Algum tempo depois… Émie Carter: Tentava descansar um pouco depois de um dia inteiro de trabalho, onde ainda tive que lidar com as ameaças dos meus pais. Ainda estava acomodada na casa de Michael, porém, sinto que nos distanciamos um pouco, e parece que ele tem outro alguém. Betsy estava na cidade, veio buscar algumas de suas coisas que ficaram na casa daqui e decidiu vir me visitar, então, estávamos no shopping escolhendo alguma coisa para vestir e nos divertir mais tarde, enquanto Rick nos acompanhava, como sempre… — Você parece mais pálida desde a última vez que te vi, tem certeza que está tudo bem? — “Tudo bem” era uma palavras forte demais, mas eu só tinha que concordar que sim. — Acho que o trabalho está acabando comigo. Não vejo a hora das coisas saírem como eu quero, para então ir para a Itália. — Está falando sério? — Ela me sacudia como se eu fosse sua pelúcia. — Émie, estou tão feliz por estar ouvindo isso. Michael já sabe? Bem… havia muitas coisas que nos deixaram ch
Michael Williams: “Alô?” Quando Olivia falava, parecia que ela estava tentando ser sexy, mas era apenas seu jeito e eu já estava mais que acostumado com isso. “Como ela está? Tem feito o que eu pedi?” “Claro! Sem deixar nenhum detalhe a desejar. Primeiro: ela está caindo direitinho nos e-mails em que estou usando, como se fosse você quem estivesse os abrindo. Ela abre as fotos, depois deleta as fotos e deixa apenas as mensagens, mas não ousa em responder. Segundo: ela está a desvencilhar-se dela mesma já faz alguns dias. Desde que você voltou para a Itália, que Émie tem seguido uma rotina bastante preocupante, trabalho; biblioteca e depois, antes de voltar para casa, ela compra bebidas alcoólicas e vai para casa, algumas vezes tomando caminhos diferentes…” Olivia era nada menos que uma detetive, mas, além disso, ela era minha amiga de tempos. Com a sua ajuda, desde que voltei para cá, ela passou a vigiar Émie, todo cuidado sobre aquela criatura era pouco. O lance das fotos não pas
Émie Carter: Me sentia vazia, triste, magoada e sozinha… o taxista que me trouxe até a boate, foi o mesmo que me levou até a casa de Michael, não sei se é coincidência ou algo tramado por ele também. Eu precisava de um choque de realidade e ao mesmo tempo queria esquecer quem eu era. A dor corroía meu ser de uma forma dolorosa, trazendo consigo a sensação de que aquilo nunca iria passar, e como uma boa pessoa que faz sempre tudo o que lhe convém, decidi que estava na hora de fazer Michael pagar tudo na mesma moeda. Ele gosta de mulher, eu gosto de homem e está tudo certo. Cheguei no barman e pedi de início cinco shot de tequila, precisa de ânimo para seguir a noite, embora tudo ao meu redor fosse duvidosos, tive a leve impressão de estar sendo observada. — Émie… — Olhei para o lado e me deparei com uma baita de uma loira ao meu lado, bonita, sexy e com cara de quem joga sujo. — Sou Olívia, amiga do Michael… Cretina! Ela era a mesma mulher que eu vi nas fotos, porém, era ainda mai
Michael Williams: — Olha, Carter. Eu não quero que as coisas saiam do controle agora. Então, por favor, vamos embora? — Pedi enquanto ela enrolava seus dedos em minha gravata, me puxando cada vez para mais perto. — O que foi? Você vem atrás de mim, eu te digo que não temos mais nada e agora que estamos aqui, você quer que eu vá embora com você? Me fala, qual é a porra do seu problema? — Meu problema é você! — Confessei tomando seus lábios às pressas, parecia que eu não a via há anos e isso se intensificava cada vez mais. Suspendi sua bunda, fazendo com que suas pernas se entrelaçassem em minha cintura. Sua mão agarrou firmemente meu pescoço, enquanto a outra ainda estava segurando minha gravata. O cheiro e gosto de álcool estavam impregnados em seu corpo, ela parecia algum tipo de droga viciante e eu desejava que ela me matasse de overdose. O calor do seu corpo, sua respiração ofegante e o contato de corpo a corpo, estava me deixando a ponto de fazer uma loucura. — Você ainda nã
Émie Carter: Dois meses depois…As coisas estavam indo devagar. Estava estudando, Michael estava trabalhando, Zenith estava estudando e fazendo os acompanhamentos necessários e eu juro que, eu tenho certeza que é ele quem está me mantendo de pé. A cada dia construímos um laço único, um amor que eu nunca senti por ninguém ou com algo, eu sinto por aquela criança tão pura.Fim de aula, estava indo até o meu armário ver se havia alguma correspondência quando vi Michael entrando na sala da Suzana, ela era professora de Economia e na hora minha mente apenas ficou confusa ao ver aquilo. — Émie, que bom te ver aqui. Está estando alguém? — Raul, um amigo que eu não via há anos, estava parado na minha frente completamente diferente do que eu poderia imaginar. — Eu… — Pensei em dizer que sim, mas eu não estava. Não queria me precipitar, por isso ignorei aquela cena de Michael e segui com meus planos. — Não tô acreditando, quem é você e o que fez com o Raul?— Quer tomar um café? Podemos colo
Michael Williams: — O que teve entre nós dois não foi nada, Émie. Tudo ficou no passado, ela é casada e… — Tentava mais uma vez me explicar, mas ela parecia não fazer questão de ouvir.— Por mim, tudo bem, é sério! Vocês já têm intimidade o suficiente para saber o que é melhor um para o outro. Imagino o que o marido dela pensaria sobre isso, não que eu esteja querendo ser problemática. Mas, eu acho suas atitudes uma merda, chego a pensar se gosta de me fazer de idiota, porque não tem condições o que você faz comigo. — O marido dela está doente, ela precisava de uma palavra amiga, Émie. Será que a sua capacidade de empatia sumiu? — Sim, se bem que eu nunca tive. — Após Zenith dormir ela levantou e saiu devagar, sem fazer barulho para não acordá-lo, deixando para trás as flores e as cartas que eu escrevi para ela. Antes de ir atrás dela, voltei para a cozinha e Suzana já não estava mais lá, mas havia deixado um bilhete dizendo que precisava ir embora e que depois a gente se via. Émi
Émie Carter: — Como está indo a biblioteca? — Eu não disse a ele que havia fechado antes de vir, estava passando por alguns reparos antes de abrir novamente. — Ela não está funcionando. Eu não estava com cabeça pra lidar com pessoas, acho que preciso reparar um pouco da minha saúde mental, se é que ainda tenho. — Se eu te pedisse para ir comigo em uma consulta, você iria? — Sim. Tenho medo de enfrentar coisas sozinha agora. Eu… quero pedir desculpas a você. Tenho tratado você com desdém, ignorância e arrogância, você não merece isso. Você me trata bem e eu sou uma filha da puta com você, como você tem tanta paciência? Acho que você seria mais feliz sem mim. — Como eu posso te amar tanto? Você é uma estúpida e eu não quero ninguém além de você. Por que duvidar tanto disso? — Talvez porque só esteja querendo ser gentil e me fazer sentir bem, quando na verdade tem nojo de mim, assim como eu também tenho. Mas, eu sempre amei você, eu não quero fazer você passar vergonha por aí ou se
Michael Williams: Alguns dias se passaram, Émie estava indo às terapias, mas sempre preferia entrar sozinha. Continuava estudando, Suzana mudou de faculdade e Émie permaneceu fazendo as mesmas coisas. Mas, ela está bem melhor que antes e isso já era alguma coisa. Não deve ser fácil ter passado tudo que ela passou e ainda continuar tentando. Era uma tarde de quinta-feira, seu aniversário e justamente o dia que ela mais gostava da semana. Zenith estava passando a semana com Betsy, que fazia questão de vir buscá-lo sempre. Estávamos a sós, tínhamos mil e um motivos para aproveitar momentos juntos e não estava medindo esforços para isso. Saímos da faculdade e estávamos indo até o carro quando, antes de mim ela falou:— Eu comprei um carro. — Ela estava morando em um apartamento, não muito longe do que eu morava atualmente com Zenith. — Quer dar uma volta comigo hoje? Podemos sair para jantar, aproveitar que estamos sozinhos hoje. — Hoje é seu aniversário, será que eu posso presentear vo