Ponto de Vista DiogoEu estava queimando por dentro ao ver Matilde naquele vestido. Só ela poderia caber tão perfeitamente em algo assim, parecia feito para ela. Cada detalhe da sua presença era hipnotizante. O perfume de flor de cerejeira com sal marinho que ela exalava se misturava ao aroma das rosas ao nosso redor, criando uma atmosfera que me deixava tonto de desejo.Eu queria marcar meu território, mostrar para todos na celebração com quem ela deveria estar. Queria que todos soubessem que ela era minha. Mas e se ela não quisesse ser marcada? Ela havia mencionado algo sobre não me manter… seria assim que ela se sentia? Casada, mas não marcada.Eu precisava ir devagar. Esse vínculo de companheiros não era algo que eu poderia forçar. Eu a tinha magoado, e agora precisava provar que não iria a lugar nenhum, que estava comprometido de verdade. Os dois Alfas que falaram dela como se fosse apenas um pedaço de carne… bem, eles já haviam assinado suas próprias sentenças de morte. Se eu nã
Eu sabia que, assim como a mãe dela, eu tinha muito o que compensar e uma longa jornada pela frente. Mas estou disposto a tentar. Qualquer pai seria melhor que o meu, com certeza. "Parece ótimo, mas eu ia ver se sua mãe queria dançar..."– Com você? – Ele torceu o nariz, como se fosse impossível alguém querer dançar com a mãe dele. A maioria tinha que passar pelo pai, não pelo filho. Mas o pai estava morto, graças à minha ex desequilibrada. Não, nem f*dendo vou mencionar isso hoje à noite, Diogo. Isso seria um bilhete de primeira classe para destruir qualquer ponto que eu tenha conquistado até agora.Matilde olhou para a pista de dança. Danilo e Rafaela ainda estavam dançando, e Pedro, como de costume, estava flertando com algumas Lunas, o que claramente irritava os companheiros Alfa delas. Camila, por outro lado, discutia com Guilherme, tentando se livrar dele, mas seus olhos piscavam na minha direção.– Sim... – A voz de Matilde saiu rouca, e logo ela limpou a garganta. – Sim, isso s
Ponto de Vista de MatildeEu estava no quarto com Ana e já havia colocado o pijama dela sobre a cama. Ela sempre foi uma pequena teimosa quando se tratava de escovar os dentes. Com toda a quantidade de açúcar que ela consumiu nesta noite, eu sabia que precisava insistir nisso.— Você escovou os dentes? — Pergunto, olhando para o banheiro onde ela estava.Ela respondeu, meio resmungando:— Sim, mamãe...Mas logo ouvi o som da escova de dentes elétrica infantil sendo ligada. Ah, espertinha! Ela tinha tentado escapar dessa vez. O quarto em que estávamos era incrível. Tínhamos claramente recebido o quarto superior, decorado com papel de parede creme, cortinas ricas na mesma tonalidade, e uma enorme super cama de casal. Além disso, havia um banheiro privativo e uma varanda enorme com assentos ao ar livre. Até um aquecedor externo estava disponível, o que, sendo lobisomens, parecia um luxo desnecessário. Não costumamos sentir frio, mas, desde que tive os gêmeos, minha temperatura corporal c
Coloco meu telefone ao meu lado e recosto minha cabeça na espreguiçadeira, aproveitando o assento luxuoso. Meus olhos ardem de cansaço. Muitas coisas aconteceram recentemente e muitas verdades foram reveladas por ambas as partes. Sinto formigamentos nos lábios que se movem para minha bochecha, atravessam até a orelha e o pescoço, voltando para minha boca.— Matilde, acorde. — A voz de Diogo soa contra meus lábios enquanto abro meus olhos, sonolenta, sentindo seus beijos pelo meu pescoço e clavícula.— Diogo... — Começo a protestar que ele me beijasse tão abertamente na frente das crianças, mas então me sento e vejo que os dois estão profundamente adormecidos na cama grande. Ricardo tem traços de lama no rosto, mas Diogo conseguiu colocá-lo para dormir sozinho. Não vou tirar o sorriso orgulhoso do rosto dele perguntando se Ricardo conseguiu escovar os dentes antes de dormir. A julgar pelas marcas no rosto dele, eu diria que não.— Ele apagou como uma luz.— Ele apagou? — Olho para Diogo
Ponto de Vista de MatildeEu toco o peito dele de forma brincalhona, enquanto digo:— Talvez não exatamente com essas palavras...A camisa dele estava tão suja de lama quanto o restante do corpo, com os joelhos e as canelas cobertos de barro. Garotos serão garotos, pensei. Não sabia se já era o momento de contar tudo para Ricardo e Ana. Sempre os protegi durante a infância. Estava pronta para revelar o que aconteceu entre Diogo e eu?Ricardo estava apenas começando a criar uma relação com Diogo, enquanto Ana parecia ter medo dele. Por mais que Diogo agisse de forma diferente comigo, ele ainda era o impiedoso Rei Alfa da Matilha Luar Vermelho. Acostumado a conseguir o que queria, e eu sabia, pelos dois anos de casamento e pelas reuniões de guerra que assisti, que o que ele queria, ele conseguia. Poucos ousavam dizer não a ele.Ele pode não ter sido o responsável pela morte dos meus pais, mas seu comportamento no passado me fazia acreditar que ele seria capaz disso. Talvez essa não foss
— Matilde, onde está o Gabriel? — A voz dele mudou completamente, ficando séria.— Por quê? — Franzi a testa, confusa.— Acho que se soubéssemos onde Gabriel está, Diogo poderia se sentir menos inclinado a ficar. Ele sabe que você está tramando algo, assim como eu.Aquelas palavras me pegaram de surpresa. Menos inclinado a ficar? O que ele queria dizer com isso? Que, se Gabriel não estivesse em uma missão secreta para mim, Diogo não iria querer voltar? Que o beijo de ontem à noite não foi o laço de companheiros, mas algum tipo de trama para me manipular?— Não, Diogo não é assim. — Pensei. Ele sempre disse as coisas como são. Não diria?Eu não respondi de imediato. As palavras dele me feriram, e senti minhas costas se enrijecerem.— Ele está seguro e em contato regular comigo agora.— Regular? Quão regular? — Insistiu.— Ele está em uma cidade portuária ao norte. Ele descobriu que Rebeca tinha conexões com a cidade antes de se juntar à Matilha do companheiro dela.— Rebeca? Você o mand
Ponto de Vista de DiogoNormalmente, um despertador, uma conexão mental ou meu próprio relógio biológico me acorda… mas nunca fui acordado por dedos cutucando meus olhos e ouvidos. Abri os olhos lentamente e vi Ricardo e Ana rindo na minha frente, me cutucando para me acordar.— Grrrr! — Rosnei de brincadeira, fazendo os dois gritarem e correrem de volta para a cama, se escondendo debaixo do edredom. Será que eu sou o grande lobo mau das histórias infantis?Não planejei adormecer na varanda, planejei voltar para o meu quarto, mas não pude negar ao meu lobo a necessidade de estar perto de Matilde. Com o passar dos dias, ele estava tentando me pressionar a marcá-la, a reivindicá-la. Mas ela não estava pronta para isso, e ele teria que esperar. Não seria fácil para mim, ele tem uma maneira de conseguir o que quer, assim como eu. Mas ela era diferente. Isso era diferente.Eu estava pisando em território novo quando se tratava de Matilde e das crianças. Algo que nunca havia experimentado a
Ela me olhou com os olhos arregalados enquanto rasgava o pacote de chá com os dentes. Porra, ela estava fazendo isso de propósito? Tive uma imagem dela rasgando um pacote de camisinha, completamente nua, em cima de mim. Precisei me afastar para não ficar excitado. Droga! Ela era mesmo uma tentação. E, a julgar pelo sorriso presunçoso que ela me deu, ela sabia disso.— Você saiu da festa cedo, Diogo, e ainda está usando a roupa de ontem à noite? — Pedro não consegue se conter enquanto me sento ao lado dele.A voz dele é baixa e próxima ao meu ouvido, mas Matilde ouviu, eu sei disso pelas bochechas dela ficando de um tom rosado fofo. Ela vira as costas para nós, sem querer nos olhar nos olhos. Ela ainda estava usando o vestido da noite passada, o que a fazia parecer insaciável. Olho para Pedro, que também estava olhando para a bunda dela naquele vestido.— Afaste-se! — Rosnei ameaçadoramente em seu ouvido, o que lhe rendeu uma risada divertida. Ele não conhecia a verdadeira capacidade da