TaraFicamos em silêncio durante o caminho todo de volta paracasa. Não sei bem o que dizer, e Mason parece estar a um comentário de me comer no carro da mãe, então fico em silêncio.Minha frequência cardíaca chega a um nível crítico quando ele entra na garagem, e perco o fôlego quando ele me tira do carro e me leva diretamente para a casa.Ele se move muito rápido. Em um momento, estou erguendo os olhos fixos para ele, no outro, estou sendo empurrada contra a parede. Minha espinha formiga pelo impulso.— Diga o que você quer. — Sua expressão ensandecida faz algo maluco com minhas entranhas.Meu coração bate forte contra o peito, meu pulso acelerando a cada batida. Perco completamente a capacidade de falar. O jeito como ele me encara, com o maxilar cerrado e as narinas se alargando a cada respiração ofegante, me dá calafrios.— Não sei.Ele solta um resmungo enquanto dá um passo para trás. Sinto falta de seu calor no mesmo instante.— Mason… — Estendo a mão para tocar nele, mas ele a
Tara — Por que você não usou camisinha? — Tara perguntaenquanto veste uma camiseta limpa. Eu me ocupo fingindo revirar uma gaveta. — Não queria estragar o momento perguntando se você estava afim de tentar ter um bebê ou não. — Li bem o contrato e não tinha nenhuma clásula sobre termosum bebê. — Então, o quê, transar só seria um jeito de você cumprir suaparte do contrato? — Meu tom é mais ácido do que eu pretendia. — Não foi isso que eu disse. — Então o que foi que disse? — retruco. — Quero dizer que eu sei que nós não concordamos em ter umFilho... — Ela vai perdendo a voz. Ela está tirando uma com a minha cara? Se sentimosatração um pelo outro. A maneira como ela minimiza nossaconexão me faz querer jogá-la de volta na cama e mostrar paraela a atração que ela sente por mim. Que palhaçada. Você está com raiva de si mesmo porque estádesenvolvendo sentimentos e ela não. Puta que pariu, estou com raiva, sim. Odeio esse incômodoque cresce no meu peito a cada respiração ofegante ta
TaraAcordo suando e sem conseguir mexer nada além dacabeça.Não sei como vim parar na cama de Mason, presa nosbraços e pernas dele.A audácia desse homem não tem limites. Tento escapar deseu aperto, mas isso só parece piorar as coisas. Seus braços meapertam mais enquanto ele murmura algo ininteligível no meucabelo.— Mason. — Empurro seu peito.— Shh. — Ele beija o topo da minha testa antes de soltar umsuspiro baixo.— Acorda. — Eu o empurro com um pouco mais de força, oque parece fazer efeito.Ele pisca para o teto antes de olhar para mim.— Bom dia. — Seus braços continuam me prendendo a seu lado.— Pode pegar seu bom dia e enfiar no rabo.Ele ri, e fico instantaneamente incomodada pela maneiracomo o som aquece minhas entranhas como álcool no auge doinverno.— Tem algum motivo para eu estar na sua cama?— Porque eu queria poder fazer isso.Minhas costas acertam o colchão logo antes de seus lábiosapertarem os meus. O beijo é um completo contraste com odesespero de ontem,
MasonTara estava em pé ao lado da minha mesa, com os olhos concentrados no Ipad enquanto analisava as condições do contrato do Sr. Yakura.~ Se seu plano continuar dando certo, irá conseguir em breve o contrato com O Sr. Yakura ~ Ela comenta sem me olhar.— Não me diga coisas fofas no trabalho.— Por que não?— Porque me dá vontade de fazer algo inapropriado.Eu me recosto na cadeira e jogo os papéis na mesa.— Tipo o quê?Ela abana o dedo.— Não. Sou proibida para você durante o horário de trabalho.O sangue corre diretamente para o meu pau.— Podemos dizer que estamos doentes.O que está fazendo ao sugerir que os dois matem o trabalho? Ela ri.— Estamos no meio de um dia de trabalho, e você vai se reunir com o chefe de desenvolvimento do parque daqui a dez minutos.Olho a hora no computador.— O tempo está passando, então.Aperto o botão de trava automática embaixo da mesa, e o som de clique faz as sobrancelhas dela se erguerem.— O que você está…Pego a mão dela e a puxo diretamen
TaraDeixo minha bolsa de lado para poder atender meu celular tocando, percebendo que era uma ligação da minha mãe.— Por favor, diga que você não está grávida.— Como é que é? Você acabou de perguntar se estou grávida ? — Bato o punho no peito duas vezes para me ajudar a respirar.— Sim.— Por quê?! — Confiro meu aplicativo do ciclo menstrual, apesar de não transar há meses.— Você não sabe — Minha mãe sussurra, como se estivesse falando sozinha.Meus joelhos tremem, então me sento no vaso sanitário do reservado.— O que houve?— Tem… matérias saindo sobre você.— Sobre mim ?— E um tal de Mason Delaney ~ Sua voz era de completo desgosto ~ Foi atrás do seu pai?!.Sinto um aperto no peito.— Mande para mim.Ela solta um barulho.— Acho que é melhor você não ver ~ Ouço ela forçar um sorriso ~ Então está mesmo com ele.Merda. Ácido sobe pela minha garganta enquanto ignoro minha mãe e digito meu nome no site de busca com os dedos trêmulos. Os resultados são horrendos. Cada manchete conse
MasonFicar imerso ao trabalho foi um erro. Nunca passei uma hora sem olhar para o celular, que dirá dias.É o que acontece quando se ocupa com algo.Durante meu período fora do mapa, alguém inventou uma história para as revistas de fofoca de que meu casamento era falso. Não duvido que meu pai esteja por trás desse tipo de campanha, embora seja difícil provar.Devo admitir: ele foi meticuloso, chegando a incluir uma série de documentos falsos detalhando coisas que Tara e eu nunca nem discutimos em nosso contrato. A história me retrata exatamente como o monstro que o mundo imagina que eu seja. Manchetes sobre uma herança especulada.Entrevistas de futuros ex-funcionários afirmando que meu relacionamento com Iris surgiu do nada, tudo por causa de uma cláusula do meu avô sobre gerar um herdeiro. Há até fotos de ultrassom de um bebê que definitivamente não é meu.Eu não daria nenhuma atenção às manchetes, mas o jeito como se referem a Tara… é simplesmente inaceitável.Você nunca se import
MasonConsidero ir à casa de Gemma. A tentação de quebrar o maxilar de Otto é forte, mas me seguro. Dar um soco nele só me faria me sentir melhor por um momento, mas destruir tudo que ele ama vai ser uma alternativa muito mais satisfatória.Crescer sendo criado por alguém como ele significou desenvolver as mesmas características porque, para sobreviver a alguém como ele, eu precisava evoluir. Aprendi por um processo doloroso de tentativa e erro a esconder o jogo porque amar alguma coisa significa correr o risco de perdê-la. Já amei e já perdi, e odeio as duas coisas com a mesma intensidade.Uma voz retumbante fora da porta do meu escritório, seguida pela risada estridente de Tara, me faz avançar até aporta e girar a maçaneta. Eu a abro e encontro Tara e Otto no meio de uma troca fatal de olhares.Ele abre um sorriso sarcástico para mim.— Chegou na hora perfeita. Chame a sua cadela para ir até você.Mal dou um passo quando o punho de Tara voa, acertandoo maxilar de Otto. Ela grita qu
MasonComo Tara não consegue segurar o celular, fico responsável por digitar tudo que ela dita. Eu sabia que fazia muitas coisas, mas só fui entender toda a extensão de seu trabalho quando acompanhei cada uma de suas tarefas com ela.Não é de se admirar que ela não esteja feliz. O número dee-mails que ela tem que avaliar por hora deixaria qualquer um maluco. Ou talvez eu esteja enlouquecendo só de estar tão perto dela. O cheiro de seu sabonete de baunilha está impregnado em minha memória enquanto ela fica ao meu lado, apontando para e-mails diferentes com a mão não machucada.Percebo que seu nervosismo fica mais forte quando chegamos perto do hospital. Seus joelhos sobem e descem enquanto ela dita uma mensagem após a outra que preciso enviar, alterando toda a minha agenda do dia.O trabalho não para por aí. Depois que registramos a entrada dela, uma enfermeira nos dá uma prancheta cheia de páginas de informações que precisamos preencher. Tara a encara como se o objeto pudesse pegar f