O último mês foi uma correria constante e eu me sinto muito dolorida, o meu médico insistiu que eu ficasse de repouso completo, sem muito movimento pesado e nada de atividade física, nem mesmo nadar na piscina sozinha. Joshua está trabalhando na reta final de sua campanha, nós quase não nos vimos nas últimas duas semanas. — Ficarei em casa com você, querida. — ele me beijou assim que acordei e percebi seu corpo grande ao meu lado. — Eu posso ficar bem, se você tiver muito o que fazer... — Não, no momento atual, não há mais nada que possamos fazer para ganhar ou perder. — ele beijou minha testa. — Você se sente bem? — Sim, eu me sinto muito bem, apesar de estar sendo quase esmagada por seus filhos — sorri. — Só mais um mês e meio e nós teremos os dois aqui. — ele disse animado. — E você estará bem. — Certo, eu não vejo a hora disso acontecer. — sorri. Muitas coisas aconteceram desde o encontro que tivemos com Martin e Dalila, obviamente ela não acabou com seu precio
O evento está correndo como planejado, as pessoas falando ao microfone e as câmeras gravando, a maioria dos jornais locais estão aqui para cobrir o evento. Eu fiz um discurso longo alguns minutos atrás, quando desci do palco, liguei para o número de Olívia, mas ela desligou a chamada, tentei novamente pelos vinte minutos seguintes. — O que houve? Está olhando para o telefone como se ele fosse venenoso — Morgana chegou perto. — Olívia não está atendendo. — avisei. — Calma, ela deve estar cochilando, olha a hora, passou das dez e meia, ela deve estar deitada. — ela comentou. É verdade, eu ficaria calmo com essa explicação se eu não tivesse sentido aquela pontada no peito ao me despedir dela, uma sensação muito estranha desde que saí de casa, algo como medo e tristeza. — Pode ser — murmurei e tentei ligar novamente. — Joshua, devo dizer que estou apostando alto que você vai vencer. — ouvi uma voz séria atrás de mim. Senti uma mão forte em meu ombro e guardei o telefone
— Não posso perdê-la, Olívia é minha vida, eu morrerei se alguma coisa acontecer com ela. — murmurei. — Eu morrerei... eu com certeza morrerei. — Joshua, volte a realidade, Joshua — meus irmãos continuaram me balançando. Eu os ouvia ao longe, como se estivessem no fundo da minha mente. Senti uma ardência do lado esquerdo do rosto, percebi que levei um tapa e fiz contato visual com Dylan, ele me encarava de olhos arregalados e disse: — Desculpe, não quis te machucar, mas você estava paralisado, murmurando que vai morrer. — A Olívia... — comecei a falar. — Ela vai ficar bem, eu prometo, ela vai ficar bem, Joshua. — Kai afirmou com a mão em meu ombro. — Meus filhos... — Também ficarão bem. — ele disse. Dei um passo para trás, saindo do toque deles e passei a mão no cabelo, preciso me recompor, surtar não vai me ajudar em nada, puxei a ponta do blazer para baixo e arrumei a roupa, em um gesto de recomposição. — Esperarei por notícias dela. O médico disse que ela
Quatro dias se passaram e nada. Olívia não acorda. Eu estou quase sucumbindo ao desejo de forçar a equipe de médicos a trovar sua abordagem, apesar de suas garantias de que ela não tem sequela nenhuma e que deve acordar em breve. Mas quando será esse "em breve"? — Tem certeza? — questionei mais uma vez. — Senhor Hoke, estamos monitorando sua esposa, ela passou por um estresse grandioso, ela precisa de tempo para descansar e se recuperar, seu corpo sofreu danos... danos dolorosos, causados pela queda, seja paciente. — ele pediu. Eu estava praticamente vivendo no hospital, paguei caro para que eles me deixassem ficar em um quarto ao lado e conectado ao de Olívia. Minha mãe chegou do Havaí assim que soube e está cuidando da minha casa. — É difícil esperar quando o amor da sua vida está deitado em uma cama de hospital, com ossos quebrados e desacordada há quatro dias. — falei em tom sério e duro. Sei que o médico não tem culpa e está fazendo o possível para que ela fique
"Eu sinto a sua falta. Mesmo estando aqui e agora, eu sinto a sua falta, meu amor, eu não sei se você pode me ouvir, mas eu quero que saiba que eu estou aqui, estou aqui para você." "Olívia, meu amor, nossos filhos são lindos, eles estão bem e saudáveis, você precisa acordar para vê-los." "Eu sei que você vai acordar, você não pode me deixar, querida, eu não vivo sem você, eu te amo, você sabe disso, não é? Eu amo você" Algumas vezes eu voltava à consciência e ouvia a voz do meu marido. Meu amor. Meu tudo. Eu sentia a nota de desespero em sua voz, cada frase que ele dizia, vinha carregada de um medo mais evidente e eu não queria que ele sentisse isso. Eu queria dizer a ele que estava ouvindo tudo, queria que Joshua soubesse que eu estou consciente, apenas não consigo vê-lo, meus olhos estão pesados e meus lábios parecem dois portões de aço bem selados, impedindo minha voz de sair. "... eles estão preocupados com você, sabe, minha família. Como você se sente hoje, querida
Eu me lembro de pouca coisa depois que caí, na verdade eu acho que apaguei antes de bater no chão, depois me lembro de abrir os olhos e ver alguém me olhando de cima, na varanda, mas depois apaguei novamente. Afastei esses pensamentos ao ver que meus filhos eram trazidos até mim, realmente Joshua não mentiu, nossos bebês são perfeitos. — Então, eu ainda não nomeei nenhum, porque você estava desacordada e nós combinamos de nomeá-los assim que eles nascessem. — Joshua disse. — Oh meu Deus... — sussurrei sentindo a queimação das lágrimas em meus olhos. A enfermeira colocou um em meus braços e Joshua segurou o outro, meu pequeno homem abriu os olhinhos expressivos, da mesma cor do pai e eu vibrei emocionada, a mulher ficou segurando ele de forma segura, já que meu outro braço estava imóvel. — Esse é... Kaili. Kaili Hoke. — confirmei. Joshua levantou o olhar e franziu a testa, estava me encarando com uma expressão surpresa, emocionada e agradecida. — Obrigado, isso significa muito p
Se não fosse por Kai e Dylan, eu não teria visto nada, minha raiva teria matado Martin, o que seria um grande problema, mas porra, ele assediou minha mulher, quando esse pensamento vem na minha mente eu sinto vontade de queimar tudo, quebrar tudo, destruir tudo. Olívia está mais calma, com a cabeça encostada na minha, me encarando de frente e sorrindo. — Quer saber um segredo? — ela perguntou. — Qual? — Estou morrendo de vontade de fazer amor com você. — ela falou e sorriu. Isso conseguiu acalmar a raiva que borbulhava dentro de mim, eu segurei em suas bochechas e lhe dei mais um beijo apaixonado. — Eu também, querida. — concordei. — Você não faz ideia do tamanho do meu desejo por você. — sorri. — Quero falar com o médio, quero ter certeza de que está tudo bem comigo e que em breve eu irei para casa. — ela suspirou. — Não quero mais ficar aqui. — ela falou essa última parte de cabeça baixa. A culpa novamente me inundou, o que teria acontecido se eu demorasse mais
Acordei me sentindo menos dolorida e mais atenta. Os últimos quatro dias foram intensos, a enfermeira traz meus filhos duas vezes ao dia, a primeira que eu pude amamentar foi tão especial que eu chorei por horas. Joshua precisou se ausentar hoje, mas deixou os irmãos comigo, os três pareciam agitados, o telefone tocando o tempo todo. — Gente, o que está acontecendo? — perguntei. — Nada demais, ansiedade por causa da votação, Morg vai primeiro, depois eu e depois Kai, você não vai ficar sozinha. — Dylan explicou. — O quê? É hoje? — perguntei ansiosa. — Oh meu Deus, é verdade, é hoje mesmo, eu preciso ir, preciso estar com Joshua. — falei movendo as pernas para o lado. — Ei, não, Olívia, você não pode. — Kai falou e correu até mim. — O médico disse que vou receber alta no final da semana, é amanhã ou depois, não tem problema eu adiantar uns dias. — respondi. — Não, não, querida. Recebemos ordens explícitas para que você ficasse aqui. — Morg respondeu. — Joshua ficará furio