Percebi a fúria no olhar em seu olhar e todo sarcasmo se dissipar por completo quando se curvou na minha direção.Ela deu um longo suspiro:- Como eu dizia... Faço parte da comitiva real...- Me referi a ele. – A olhei, apontando para Catriel.- Ele... O quê? – Anna Julia arqueou a sobrancelha, incerta.- Chamá-lo de Alteza e curvar-se. Catriel é seu futuro rei.- Não tem... O direito de exigir isso de mim. – Anna Julia me desafiou e depois olhou para Catriel, em busca de socorro.- Sim, tenho. Sou futura rainha de País del Mar, já que casarei com Lucca Levi Mallet, talvez o futuro rei de fato, já que nosso herdeiro aqui talvez jogue a coroa para cima – encarei Catriel.- Eu... Tenho intimidade com ele... O suficiente para... – Ela argumentou olhando para o amante.- Faça o que a princesa ordenou, Anna Júlia. – Catriel foi categórico.Percebi ela engolir o orgulho e pompa e curvar-se em direção ao herdeiro do trono, pronunciando “Alteza” de forma quase inaudível.- Ótimo! Agora que já
- Mas... Você é o paparazzi que foi atropelado pela princesa blogueira. – Ouvi a voz de uma mulher.Assim que consegui chegar nos elevadores, junto de Max, Odette nos esperava, abrindo imediatamente a porta. Entramos os três ao mesmo tempo. A porta se fechou e desabei em lágrimas.Odette veio na minha direção, pegando minha mão vazia.- Precisa ficar calma, minha amiga!- Eu... Não aguento mais isto. Tenho vontade... De sumir, ir para longe de tudo e nunca mais voltar. Sinto que... Estão sugando minha vida, minha alegria...- Você é forte, Aimê! Sabemos que isso não durará para sempre. Mais cedo ou mais tarde eles terão que encontrar outro assunto e esquecerão da princesa de Alpemburg.- A única que faz porras? – Ri, aturdida, enquanto Max limpava minhas lágrimas.A porta do elevador se abriu e os dois me levaram em direção ao lugar que seria o meu quarto.- Seus pais estão na suíte principal – Odette avisou – E a sua é esta. Creio que vá gostar, Alteza.Só vi que era grande e a cama
Eu já estava no restaurante do Hotel, bebendo um drinque sem álcool junto de meus pais, numa mesa reservada, quando vi Lucca chegando ao local. Usava um terno com camiseta branca por baixo e tênis. Sorri quando nossos olhos se encontraram. Eu adorava o estilo despojado dele de se vestir e ser.Embora o lugar estivesse quase cheio de famílias da realeza e seus agregados convidados, parecia que nada me chamava a atenção a não ser os Levi Mallet.- Boa noite, Majestades! Alteza! – Lucca curvou-se.- Olá Lucca. – Sorri.- Lucca, é um prazer revê-lo! – Minha mãe o olhou atentamente.Ele apertou a mão de meu pai com firmeza.- Meus pais pediram que eu os convidasse para jantarmos juntos. É possível? – Perguntou.- Claro! – Meu pai aceitou – Irei chamar o responsável pelo restaurante para que nos acomode numa mesa maior.- Enquanto isso, o que acha de esperarmos no bar? – Lucca me convidou.- Ótimo! – Levantei e o acompanhei até o bar que havia dentro do restaurante.Nos sentamos nos bancos
Sorri e o segui até a mesa, onde nos sentamos um ao lado do outro, ficando de frente para Catriel.- Boa noite! – Cumprimentei a parte da família que já estava à mesa.- Boa noite, querida! Está linda, como sempre. Uma verdadeira princesa – elogiou-me a rainha Nair – E este aroma... – aspirou o ar vagarosamente.- Melancia. – Catriel disse seriamente, me olhando.- Sim, melancia. – Ela sorriu.- Calvin Klein Escape, o perfume preferido dela. – Minha mãe mencionou.O rei Colton e meu pai falavam animadamente, não se atentando à nossa conversa.- Lembro de ter sentido este cheiro... – A rainha Nair estreitou os olhos.- Deve ser a memória olfativa de quando Aimê esteve no castelo. – Lucca disse, sem se preocupar muito.- Não... Não era dela. Tanto que... Achei estranho e... – ela apontou para Catriel – No seu quarto, no castelo!Catriel tossiu, bebendo um grande gole de água.- Não estive no quarto dele nunca. Eu juro. – Me defendi.- Não, querida, claro que não. Mas me chamou a atenção
Levantei e fui para meu quarto. Claro que eu não ficaria ali para atrapalhar os dois. Queria muito que Lucca e Odette se entendessem. E nada melhor que a noite, o frio, um cobertor e chocolate quente para confessarem o que sentiam um pelo outro.Claro que eu não aceitaria mais o casamento com Lucca. Para mim já estava claro o interesse dele por minha amiga. E o dela por ele foi imediato, assim como o meu por Catriel, quando o vi pela primeira vez, com o bumbum de fora, na fotografia no meu celular.Era hora de seguir em frente e focar na minha coroação. Precisava recuperar a confiança do povo de Alpemburg e esquecer que Catriel existiu na minha vida. Ele não merecia sequer que eu olhasse em sua direção.Peguei meu celular para ajustar o despertador para o dia seguinte e vi a mensagem de meu pai:“O rei Colton já marcou uma coletiva de imprensa para amanhã às dez horas da manhã para anunciar o casamento. Acho precipitado, mas eles estão muito ansiosos. Lembre-se de preparar um discurso
- Sim. Ariel morreu no acidente. Eu fiquei com alguns ferimentos sérios... – tocou na cicatriz próxima da sobrancelha e em seguida abriu mais alguns botões da camisa, mostrando a outra no peito – Mas sobrevivi.- E... Siena?- Um milagre: saiu ilesa, sem nenhum ferimento, embora o carro tenha capotado.- E o pai dela? O que houve com ele?- Ficou meses em coma.- E...- Podemos deixar esta parte para um outro dia?- E se não houver um outro dia?- Haverá um outro dia, Aimê. Eu... Gostaria muito que houvesse... – Falou de forma gentil, logo abaixando o olhar.Senti um engasgo e um frio percorrendo minha espinha.- Um carro passou logo em seguida e só havia um homem nele, que retirou Siena das ferragens. Ela estava a salvo e ilesa, mas nunca mais falou depois disto. Minha pequena só tinha quatro anos na época.- E depois que tiraram Siena?- Ele conseguiu retirar o pai dela, e a mim...- E...- Outro carro veio... A chuva estava forte. O motorista não conseguia enxergar direito na curva
Então, com meu coração parecendo estar batendo em cada centímetro do meu corpo, sentindo o sangue percorrer veia por veia, finalmente o meu maior desejo dos últimos tempos se realizou. E senti os lábios de Catriel junto dos meus.O início foi um leve encostar de lábios, como se precisássemos nos sentirmos antes de finalmente nos abrirmos para a intimidade do momento. As mãos de Catriel pousaram delicadamente na minha cintura enquanto enlacei seu pescoço, de forma apreensiva.O frio na barriga era uma constante e sentir a respiração dele no mesmo ritmo da minha era simplesmente incrível. Não tenho ideia de quanto tempo ficamos nos punindo daquela forma, sem nos darmos ao direito de deixar que nossas línguas se encontrassem de fato.Fui forte o suficiente para esperar pela reação dele, que foi o primeiro a não suportar mais, envolvendo minha boca completamente na sua, deixando-me sentir sua língua morna e saborosa, que parecia querer engolir a minha.As mãos de Catriel perderam a doçura
Gemi, mordendo o lábio, sentindo o leve gosto de sangue na boca, enquanto meu corpo parecia emergir para uma outra dimensão, na qual eu jamais havia chegado e da qual nunca mais queria sair.Quando abri os olhos novamente, relaxando meu corpo, percebi os olhos dele fixos nos meus, com um leve sorriso emoldurando o rosto perfeito, que tanto ocupou minha mente nos últimos meses:- Não lembro a última vez que vi algo tão perfeito quanto você a gozar, meu amor!Eu sorri, respirando fundo, incerta se conseguiria me recompor algum dia do que tinha acontecido sobre aquela cama de Hotel em Avalon.Catriel tocou minha boca, observando o sangue em seu dedo indicador. O rosto veio de encontro ao meu e beijou-me, sugando de forma leve meu lábio inferior.- Eu estou completamente louco por você, Aimê!Ainda imersa no azul dos seus olhos, fui desabotoando botão por botão de sua camisa, até deparar-me com o peito nu acima do meu. Alisei-o, atentando meus dedos na cicatriz, que alisei sem pressa. Ele