Ponto de Vista de Diogo— Diogo? — Pedro entra correndo no contêiner de carga, seus olhos me lembrando da gravidade da cena à nossa frente.Seus olhos se fixam na minha companheira deitada no chão, coberta pelas marcas das minhas mordidas. Ele parece horrorizado com o que vê. Meu lobo o saúda em vez da minha forma humana.— Me traga roupas agora! — Ele ordena para alguns dos homens atrás dele antes de correr para o meu lado.Eu podia senti-la, podia sentir o pulso dela pulsando através das minhas veias, nossa conexão quase completa.A cada lambida, a cada mordida de amor que eu dava, o corpo dela ficava mais forte. Minha saliva emprestava suas qualidades curativas a ela, complementando as dela também.— Ela precisa de um hospital… — Danilo comanda, mas meu lobo rosna, não havia como ela ir para a Pedra Preta esta noite. Minha matilha estava mais perto, ela iria para casa comigo.— Diogo, volte à forma humana! — Pedro late para mim, jogando roupas ao meu lado. Ele podia perceber q
Eu quero matá-lo. Quero matá-lo com minhas próprias mãos. Meu próprio pai me trairia, trairia a Deusa da Lua de forma tão maldosa?Eu me levanto, minha nova missão estava clara. Eu precisava encontrá-lo e acabar com sua vida.Ninguém ousa ameaçar minha companheira, sugerir algo tão antinatural. Tão sinistro.Antes que eu perceba, já cheguei à entrada da passagem secreta. Meu desejo de eliminar essa ameaça, não importa quem seja, da vida dela.Nem me dou conta de onde estou até que Pedro coloca a mão no meu ombro, meu corpo tenso, meus músculos flexionados sob seu toque.— Não, Diogo, meu amigo. Sua família precisa de você. Eu vou ajudar, ver o que posso descobrir. Você se concentre em fazer com que ela melhore.Meu lobo luta comigo, não tenho certeza de qual lado quer mais vingança. Pedro anda na minha frente, sabendo que minha raiva não deveria ser vista por Ricardo neste momento.— Não faça isso. Não seja como ele! — Pedro encosta sua testa na minha, seus olhos queimando os meus…
Ponto de Vista de Matilde Eu podia ouvir vozes me chamando, do céu, das nuvens. Como deuses. Mas eu estava sozinha, abandonada em algum tipo de terra desolada.Nada além de areia e plantas secas, queimadas pelo calor do sol. O sol estava tão quente que estava queimando meu corpo, eu podia sentir meu sangue fervendo. Como se eu estivesse sentada em uma panela de água fervente, incapaz de sair.— Matilde, fique conosco… — A voz majestosa de Diogo cobre o céu, seu desespero claro. Eu estou aqui, por que ele não consegue me ver aqui?— Diogo... Diogo, estou aqui, estou aqui embaixo... — Eu grito para as nuvens, me virando para ter certeza de que eu estava definitivamente sozinha.— Shhh, descanse um pouco, querida. — Sua voz emana dos céus novamente, como uma presença calma, enquanto o sol começa a esfriar, começa a se pôr. Deixando-me na escuridão, exceto pelo brilho da lua.Eu ando por milhas, tentando encontrar qualquer coisa... qualquer coisa. O que aconteceu? Onde estão meus filho
Entro no banheiro da suíte no quarto do hospital, olhando para minha aparência no espelho. Eu estou horrível... como se tivesse voltado dos mortos.Minha pele estava pálida, com um tom acinzentado. Meu cabelo loiro quase branco, bagunçado e sem lavar, oleoso e grudado na testa. Minha pele brilhava de suor que não tinha sido lavado antes de eu começar a suar de novo. Meus olhos lutam para focar enquanto meus olhos verdes parecem fundos, não tão brilhantes, não tão vibrantes como de costume.É então que eu noto... algo no meu pescoço.Uma marca.Diogo me marcou? Meus olhos não acreditam no que estão vendo, minhas mãos não acreditam no que estão tocando. Ainda estava um pouco vermelho, mas eu conseguia distinguir o emblema real... uma coroa com um lobo uivando para a lua vermelha.Diogo me marcou, eu suspiro para mim mesma. Eu podia sentir a vibração de um vínculo através do meu peito, estava lá junto com o vínculo da Matilha... uma entidade separada, mas não de forma negativa. Eu senti i
Sua língua invade minha boca, que estava seca, mas ele não parecia se importar. Eu podia sentir o forte zumbido do desejo dele por mim através do nosso vínculo incompleto. Que os céus me ajudem quando o vínculo estiver completo.O beijo começa de forma apaixonada, sem vontade de me soltar, até que ele percebe que eu estou em uma cama de hospital e diminui o ritmo, tornando o beijo mais sensual.— Como você está se sentindo? — Ele finalmente se afasta dos meus lábios, mas mantém a boca tocando os meus. Não estava pronto para me deixar ir ainda.— Estou bem, um pouco dolorida, mas quero ver as crianças.— Elas estavam tão preocupadas, todos estávamos. Nunca mais faça isso com a gente, comigo. — Ele rosna suavemente, vindo de uma memória que parece ser difícil para ele suportar.Danilo entra novamente, seguido por Rafaela, que me puxa para seus braços. Enquanto Rafaela me atualiza sobre as crianças, Danilo e Diogo têm uma conversa sobre minha recuperação.Danilo preferiria me manter sob
Ponto de Vista de MatildeAlguns dias se passaram desde que fui liberada do hospital e aprovada para recuperação em casa. Danilo e eu temos falado bastante pela conexão mental, plenamente cientes de que Diogo não vai gostar da ideia de eu voltar para a Matilha Pedra Preta.Mas é minha casa, é minha Matilha e, como Alfa, tenho responsabilidades a cumprir... estando em recuperação ou não.Danilo e eu estávamos de volta ao antigo consultório dele, aquele que traz tantas lembranças estranhas de quatro anos atrás. Na verdade, parecia o mesmo de quando saímos, não sei se algum outro médico foi designado para essa sala desde então.— Estou feliz em assinar sua alta para voltar à Pedra Preta, mas eu gostaria de continuar monitorando você lá...— Estou bem, Danilo, me sinto bem. — Eu o interrompo, havia tanto a fazer e eu queria me envolver no que Diogo e Pedro estavam trabalhando. Seja o que for, eles estavam mantendo isso em segredo. Pedro tem sido incrível, as crianças o adoram, e ele se
— Então ordene. — Eu sorrio, rindo com ele.Acho que era exatamente o que eu precisava, voltar ao meu lugar de descanso, o lugar que eu mais amava. As crianças vão adorar apresentá-lo a Diogo e brincar no lago, enquanto eu curo minha loba.…….Não demorou muito para Diogo fazer as malas e para nós irmos até a Casa do Lago. Eu me senti melhor estando perto da minha Matilha, mas Diogo estava certo... acho que, a longo prazo, precisamos procurar um terreno entre as duas Matilhas. Nós dois éramos Alfas ativos, ambos precisávamos estar ou perto de nossas Matilhas... não havia outra maneira.Convidei Gabriel e Rafael para se juntarem a nós, mas eles estavam desesperados para voltar para Bruna, com toda a razão. Eles a deixaram de madrugada para vir em nosso auxílio.Eu estava sentada em uma das cadeiras olhando para o lago, com um cobertor enrolado nas pernas e uma xícara de chá nas mãos. O lago parecia pacífico, como sempre. As suaves ondulações formadas a cada vez que um pássaro mergulha
— Matilde... Eu... — Comecei, mas não conseguia me concentrar no que ele estava dizendo. Uma conexão da Matilha acabava de se formar, e eu precisava voltar para casa. Um bebê da Matilha tinha nascido.Ponto de Vista de DiogoLevei algumas horas para fazer as pazes com Matilde. Ela era teimosa como o inferno, assim como eu. Para mim, era uma espada, uma arma, mas para ela representava outra coisa. Então, engoli meu orgulho e garanti que meus homens estivessem desarmados quando estivessem perto dela, só para garantir. Eu não poderia permitir que ela surtasse com meus guerreiros e agitasse uma espada para eles. Ela não faria isso, mas ela era tudo, menos previsível.Eu entendi por que ela adorava a casa do lago. O lugar era pitoresco, perfeito para relaxar. Mas Matilde parecia ansiosa para voltar, e depois de uma conversa privada por meio da conexão mental entre ela e Danilo, algo que ela claramente estava muito irritada comigo para discutir abertamente, ele concordou. Felizmente, ela s