Deusa, na verdade era bem grande. Bem proeminente quando você olha de longe.— Eu queria falar com você sobre o que aconteceu na caverna. — Eu mantenho meu rosto voltado para frente, dando a Guilherme a chance de reunir seus pensamentos, de pensar sobre suas respostas.Eu só esperava que ele não me decepcionasse.— Matilde...— Deixe-me falar e depois eu escuto. Mas preciso que você mantenha o que eu disser em segredo de Diogo... só por enquanto. Só até eu poder fazer mais pesquisas. Você pode fazer isso por mim? — Finalmente o olho, querendo ver seus olhos enquanto ele me faz essa promessa.Eu não era tecnicamente sua Alfa, mas o que Diogo e eu criamos era muito mais do que dois companheiros juntos. Nós trouxemos duas Matilhas, duas Alianças juntas. E, embora as gerenciemos separadamente, agimos com a boa fé de que estaríamos ao lado um do outro se o momento exigisse.— Sim, Matilde, eu posso te prometer isso.— Fábio morreu naquela caverna, ele morreu... eu vi a vida deixando o
Ponto de Vista de Matilde AlvesEstou casada, mas não sintonizada. Sou a esposa do Rei Alfa da Matilha Luar Vermelho. Sua esposa, mas não a Luna da Matilha. Mas isso é apenas uma questão de tecnicidade. Os membros da Matilha, nos últimos dois anos, me apoiaram como a esposa do Alfa e nunca me fizeram sentir menos do que uma Luna. A Matilha Luar Vermelho é a Matilha dominante de muitas outras, pois nossos guerreiros permanecem invictos em batalha. Oferecemos uma aliança forte a Matilhas menores que, em tempos de crise, podem chamar o Rei Alfa e seus guerreiros para ajudar a proteger e garantir suas terras.— Luna... cuidado. Me deixe fazer isso. — Maria Costa, uma das funcionárias da mansão do Alfa, me oferecia ajuda.Como a Luna em exercício, eu era responsável pelo planejamento e organização da Conferência da Lua do grupo anual da Matilha. Acabávamos de concluir o evento deste ano e, sendo a manhã seguinte, estava ajudando na limpeza. A equipe me disse para não me preocupar, que eu j
Ponto de Vista de MatildePor que ela estava aqui? O que ela estava fazendo aqui?Tento encontrar os olhos de Diogo para obter uma indicação de suas emoções com a chegada dela, mas os dele estão fixos na mulher que parece estar agitada com a minha interrupção. Seu cabelo preto brilhante, que era longo nas fotografias, agora estava cortado em um estiloso bob longo. Ela estava usando um top rosa brilhante que revelava bastante o decote, jeans brancos apertados e saltos rosa com pedras brilhantes. Suas roupas não eram nada parecidas com as minhas e me senti bastante feia com minha camiseta preta larga e calças de ginástica pretas.— Oh, você deve ser a Matilde! É um prazer finalmente a conhecer, sou como a irmãzinha do Diogo, eu sou...— Rebeca! Rebeca continua a segurar meu olhar até que ela me observa de cima a baixo, me avaliando. Se não estivesse olhando para ela, acho que ela teria zombado da minha aparência. Minha loba sentia uma maldade nela, uma frieza que ela nasceu com. Diogo é
Ponto de Vista de MatildeLevei Rebeca para fora, para a frente da mansão do Alfa. Queria verificar se ainda havia algo a ser arrumado e, sabendo que Maria e Bianca estavam nos fundos da casa, nossa conversa não deveria ser ouvida. Rebeca se virou para mim, uma aura fria emanando, que ela estava se esforçando para manter escondida, mas minha loba percebeu e choramingou em minha mente. Minha loba sabia que essa fêmea não era de confiança.– Fiquei surpresa de você ter os quartos de hóspedes da frente e que Diogo me deixou ficar nos quartos antigos dele. Com certeza deveria ser o contrário, não? – Ela riu de maneira debochada, minhas costas se enrijecendo com suas palavras. Talvez Danilo estivesse certo, talvez ela estivesse aqui com um motivo oculto. Não tinha tempo para jogos, abandonei minha Matilha familiar para me mudar para cá e trabalhei duro como Luna da Matilha Luar Vermelho nos últimos dois anos. Não ia deixar ela estragar isso. Eu tinha que lutar pelo que era meu.– Rebeca...
Ponto de Vista de MatildeNos dias seguintes, tentei ficar a sós com Diogo, mas Rebeca estava com ele a cada momento. Ela até se infiltrou nas reuniões de negócios da Matilha e ficou quieta ao lado. Ela observava Diogo como se estivesse maravilhada com sua liderança, mas ficava feliz em comentar quando ele pedia minha opinião como Luna.Eu não estava me sentindo bem. Os estágios iniciais da gravidez estavam tirando muita energia do meu corpo, além do estresse adicional de Rebeca estar aqui e saber suas intenções, me impedindo de dormir à noite.Danilo exigia me ver todos os dias. Ele conseguia perceber que eu estava estressada com algo, e as olheiras embaixo dos meus olhos informavam que não estava dormindo bem. Eu estava de volta ao consultório dele, onde ele estava medindo minha pressão arterial e verificando meu peso.– Você já perdeu peso, Matilde. Está tendo dificuldades com enjoo matinal? – Seus olhos me olham por cima dos óculos de aro dourado, ele também estava cansado. Provave
Ponto de Vista de MatildeMeus olhos se abrem sem reconhecer o teto acima de mim. Onde eu estava? Lembro de cair da escada... correção, de ser puxada escada abaixo por Rebeca. Onde estava Diogo, por que ele não estava aqui? Vejo Danilo parado ao pé da minha cama, digitando em seu notebook.– Danilo, onde está Diogo? – Pergunto, olhando ao redor do quarto e até tentando olhar para fora, para ver se ele estava conversando com algum membro da Matilha ali fora, mas ainda perto o suficiente para estar aqui para mim quando eu acordasse.– Tenho certeza de que ele estará aqui em breve.Meu coração afunda com a notícia... estará aqui em breve? Ele nem sequer veio me ver ainda? Ele queria estar com ela, a mulher que colocou a vida do nosso bebê em perigo, para roubar meu marido.– Ele já veio visitar? – Verifico, mas já sei a resposta.– Não, ainda não... – Danilo responde calmamente, tentando acalmar minha crise interna.A porta do quarto do hospital se abre com um estrondo, a aparente raiva d
Ponto de Vista da Matilde— Eu disse, você vai ter que me banir também! — Repito, encarando os olhos furiosos de Diogo.— Isso é impossível! — Ele rosna para mim, seu corpo tremendo de raiva. Rebeca coloca a mão no ombro dele antes de tentar acalmar a situação deteriorada que ela causou.— Diogo, por favor, não brigue por minha causa. — Ela murmura no ouvido dele.Meu próprio rosnado é ensurdecedor, o rosnado de uma Luna e filha de Alfa, furiosa com Rebeca. A loba de Rebeca não tem escolha a não ser choramingar... com seu Alfa e Matilha mortos, ela não é mais de status de Luna. Viro as costas para os dois e começo a puxar Danilo para longe também.— Você está indo embora com ele? — A voz fria de Diogo ressoa pelo pátio.— Se você insistir em banir Danilo, então sim. Eu não vou o deixar para trás. — Firmemente mantenho minha decisão.— Eu disse que ela tinha sentimentos por ele. — Rebeca murmura no ouvido de Diogo, o que lhe rende um rosnado irritado, até mesmo dele.— Ele deve ser bani
Ponto de Vista de Diogo— Eu, Matilde, Luna da Matilha Luar Vermelho, rejeito minha posição como esposa do Alfa e Luna! Quando as palavras saem dos lábios de Matilde, sinto como se tivesse levado um tiro no coração com uma bala de prata, meu lobo uivando em minha mente e querendo sair. O ar saiu dos meus pulmões e não conseguia respirar. Já fui empalado em batalha antes, mas isso dói mais do que qualquer ferida de guerra. Como isso é possível, eu nem a marquei.— Matilde. — Suspiro de dor, dando um passo em direção a ela, mas sou puxado de volta por Rebeca. Meu lobo ruge em minha mente enquanto Matilde vira as costas para mim e entrelaça os braços com Danilo.Queria matar o desgraçado, o idiota que nunca saiu do lado dela. Ele sempre esteve no maldito caminho e agora eu sabia por quê. Ele a queria para si há se sabe lá quanto tempo. Eu não toleraria esse nível de traição dela, será que ela realmente estava dormindo com o médico enquanto era casada comigo? Esse tempo todo pensei que el