Émie Carter: Me sentia vazia, triste, magoada e sozinha… o taxista que me trouxe até a boate, foi o mesmo que me levou até a casa de Michael, não sei se é coincidência ou algo tramado por ele também. Eu precisava de um choque de realidade e ao mesmo tempo queria esquecer quem eu era. A dor corroía meu ser de uma forma dolorosa, trazendo consigo a sensação de que aquilo nunca iria passar, e como uma boa pessoa que faz sempre tudo o que lhe convém, decidi que estava na hora de fazer Michael pagar tudo na mesma moeda. Ele gosta de mulher, eu gosto de homem e está tudo certo. Cheguei no barman e pedi de início cinco shot de tequila, precisa de ânimo para seguir a noite, embora tudo ao meu redor fosse duvidosos, tive a leve impressão de estar sendo observada. — Émie… — Olhei para o lado e me deparei com uma baita de uma loira ao meu lado, bonita, sexy e com cara de quem joga sujo. — Sou Olívia, amiga do Michael… Cretina! Ela era a mesma mulher que eu vi nas fotos, porém, era ainda mai
Michael Williams: — Olha, Carter. Eu não quero que as coisas saiam do controle agora. Então, por favor, vamos embora? — Pedi enquanto ela enrolava seus dedos em minha gravata, me puxando cada vez para mais perto. — O que foi? Você vem atrás de mim, eu te digo que não temos mais nada e agora que estamos aqui, você quer que eu vá embora com você? Me fala, qual é a porra do seu problema? — Meu problema é você! — Confessei tomando seus lábios às pressas, parecia que eu não a via há anos e isso se intensificava cada vez mais. Suspendi sua bunda, fazendo com que suas pernas se entrelaçassem em minha cintura. Sua mão agarrou firmemente meu pescoço, enquanto a outra ainda estava segurando minha gravata. O cheiro e gosto de álcool estavam impregnados em seu corpo, ela parecia algum tipo de droga viciante e eu desejava que ela me matasse de overdose. O calor do seu corpo, sua respiração ofegante e o contato de corpo a corpo, estava me deixando a ponto de fazer uma loucura. — Você ainda nã
Émie Carter: Dois meses depois…As coisas estavam indo devagar. Estava estudando, Michael estava trabalhando, Zenith estava estudando e fazendo os acompanhamentos necessários e eu juro que, eu tenho certeza que é ele quem está me mantendo de pé. A cada dia construímos um laço único, um amor que eu nunca senti por ninguém ou com algo, eu sinto por aquela criança tão pura.Fim de aula, estava indo até o meu armário ver se havia alguma correspondência quando vi Michael entrando na sala da Suzana, ela era professora de Economia e na hora minha mente apenas ficou confusa ao ver aquilo. — Émie, que bom te ver aqui. Está estando alguém? — Raul, um amigo que eu não via há anos, estava parado na minha frente completamente diferente do que eu poderia imaginar. — Eu… — Pensei em dizer que sim, mas eu não estava. Não queria me precipitar, por isso ignorei aquela cena de Michael e segui com meus planos. — Não tô acreditando, quem é você e o que fez com o Raul?— Quer tomar um café? Podemos colo
Michael Williams: — O que teve entre nós dois não foi nada, Émie. Tudo ficou no passado, ela é casada e… — Tentava mais uma vez me explicar, mas ela parecia não fazer questão de ouvir.— Por mim, tudo bem, é sério! Vocês já têm intimidade o suficiente para saber o que é melhor um para o outro. Imagino o que o marido dela pensaria sobre isso, não que eu esteja querendo ser problemática. Mas, eu acho suas atitudes uma merda, chego a pensar se gosta de me fazer de idiota, porque não tem condições o que você faz comigo. — O marido dela está doente, ela precisava de uma palavra amiga, Émie. Será que a sua capacidade de empatia sumiu? — Sim, se bem que eu nunca tive. — Após Zenith dormir ela levantou e saiu devagar, sem fazer barulho para não acordá-lo, deixando para trás as flores e as cartas que eu escrevi para ela. Antes de ir atrás dela, voltei para a cozinha e Suzana já não estava mais lá, mas havia deixado um bilhete dizendo que precisava ir embora e que depois a gente se via. Émi
Émie Carter: — Como está indo a biblioteca? — Eu não disse a ele que havia fechado antes de vir, estava passando por alguns reparos antes de abrir novamente. — Ela não está funcionando. Eu não estava com cabeça pra lidar com pessoas, acho que preciso reparar um pouco da minha saúde mental, se é que ainda tenho. — Se eu te pedisse para ir comigo em uma consulta, você iria? — Sim. Tenho medo de enfrentar coisas sozinha agora. Eu… quero pedir desculpas a você. Tenho tratado você com desdém, ignorância e arrogância, você não merece isso. Você me trata bem e eu sou uma filha da puta com você, como você tem tanta paciência? Acho que você seria mais feliz sem mim. — Como eu posso te amar tanto? Você é uma estúpida e eu não quero ninguém além de você. Por que duvidar tanto disso? — Talvez porque só esteja querendo ser gentil e me fazer sentir bem, quando na verdade tem nojo de mim, assim como eu também tenho. Mas, eu sempre amei você, eu não quero fazer você passar vergonha por aí ou se
Michael Williams: Alguns dias se passaram, Émie estava indo às terapias, mas sempre preferia entrar sozinha. Continuava estudando, Suzana mudou de faculdade e Émie permaneceu fazendo as mesmas coisas. Mas, ela está bem melhor que antes e isso já era alguma coisa. Não deve ser fácil ter passado tudo que ela passou e ainda continuar tentando. Era uma tarde de quinta-feira, seu aniversário e justamente o dia que ela mais gostava da semana. Zenith estava passando a semana com Betsy, que fazia questão de vir buscá-lo sempre. Estávamos a sós, tínhamos mil e um motivos para aproveitar momentos juntos e não estava medindo esforços para isso. Saímos da faculdade e estávamos indo até o carro quando, antes de mim ela falou:— Eu comprei um carro. — Ela estava morando em um apartamento, não muito longe do que eu morava atualmente com Zenith. — Quer dar uma volta comigo hoje? Podemos sair para jantar, aproveitar que estamos sozinhos hoje. — Hoje é seu aniversário, será que eu posso presentear vo
Émie Carter: A neve deixava tudo coberto, as ruas escorregadias me faziam temer sair de casa. Era aniversário de Zenith, estávamos esperando ansiosos por esse dia, agora estou com medo de sair e descer escorregando as escadas. — Carter, está tudo bem? — A voz de Michael junto às várias na porta, na hora me deu um susto por estar pensando em uma solução de sair. Abrir a porta e ele estava andando tranquilamente. Zenith estava bem agasalhado, suas bochechas vermelhas devido ao frio se tornaram fofas. Michael estava vestido elegantemente, enquanto eu estava o mais simples possível. — Viemos te buscar para conosco. A Srta. Carter, aceita sair com os dois homens da sua vida? — Hoje é meu aniversário, Émie. — Zenith falava devagar, como se estivesse falando em sílabas. Ele está tendo uma vitória a cada dia, está menos tímido, interage com outras crianças e fala algumas frases curtas. — Eu sei meu amor, por isso eu tenho presente pra você, que ver? — Zenith correu para dentro de casa,
Michael William: Estava esperando o meu voo, ansioso por Émie, ela prometeu que iria vir antes de eu embarcar. Estava ansioso, Zenith assistia quieto sentado na cadeira, enquanto eu olhava arredores, sem sair do lugar. — Me desculpa, a droga do meu carro já deu problema. — Émie estava eufórica, veio tão depressa que estava cansada. Suas mãos carregadas de sacolas, fraquejou no momento seguinte, não caindo no chão porque meu reflexo foi rápido. — Trouxe algumas coisas para vocês, algumas delas você tinha esquecido em casa e eu não pude deixar de lembrar. — Olhei e, dentro de uma das bolsas estava meu notebook, algo que eu jamais poderia esquecer. Émie era atenciosa, embora sei jeito fosse meio rude, esse era apenas o seu jeito de se defender. — Voce é mesmo meu anjo! — O sorriso brotou em seus lábios e ela correu até onde estava Zenith, que quando a viu também levantou pulou de felicidade. Arrumei as sacolas dentro da mala e voltei a observar os dois, que se entendiam como mãe e