Émie Carter: — Como está indo a biblioteca? — Eu não disse a ele que havia fechado antes de vir, estava passando por alguns reparos antes de abrir novamente. — Ela não está funcionando. Eu não estava com cabeça pra lidar com pessoas, acho que preciso reparar um pouco da minha saúde mental, se é que ainda tenho. — Se eu te pedisse para ir comigo em uma consulta, você iria? — Sim. Tenho medo de enfrentar coisas sozinha agora. Eu… quero pedir desculpas a você. Tenho tratado você com desdém, ignorância e arrogância, você não merece isso. Você me trata bem e eu sou uma filha da puta com você, como você tem tanta paciência? Acho que você seria mais feliz sem mim. — Como eu posso te amar tanto? Você é uma estúpida e eu não quero ninguém além de você. Por que duvidar tanto disso? — Talvez porque só esteja querendo ser gentil e me fazer sentir bem, quando na verdade tem nojo de mim, assim como eu também tenho. Mas, eu sempre amei você, eu não quero fazer você passar vergonha por aí ou se
Michael Williams: Alguns dias se passaram, Émie estava indo às terapias, mas sempre preferia entrar sozinha. Continuava estudando, Suzana mudou de faculdade e Émie permaneceu fazendo as mesmas coisas. Mas, ela está bem melhor que antes e isso já era alguma coisa. Não deve ser fácil ter passado tudo que ela passou e ainda continuar tentando. Era uma tarde de quinta-feira, seu aniversário e justamente o dia que ela mais gostava da semana. Zenith estava passando a semana com Betsy, que fazia questão de vir buscá-lo sempre. Estávamos a sós, tínhamos mil e um motivos para aproveitar momentos juntos e não estava medindo esforços para isso. Saímos da faculdade e estávamos indo até o carro quando, antes de mim ela falou:— Eu comprei um carro. — Ela estava morando em um apartamento, não muito longe do que eu morava atualmente com Zenith. — Quer dar uma volta comigo hoje? Podemos sair para jantar, aproveitar que estamos sozinhos hoje. — Hoje é seu aniversário, será que eu posso presentear vo
Émie Carter: A neve deixava tudo coberto, as ruas escorregadias me faziam temer sair de casa. Era aniversário de Zenith, estávamos esperando ansiosos por esse dia, agora estou com medo de sair e descer escorregando as escadas. — Carter, está tudo bem? — A voz de Michael junto às várias na porta, na hora me deu um susto por estar pensando em uma solução de sair. Abrir a porta e ele estava andando tranquilamente. Zenith estava bem agasalhado, suas bochechas vermelhas devido ao frio se tornaram fofas. Michael estava vestido elegantemente, enquanto eu estava o mais simples possível. — Viemos te buscar para conosco. A Srta. Carter, aceita sair com os dois homens da sua vida? — Hoje é meu aniversário, Émie. — Zenith falava devagar, como se estivesse falando em sílabas. Ele está tendo uma vitória a cada dia, está menos tímido, interage com outras crianças e fala algumas frases curtas. — Eu sei meu amor, por isso eu tenho presente pra você, que ver? — Zenith correu para dentro de casa,
Michael William: Estava esperando o meu voo, ansioso por Émie, ela prometeu que iria vir antes de eu embarcar. Estava ansioso, Zenith assistia quieto sentado na cadeira, enquanto eu olhava arredores, sem sair do lugar. — Me desculpa, a droga do meu carro já deu problema. — Émie estava eufórica, veio tão depressa que estava cansada. Suas mãos carregadas de sacolas, fraquejou no momento seguinte, não caindo no chão porque meu reflexo foi rápido. — Trouxe algumas coisas para vocês, algumas delas você tinha esquecido em casa e eu não pude deixar de lembrar. — Olhei e, dentro de uma das bolsas estava meu notebook, algo que eu jamais poderia esquecer. Émie era atenciosa, embora sei jeito fosse meio rude, esse era apenas o seu jeito de se defender. — Voce é mesmo meu anjo! — O sorriso brotou em seus lábios e ela correu até onde estava Zenith, que quando a viu também levantou pulou de felicidade. Arrumei as sacolas dentro da mala e voltei a observar os dois, que se entendiam como mãe e
Émie Carter: Alguns quarteirões antes de chegar em casa, percebi uma movimentação estranha, mas deveria ser alguma coisa com o vizinho, ele sempre estava arrumando confusão com os demais. Me aproximei sem me intrometer em nada, quando me dei conta que estavam me seguindo até o meu apartamento. — Em que posso ajudá-lo? — Perguntei ao agente que estava comido dentro do elevador. — Este é um mandato de prisão contra a senhorita Émie Carter Stark, a senhorita a conhece? — Eu tinha duas opções, mentir e dizer que não, ou falar a verdade e assumir minha merdas. — Sim, sou eu. Em que posso ajudá-lo? — Ele me entregou a carta, onde havia um mandato judicial de busca e apreensão para mim, alegando envolvimento no crime contra Mclay. Engoli em seco o nó que se formou em minha garganta e tentei não pensar negativo. O seguir até a viatura, onde entre e fui conduzida até a delegacia. Enquanto estava esoerando o delegado para dar meu depoimento, meu celular vibrou várias vezes, mas não pude at
Michael Williams: — Vamos conhecer pessoas novas hoje, Émie não estará conosco. — Disse olhando nos olhos de Zenith, ele estava triste por não ter visto ela desde que acordou, nem mesmo por chamada de vídeo. No estacionamento já havia um carro para minha locomoção. Hoje irei conhecer alguns membros do conselho onde irei ensinar a partir de amanhã, Zenith irá comigo e depois vai voltar com a sua rotina. Enquanto dirigia até o restaurante onde iríamos encontrar com o pessoal, liguei para Émie que não atendeu a nenhuma das ligações, nem respondeu nenhuma das mensagens e isso estava me deixando nervoso."Prof. Williams, poderia comparecer na escola? Tivemos mudanças de planos e houve alguns imprevistos. Mas, podemos remarcar para amanhã." — Nance falava em mensagem de áudio. "Tudo bem! Estou indo até a escola neste exato momento." — Respondi em mensagem de voz também e mantive minha atenção ao trânsito turbulento. Nancy é a Challenger da Universidade Brandon, onde irei ter o privilégi
Émie Carter: Acordei com um raio de sol clareando meus olhos. Abrir os olhos devagar, senti minhas costas doerem ao me mexer. Droga! — Café da manhã. — A agente empurrou uma marmita e um copo de café descartável, com tampa e canudo. Olhei para Aretuza que estava acordada, arrumando seus cabelos, cheio e longos, pretos e muito brilhosos. Ela parecia melhor que ontem, seus olhos estavam normais e ela até me olhou como uma pessoa normal. Ao seu lado não tinha mais nada, além de vários desenhos em preto e branco. — Bom dia, colega. Como foi sua noite? Parece que você apagou legal. — Ela perguntava enfiando um pedaço de pão na boca. — Bom dia… eu acho que não lembro de nada. — Respondi abrindo a marmita, tinha pão e alguns biscoitos. Eu não tinha a menor vontade de comer alguma coisa, mas Aretuza parecia faminta, então lhe ofereci o que era meu. — Tá afim? Eu não vou comer. — Apontei para o café e a marmita.— A comida sim, o café você toma, precisa renovar suas energias. — Joguei a
Michael Williams: Zenith me distraía, mas nada me tirava a preocupação que estava me deixando louco. Émie não me respondeu até o momento, Betsy também não me ligou para dizer o que houve e eu já não sei mais o que fazer a não ser ter paciência e esperar. Ao abrir o Notebook, recebi uma ligação de um número desconhecido e atendi sem pensar duas vezes: "Alô? Com quem estou falando?" "Falo com Michael Williams?" Conformei que sim rapidamente antes dele terminar de falar meu nome. "Estou ligando a pedido de Émie Carter, a mesma se encontra presa no momento. Acusada pelo assassinato de Mclay." Dei um pulo da cama com a notícia, ao perceber que tinha razão quando pensei que as coisas não estavam bem. "Afinal, quem é você?" "Advogado dela, ngelo. Sr. Williams. A mesma pediu para que não se preocupe." "Obrigada por avisar." Foram as únicas palavras antes da ligação ser encerrada. Mil e um pensamentos atormentavam minha mente no momento, estava entre seguir minha vida ou ajudar Émie e