Yuna, invejando, se perguntava o que uma mulher precisava fazer para ter uma proteção como aquela que James dava a sua esposa.Em sua motocicleta elétrica, James se dirigia ao seu reencontro com sua amada Thea. Sua pressa era tanta que resolveu pegar alguns atalhos afastados das ruas principais. Passando por uma viela, foi bloqueado na saída por um jipe militar, do qual saiu um homem de meia idade. James parou sua motocicleta e encarou o Rei Alegre, que usava uma roupa exageradamente exuberante para alguém do setor militar. Era um homem de sobrancelhas espessas, olhos grandes e uma mandíbula quadrada. Apesar do exagero do traje, figurava como alguém poderoso e acostumado à cadeira de comando. Comandar, por acaso, foi o que fez, ao apontar para o carro. — Vamos conversar. —James cruzou os braços e disse: — Não temos nada para falar que precise de tanto tempo. Se quer dizer algo, seja breve, porque minha esposa está me esperando. —— Certo. O que você está tentando fazer? — O
A aparição do Rei Alegre não abalou James nem um pouco. Desde que resolveu o problema com Xander, o homem só pensava em voltar para sua amada. Ele estava de bom humor, porque a esposa já o telefonara pedindo seu retorno. Por isso, como numa comédia romântica, guiava a motocicleta enquanto cantarolava uma música alegre. Chegou à casa e bateu à porta, e então a própria Thea foi quem o recebeu.Vendo o marido, a moça caiu em seus braços e chorou. O próprio James não pôde deixar de se emocionar com o abraço dela, que acompanhava seu doce e inesquecível perfume. Em seguida, ele a envolveu com o braço ao redor de seus ombros e sorriu.— Tudo bem. Está tudo bem agora, meu bem. Não precisa chorar. Vamos ficar juntos. —Thea enxugou o rosto e puxou o esposo para até o aposento em que os demais moradores se encontravam. Era perceptível que o clima no lugar estava esquisito. James, sem ligar, cumprimentou a todos. — Boa noite, pessoal. — Gladys assentiu, visivelmente envergonhada.— Não n
James perguntou: — Thea, você vai? —— Claro. Por que não? — ela deu outra conferida nos convites.Quando estava na universidade, a garota era motivo de chacota. Por isso não conseguia ter nenhuma autoconfiança, chegando a se odiar. Naturalmente, sob bullying constante, não fez amizades. Agora que recuperara sua aparência, sua confiança florescia. — Certo. Acredito que não haja nada adequado no seu guarda-roupas para um evento como esse, querida. Você também não tem muitas joias. Acho que devemos ir às compras. — James sugeriu.— Como assim não tenho nada adequado? Acho que minhas roupas servirão muito bem! — Thea fez beicinho.‘Além disso, que história é essa de fazer compras? Acabamos de torrar as economias em um carro. Não podemos comprar nada caro, como ele está sugerindo.’James sorriu, como se pudesse ler os pensamentos da esposa.— Vamos, meu bem. Eu vou pagar. Meu cartão não está com você? Guardei naquele banco todas as minhas economias dos últimos dez anos. Rendeu um
— A guerra é, provavelmente, o negócio mais lucrativo do país. — James explicou. — E eu dei apenas um exemplo. Os ricos nas Planícies do Sul gastam fortunas em coisas supérfluas, como se dinheiro não fosse nada. Confesso que chega a ser absurdo, na verdade. —— E você? Quanto você tem? — — Na verdade, eu não sei. Mas é bastante. — James realmente não sabia o valor errado, mas preferiu não dizer nem a sua estimativa.— Bastante? James! Você acabou de falar que poderia comprar uma Ferrari caríssima! — afastando-se dele e segurando na parte traseira da moto, Thea berrava. — Como você pôde fazer isso, James?! Você parece sempre pareceu tão honesto! Tudo que está descrevendo parece corrupção, enquanto as pessoas pensam que vocês são heróis! — — Thea, toda área com algum plano de carreira vai te colocar diante de algumas vantagens, não percebe? Se o exército não estivesse por lá, o país seria invadido. Não somos heróis, apenas trabalhamos garantimos a estabilidade por aqui. A guerra
— Vem aqui e repete, babaca! — James perdeu a paciência com o vendedor. Thea rapidamente envolveu a cintura do marido com os braços, tentando segurá-lo. — Esquece isso, James! Vamos! — Àquela altura, a moça já sabia do temperamento do marido. Lembrando do que o veterano fizera no saguão da mansão Callahan, com certeza o homem poderia repetir a cena. Se ela não o impedisse, o assunto tomaria proporções absurdas. O apelo de Thea, no entanto, realmente o deteve. O casal caminhou, tranquilamente, até a saída da loja.— Thea, é você? —Uma mulher na entrada encarava Thea, com surpresa no olhar.— Sim? — Thea se virou e viu que foi chamada por uma mulher de, provavelmente, quase trinta anos. A desconhecida usava um vestido azul, bem longo, e segurava uma bolsa da Chanel. Além disso, ostentava brincos de ouro, um colar de brilhantes e uma pulseira especialmente única. A apresentação era, de fato, muito elegante, mas exageradamente exibida. Ela estava de braços dados com um homem, a
— Vamos sair daqui, James! Ignora isso! — Thea puxou o marido para longe.Ela temia que James perdesse o controle e, para protegê-la, começasse a falar de sua riqueza. A moça sabia que a origem do dinheiro não era completamente honesta, mesmo que se considerasse que o homem foi julgado por conta daquilo e o dinheiro fosse considerado, pelo exército, uma recompensa por seus serviços. Ou seja, apesar de o dinheiro ser considerado limpo, Thea ainda sentia medo de que os problemas do passado de James, aqueles superiores que o perseguiram, voltassem para cobrar alguma dívida. Por isso, era melhor que o casal continuasse mantendo um perfil discreto em relação a gastos. No fim das contas, era pela segurança dos dois que a jovem insistia em puxar o veterano para longe daquelas pessoas sem importância. Já que Thea queria ir embora, James ficou quieto.— Mas veja só, a fuga! — Xena gargalhou. — Era só admitir que são pobres, doçuras! — Zach, oportunista, teve uma ideia. Rapidamente, apressou
Thea ficou sem palavras. Parece que, no fim, conter James não era algo que poderia fazer, porque, de qualquer jeito, o homem atacou alguém.— Segurança! — o vendedor gritou.Três homens robustos apareceram na entrada e se aproximaram, ameaçadoramente. A essa altura, a confusão obviamente chamara a atenção dos outros clientes e todos se reuniram para assistir ao show. Thea ficou realmente preocupada com a exposição. — Jamie, vamos! Por favor! —A moça se esforçou para puxar o marido, que acatou o comando, no entanto, aqueles seguranças bloqueariam sua passagem a todo custo. O vendedor indagou: — Onde pensam que vão, depois do estrago que fizeram? Vão pagar pelo prejuízo! —Zach se levantou, ameaçando: — James, eu vou te matar! — Ele pegou o celular e fez uma ligação. — Samson, sou eu. Um babaca me atacou em uma loja na Rua South Dragon. Traz a rapaziada, porque a gente vai quebrar as pernas do vagabundo. —Depois que ele desligou, lançou outra ameaça para o veterano. —
Thea estava tão nervosa que queria chorar, enquanto James se mantinha completamente despreocupado. Com seu chute em Zach, acabou derrubando um cabideiro de roupas, mas não parecia se importar. Àquela altura, até a gerente apareceu. Era uma mulher na casa dos trinta, muito bonita, com rosto oval e cabelos pretos. Trajava um vestido elegantemente sensual.— Senhor Smith! —Vendo Zach, a mulher o cumprimentou, respeitosamente. O babaca esperava por Samson no salão, quando se virou para a gerente. Seus olhos brilharam quando viu que se tratava de uma mulher bonita. No entanto, Thea chamava ainda mais a sua atenção, então, por ora, esforçou-se para ignorar a beleza da funcionária. Mantendo-se, contudo, galanteador, perguntou:— Olá, senhorita. Você me conhece? — — Sim. Estivemos no mesmo banquete, certa vez. — a gerente, Miranda Larson, explicou.Zach assentiu levemente. Depois, buscou a ansiosa Thea com o olhar e, com olhos fixos na jovem sentada à sua frente, perguntou, em voz alta,