Ponto de Vista de MatildeEu me preparo para a morte, mas ela não vem tão rápido quanto pensei... nem tão dolorosa.Mas dói.Minha perna... por que consigo sentir dor na perna? Em comparação com o ferimento na cabeça, que ainda lateja, não é nada.Até... até que sinto algo começando a queimar ao redor da ferida.Acônito.A desgraçada trocou as balas por aquelas com acônito.Ricardo, que a deusa abençoe meu garoto inteligente, sabia que minha cura de alfa funcionaria rápido em uma ferida de bala na perna, mas ele não sabe sobre o veneno. Que está rapidamente viajando pelas minhas veias até o coração.— Boa tentativa, filhote! — Rebeca rosna enquanto arranca a arma das mãos trêmulas de Ricardo.— Eu atirei nela, como você disse. Você só não especificou onde... — Ele responde confiante, uma aura o cercando. Era fraca, mas perceptível, até por ela.— Depois que matar todos vocês, vou caçar a garotinha. Fábio pensa que pode me trair. — Rebeca rosna, seus olhos se fixam em mim enquanto ten
— Nate... prepare os médicos. — Ordeno através da conexão mental, mas não espero ele responder. Ainda não estou pronto para admitir o que já sei.Com um rosnado venenoso, lanço o ataque, meus homens seguindo meu comando. Entramos no contêiner de carga e encontramos o rogue desconhecido entrando em uma passagem oculta no chão. Então, é assim que eles fazem.— Peguem ele! — Grito, apontando para o desgraçado que tenta fugir. Sem chance.Meus olhos percorrem o ambiente e eu vejo Ricardo agachado sobre Matilde, acariciando seu rosto. Danilo e Rafaela estão acorrentados em cadeiras, exatamente como Matilde deve ter estado.Meus passos são pesados e meu peito se aperta com a cena à minha frente. Eu falhei com ela. Falhei em mantê-los seguros.Eu me agacho e seguro o rosto do meu filho, que está vermelho e manchado... cheio de lágrimas. Gentilmente, eu o movo para o lado, para que eu possa atender Matilde.Seus olhos lutam para se manter abertos, mas ela me vê. Ela sorri, sabendo que agora
Ponto de Vista de Diogo— Diogo? — Pedro entra correndo no contêiner de carga, seus olhos me lembrando da gravidade da cena à nossa frente.Seus olhos se fixam na minha companheira deitada no chão, coberta pelas marcas das minhas mordidas. Ele parece horrorizado com o que vê. Meu lobo o saúda em vez da minha forma humana.— Me traga roupas agora! — Ele ordena para alguns dos homens atrás dele antes de correr para o meu lado.Eu podia senti-la, podia sentir o pulso dela pulsando através das minhas veias, nossa conexão quase completa.A cada lambida, a cada mordida de amor que eu dava, o corpo dela ficava mais forte. Minha saliva emprestava suas qualidades curativas a ela, complementando as dela também.— Ela precisa de um hospital… — Danilo comanda, mas meu lobo rosna, não havia como ela ir para a Pedra Preta esta noite. Minha matilha estava mais perto, ela iria para casa comigo.— Diogo, volte à forma humana! — Pedro late para mim, jogando roupas ao meu lado. Ele podia perceber q
Eu quero matá-lo. Quero matá-lo com minhas próprias mãos. Meu próprio pai me trairia, trairia a Deusa da Lua de forma tão maldosa?Eu me levanto, minha nova missão estava clara. Eu precisava encontrá-lo e acabar com sua vida.Ninguém ousa ameaçar minha companheira, sugerir algo tão antinatural. Tão sinistro.Antes que eu perceba, já cheguei à entrada da passagem secreta. Meu desejo de eliminar essa ameaça, não importa quem seja, da vida dela.Nem me dou conta de onde estou até que Pedro coloca a mão no meu ombro, meu corpo tenso, meus músculos flexionados sob seu toque.— Não, Diogo, meu amigo. Sua família precisa de você. Eu vou ajudar, ver o que posso descobrir. Você se concentre em fazer com que ela melhore.Meu lobo luta comigo, não tenho certeza de qual lado quer mais vingança. Pedro anda na minha frente, sabendo que minha raiva não deveria ser vista por Ricardo neste momento.— Não faça isso. Não seja como ele! — Pedro encosta sua testa na minha, seus olhos queimando os meus…
Ponto de Vista de Matilde Eu podia ouvir vozes me chamando, do céu, das nuvens. Como deuses. Mas eu estava sozinha, abandonada em algum tipo de terra desolada.Nada além de areia e plantas secas, queimadas pelo calor do sol. O sol estava tão quente que estava queimando meu corpo, eu podia sentir meu sangue fervendo. Como se eu estivesse sentada em uma panela de água fervente, incapaz de sair.— Matilde, fique conosco… — A voz majestosa de Diogo cobre o céu, seu desespero claro. Eu estou aqui, por que ele não consegue me ver aqui?— Diogo... Diogo, estou aqui, estou aqui embaixo... — Eu grito para as nuvens, me virando para ter certeza de que eu estava definitivamente sozinha.— Shhh, descanse um pouco, querida. — Sua voz emana dos céus novamente, como uma presença calma, enquanto o sol começa a esfriar, começa a se pôr. Deixando-me na escuridão, exceto pelo brilho da lua.Eu ando por milhas, tentando encontrar qualquer coisa... qualquer coisa. O que aconteceu? Onde estão meus filho
Entro no banheiro da suíte no quarto do hospital, olhando para minha aparência no espelho. Eu estou horrível... como se tivesse voltado dos mortos.Minha pele estava pálida, com um tom acinzentado. Meu cabelo loiro quase branco, bagunçado e sem lavar, oleoso e grudado na testa. Minha pele brilhava de suor que não tinha sido lavado antes de eu começar a suar de novo. Meus olhos lutam para focar enquanto meus olhos verdes parecem fundos, não tão brilhantes, não tão vibrantes como de costume.É então que eu noto... algo no meu pescoço.Uma marca.Diogo me marcou? Meus olhos não acreditam no que estão vendo, minhas mãos não acreditam no que estão tocando. Ainda estava um pouco vermelho, mas eu conseguia distinguir o emblema real... uma coroa com um lobo uivando para a lua vermelha.Diogo me marcou, eu suspiro para mim mesma. Eu podia sentir a vibração de um vínculo através do meu peito, estava lá junto com o vínculo da Matilha... uma entidade separada, mas não de forma negativa. Eu senti i
Sua língua invade minha boca, que estava seca, mas ele não parecia se importar. Eu podia sentir o forte zumbido do desejo dele por mim através do nosso vínculo incompleto. Que os céus me ajudem quando o vínculo estiver completo.O beijo começa de forma apaixonada, sem vontade de me soltar, até que ele percebe que eu estou em uma cama de hospital e diminui o ritmo, tornando o beijo mais sensual.— Como você está se sentindo? — Ele finalmente se afasta dos meus lábios, mas mantém a boca tocando os meus. Não estava pronto para me deixar ir ainda.— Estou bem, um pouco dolorida, mas quero ver as crianças.— Elas estavam tão preocupadas, todos estávamos. Nunca mais faça isso com a gente, comigo. — Ele rosna suavemente, vindo de uma memória que parece ser difícil para ele suportar.Danilo entra novamente, seguido por Rafaela, que me puxa para seus braços. Enquanto Rafaela me atualiza sobre as crianças, Danilo e Diogo têm uma conversa sobre minha recuperação.Danilo preferiria me manter sob
Ponto de Vista de MatildeAlguns dias se passaram desde que fui liberada do hospital e aprovada para recuperação em casa. Danilo e eu temos falado bastante pela conexão mental, plenamente cientes de que Diogo não vai gostar da ideia de eu voltar para a Matilha Pedra Preta.Mas é minha casa, é minha Matilha e, como Alfa, tenho responsabilidades a cumprir... estando em recuperação ou não.Danilo e eu estávamos de volta ao antigo consultório dele, aquele que traz tantas lembranças estranhas de quatro anos atrás. Na verdade, parecia o mesmo de quando saímos, não sei se algum outro médico foi designado para essa sala desde então.— Estou feliz em assinar sua alta para voltar à Pedra Preta, mas eu gostaria de continuar monitorando você lá...— Estou bem, Danilo, me sinto bem. — Eu o interrompo, havia tanto a fazer e eu queria me envolver no que Diogo e Pedro estavam trabalhando. Seja o que for, eles estavam mantendo isso em segredo. Pedro tem sido incrível, as crianças o adoram, e ele se