Dentro do galpão...O silêncio do galpão é quebrado pelo som das portas se abrindo com violência. Dois homens entram, armas em punho, apontando-as diretamente para os dois prisioneiros.— Nem se mexam!, — um deles grita, enquanto os meliantes arregalam os olhos, surpresos e assustados, tentando entender o que estava acontecendo.No fundo do galpão, ainda envolto em sombras, o jovem ri baixinho, sua silhueta parcialmente coberta pela escuridão, suas mãos cruzadas em uma postura despreocupada.— Qual é a graça, Clarck? — rosna um dos homens, irritado.Sem responder, o jovem dá dois passos lentos à frente, deixando as sombras para revelar sua identidade completamente. A expressão de tranquilidade em seu rosto só aumenta a tensão.— O-o quê? — balbucia um dos homens, espantado. — Não pode ser... Se você está aqui... — Ele rapidamente tenta pegar o telefone, seus dedos tremendo ao discar, mas é surpreendido por Taylor, que se aproxima e acerta uma coronhada forte em sua cabeça. O homem des
A rua estava caótica. Carros parados, motoristas fora dos veículos tentando entender o que tinha acontecido, e transeuntes curiosos formando um círculo em torno de Clarck. A cena era iluminada pelas luzes amareladas dos postes e pelos faróis dos carros, criando um contraste com o céu escuro da noite.— Clarck! — a voz de Jenner ecoou pela rua, carregada de desespero. Ela descia as escadas do hospital a toda velocidade, seu salto batendo contra o concreto enquanto seus olhos estavam fixos no corpo caído do cunhado.A garota que Clarck perseguia parou abruptamente alguns metros adiante. Ela olhou para trás, vendo Clarck tentar se mexer no asfalto. Por um momento, ela hesitou. Seus lábios se curvaram em um sorriso de alívio ao perceber que ele ainda estava vivo, mas o momento de preocupação foi breve. Ela virou as costas e continuou correndo, desaparecendo na escuridão da rua.Jenner atravessou a rua sem olhar para os lados, ignorando os motoristas que buzinavam impacientemente. — Saiam
Algumas horas depois, após receberem a notícia de que Selena havia acordado, ela foi avaliada pelos médicos e então eles permitiram que ela recebesse visitas. O ambiente estava iluminado suavemente pela luz do sol que atravessava as persianas parcialmente abertas. O ar cheirava a álcool e desinfetante, típico de hospitais. Selena estava recostada na cama, coberta por um lençol branco, enquanto máquinas monitoravam seus sinais vitais. Clarck permanecia parado na porta, os braços cruzados, enquanto Justin ajeitava o travesseiro da namorada. — Oi — Justin disse, entrando no quarto com um sorriso caloroso. — Oi... — respondeu Selena, com a voz baixa, enquanto tentava se ajeitar na cama. Ela fez uma careta, o desconforto evidente. — Calma aí, apressadinha. — Justin sorriu e, com cuidado, ajustou o travesseiro atrás dela, ajudando-a a se recostar melhor. — Prontinho. Melhor assim, né? — Obrigada. — Selena murmurou com um leve sorriso, mas seu olhar logo se voltou para Clarck, que perma
O corredor do hospital estava iluminado pelas luzes fluorescentes, mas parecia mais sombrio do que de costume. O silêncio reinava enquanto Justin e Selena caminhavam lentamente, perdidos em seus próprios pensamentos. O som dos passos ecoava pelo chão de cerâmica brilhante, enquanto as poucas pessoas que passavam por ali não pareciam notar a tensão que emanava do casal. Do lado de fora, a noite estava abafada, e as luzes da cidade criavam sombras alongadas no asfalto. O vento trouxe consigo um ruído distante de sirenes, mas foi abafado pelo som estridente de pneus cantando quando o furgão preto freou bruscamente na frente deles. Selena parou instintivamente, o olhar fixo no veículo. Antes que pudesse reagir, quatro homens armados desceram rapidamente. Justin deu um passo à frente, mas parou ao ouvir a voz firme e ameaçadora de um dos homens. — Nem pensar! — o homem alto, de jaqueta escura e um semblante frio, apontou sua arma diretamente para Justin. — Coloca a arma no chão, deva
Clarck parou, fechou os olhos por um momento, como se tentasse encontrar as palavras certas, mas quando respondeu, sua voz saiu carregada de dor.• Porque eu não sou mais o mesmo! disparou, girando para encarar Justin diretamente. Minha namorada está deitada em uma cama de hospital, tentando se recuperar dos ferimentos causados por alguém que nem sei quem é!Justin o encara por um instante antes de responder, sua expressão carregada de frustração.• E a minha foi sequestrada por esse mesmo alguém! - revidou Justin, levantando a voz. E nem por isso eu estou saindo por aí atirando primeiro e perguntando depois!Clarck deu um passo à frente, seus olhos fixos nos de Justin, suas mãos fechadas em punhos.• Olha, seja lá quem for, no hospital eu tive a chance de pegar esse desgraçado... - falou Clarck, sua voz trêmula, mas cheia de raiva contida. Mas eu deixei escapar.Ele fez uma pausa, respirando fundo, e lágrimas silenciosas começaram a escorrer por seu rosto.• Nosso respeito está acaba
O silêncio do ambiente parecia absorver todos os sons ao redor, exceto pelos pensamentos que rugiam na mente de Clarck. Ele respirou fundo, encarando o vazio diante de si, como se estivesse conversando diretamente com alguém invisível – talvez consigo mesmo, ou quem sabe com você, que agora ouve suas reflexões. "Já pensou nisso?" ele parecia dizer, sem mover os lábios, apenas com o olhar carregado de significado. Sua história nunca terá um final feliz. Não porque finais felizes sejam impossíveis, mas porque sua história só acaba quando você morre. E, no fundo, quem poderia ser feliz com isso? Quem, nesse mundo, aceitaria a morte com um sorriso nos lábios, achando que tudo se encerrou bem? Ele estreitou os olhos, quase como se aguardasse uma resposta. Mas é claro, nenhuma viria. Porque essa resposta já estava gravada na essência da vida. Ele sabia disso, e agora queria que você soubesse também. "Não podemos viver felizes para sempre." O pensamento ecoava em sua mente como um mantra
O ambiente estava tenso, como se o ar carregado tornasse difícil até mesmo respirar. A luz amarelada dos postes na rua deserta oscilava levemente, iluminando os rostos marcados por expressões de conflito e preocupação. O barulho distante de sirenes e latidos ao longe parecia um lembrete constante de que o perigo estava sempre presente. Justin balançava a cabeça em negação, sua mão direita apertando o punho enquanto encarava Selena. — Não! — ele exclamou, a voz carregada de frustração. — Eu é que te pergunto como não ver que isso é loucura! Selena respirou fundo, erguendo o queixo como quem estava prestes a entrar em uma batalha. — E quando a gente fez algo que não fosse loucura ou arriscado, Justin? — Ela o desafiou, cruzando os braços e inclinando a cabeça para o lado. Justin ficou em silêncio, desviando os olhos para o chão como se buscasse uma resposta na poeira acumulada no asfalto. Selena não esperou. — É por isso que estamos nesse trabalho. — Sua voz ficou mais firme
Clarck não respondeu imediatamente. Sua mente parecia presa nas palavras de Druee, enquanto seu olhar permanecia fixo no chão. — Chega. — A voz de Clarck ecoou firme. Ele caminhou até Taylor e colocou a mão em seu ombro. — O que foi? — Taylor perguntou, ainda segurando Druee pelo colarinho. Ele olhou ao redor, percebendo que todos o observavam. — Ele estava me dando nos nervos. Clarck suspirou, recuando um passo. Ele ergueu os olhos para Druee, que agora estava quase inconsciente, mas ainda havia um sorriso nos lábios ensanguentados do prisioneiro. A sala caiu em silêncio. Todos aguardavam a próxima jogada. Eu respirei fundo e olhei para cada um deles. Sabia que precisavam entender, que precisavam ouvir algo que talvez eu nunca tivesse compartilhado totalmente. — Atenção, pessoal — comecei, a voz pesada com o peso das lembranças. — Preciso contar algo sobre o MZT. Algo que envolve o meu passado. Eles se ajeitaram, os olhares agora cravados em mim, esperando o que eu tinh