima no ambiente já era terrível. As pessoas pareciam amedrontadas e não havia mais conversa.— Sinceramente, para o nível do absurdo que diziam, eu me entregaria à minha vontade de mandar uns seguranças descerem a porrada em todo mundo. Essa gente só aprende assim. — Alex Yates se revelava mais contundente do que parecia.Alex olhou para Thea e, muito rapidamente, para James, que tinha uma expressão inofensiva.— Querido, o que eu faço? — Thea não fazia ideia e olhou para James em busca de sua opinião.James deu de ombros e sugeriu: — Como eu poderia saber? Apesar de q
Thea o encarou, porque ainda não entendia a dedicação envolvida ali: — Eu não o conheço, senhor Yates. Por que você me ajudaria assim? Por favor, explique aos convidados, ou espalharão mais rumores sobre mim novamente. — Ela estava realmente preocupada. Tinha certeza de que as fofocas se espalhariam como fogo em uma cama de palha, quando as notícias sobre aquele incidente saíssem dali. Poderiam até dizer que ela dormiu com os três homens.O problema era que nenhum deles sabia que desculpa dar.‘Explicar? Como devemos explicar?’‘Nós poderíamos dizer a ela quem é seu marido?’Não ousaram dizer uma palavra. James estava em Cansington há algum tempo, mas não revelava sua identidade. Os três sabiam que estariam cavando sua própria sepultura se o expusessem. O salão se mantinha em silêncio sepulcral, ainda que algumas pessoas fingissem relaxar. Percebia-se que todos os convidados de olho na cena, curiosos para saber por que os homens respeitavam tanto a garota.James olhou para ele
‘Realmente foi obra dele!’Thea já imaginava, na verdade. No entanto, entristecera porque o Rei Alegre executou a pessoa responsável por tudo aquilo que vinha acontecendo em sua vida. Esperava poder descobrir a identidade daquele que ela salvou no passado, e agradecê-lo pessoalmente. A realidade a desanimou.Naquele momento, outro figurão chegou. A pessoa era Charles, o presidente executivo do Grupo Abundant. Ele imediatamente avistou a multidão aglomerada, depois de entrar no salão. Estava ciente do cuidado que deveria tomar com o genro de Benjamin. Quando avistou James, sentiu sua alma deixar o corpo, então, rapidamente correu e cumprimentou o casal.— Senhor James e senhora Thea! —— Pai! — Luke correu para ele.— Pai, essas pessoas me humilharam! — A confiança do rapaz voltou imediatamente.Sob a pressão que os figurões fizeram, ele não teve escolha a não ser se desculpar. Na presença de seu pai, imaginou que aquilo não se repetiria. Embora sua família não fosse integrante dos
‘Ela ganhou o respeito de tantos ricaços apenas salvando uma pessoa.’‘O cara devia ser influente para caramba!’‘Mas se o cara já morreu, por que ainda cumprem favores para ele?’Depois que pessoas tão importantes interviram por Thea, ninguém mais ousaria incomodá-la. No entanto, nada poderia impedir que a situação intrigasse a todos e fomentassem suposições.‘Será que aqueles três realmente deviam um favor ao homem mascarado?’‘Agora que retribuíram o favor, vão parar de intervir nos problemas dela?’‘Tomara que não arrumem mais problemas por aqui.’Todos especulavam sobre o assunto, mas não arriscariam fazer qualquer comentário. Depois de um tempo, contudo, se sentiram desobrigados em relação à Thea e se espalharam em grupos diferentes pela festa.Num sofá de canto, Thea se encontrava completamente perdida em pensamentos. James se sentou ao lado da esposa e perguntou, de cara fechada: — Thea, seja honesta comigo: o que está acontecendo? — — Oi? — Thea despertou e se vi
Na mesa, todos teorizavam sobre os prováveis números das compras. Calculavam com base no tempo de construção do lugar e dos nomes dos investidores envolvidos. As cifras eram tão altas que Thea não conseguia nem imaginar quanto espaço aquele dinheiro poderia ocupar em cédulas. Não pôde deixar, também, de se sentir deslocada, percebendo que os presentes discutiam sobre aquilo com naturalidade. Por mais que os Callahan tivessem uma empresa com rendimento razoável, comparados àqueles valores, seus familiares pareciam apenas brincar de fazer negócio. As cifras astronômicas pareciam parte de obras da ficção.Boa parte dos valores, no entanto, era especulativo. Na prática, o lugar não custava tanto valor, nem custara tanto para ser construído. O fator que inflava os números se baseava no potencial de lucro que as empresas instaladas ali demonstrariam ao longo dos próximos anos. A pessoa que comprou precisou, na verdade, comprar todo o risco do investimento e uma margem de lucro esperada para