Capítulo 2

Adentramos o edifício onde trabalhávamos. Allie trabalha geralmente um andar abaixo do meu, então nos despedimos antes que eu subisse pro segundo piso pelas escadas.

- Boa tarde Sophia!

- Boa tarde Luke. - Respondo o meu amigo policial que geralmente faz as operações comigo.

As pessoas passavam apressadas pelos corredores. Toda a concentradas em pastas com documentos ou telefonemas, provavelmente resolvendo grandes problemas.

Coloco meu óculos de grau quando chego em minha sala e volto minha atenção para a última matéria que precisava ser corrigida. Creio que bons minutos se passaram, até eu ser interrompida.

- Senhorita Rossi? Adam está lhe chamando em sua sala. É urgente. - Santana diz e eu estranho.

Adam não é do tipo que me chama no meio do trabalho atoa, deve ser algo realmente urgente. Saio rápido da minha mesa e ando em passos rápidos até a sua sala. Bato duas vezes antes de abrir a porta.

- Ah Deus! Que bom que você já está aqui! - Ele diz um pouco nervoso eu acho. - Calum precisa de você agora. Corra pra sala dele!

- Que? Porque ele precisa de mim?

- Sophia, não é hora pra perguntas. Vá, rápido!

Demoro alguns segundos para processar a informação.

Calum é o delegado chefe do dia. Ele quase nunca chama os funcionários na sua sala, a não ser que seja algo urgente.

Quando saio do meus devaneios, apenas balanço a cabeça pra Adam e saio rápido de sua sala. A sala de Calum é no andar de cima, então precisei usar as escadas mais uma vez.

O barulho constante das minhas botas de couro ecoavam pelo corredor e eu dou uma ajeitada na minha farda enquanto caminho. A secretária do delegado, que eu nem sabia o nome, apenas me indicou a porta. Dei duas batidas e abri a porta.

Calum tinha os olhos puxados, moreno, cabelo preto, olhos castanhos, um pouco alto, e uma bela estatura. Ele estava em sua farda azul impecável.

- Senhorita Rossi?

- Boa tarde, eu mesma. - Sorrio sem graça, ainda parada no meio da sala.

- Acabaram de acontecer um assalto em um banco e um incêndio em um restaurante. Metade da equipe disponível no momento, visto que muitos ainda não retornaram do horário de almoço, foram pro local do assalto e preciso que você comande a operação no local do incêndio. Creio que o policial Hemings está disponível para ir com você. - Ele diz rápido e eu me surpreendo. Nunca comandei uma operação, por menor que seja, e isso é ótimo!

- M-mas é claro... Eu vou! - Gaguejei de início, mas falei com convicção. Calum deu um sorriso intimidador.

Não é qualquer um que me intimida. Mas apesar disso o chefe consegue ser um belo gostoso e pedaço de mal caminho.

- Faça o seu melhor, Rossi. Saiba utilizar bem essa oportunidade.

- Claro, irei dar o meu melhor. - Digo convicta e com confiança.

- Aqui está o endereço. Pegue a chave da viatura na portaria. Corra!

- Obrigada!

Sorrio abertamente pra ele e saio rápido de sua sala. Minha pressa é tanta que nem ligo pros olhares confusos que me lançam.

Desço as escadas o mais depressa que consigo e sinto minhas mãos suarem, estou nervosa! Muito nervosa, pra ser sincera. Minha primeira operação como comandante!

No treinamento que eu fiz para me tornar policial eu estudei sobre tudo isso, então sei de cor sobre o que fazer e como fazer. Mas nunca realmente comandei uma operação policial. E o motivo? Falta de oportunidade e confiança em uma mulher. Apesar que já fui como acompanhante em MUITAS operações diariamente e amo o que faço, porém nunca como comandante.

Antes de chegar na recepção eu encontro Luke Hemings pelo caminho.

- Luke? Vem comigo. - Ele começa a caminhar ao meu lado e por ser maior que eu não precisa correr tanto.

- Qual operação teremos agora chefinha? - Ele pergunta com um sorriso brincalhão nos lábios.

- Chefinha só por hoje. Bem aconteceu um incêndio em um restaurante e precisamos ir até lá. - Digo e ele assente.

Pegamos a chave da viatura e seguimos até a mesma. Me sento no banco de motorista e dou a partida. Confiro o local algumas vezes e dirijo até lá, pisando fundo no acelerador. Sinceramente, eu amo dirigir em alta velocidade, isso trás uma emoção, não sei explicar.

Vejo o movimento de sirenes no local. Havia ambulâncias e o corpo de bombeiros. Estaciono o carro e eu e Luke nos preparamos pra descer.

- Vai de óculos mesmo? - Ele pergunta brincalhão e eu me dou conta que ainda estava de óculos.

- Obrigada por avisar. - Tiro ele e deixo no banco enquanto saímos. Nos aproximamos do local pra ver o que havia acontecido.

É um incêndio, em um restaurante, como já havíamos sido informados. O fogo ainda está em altas chamas, alguns bombeiros estão trabalhando, jogando água para tentar controlar a situação.

Vejo duas mulheres na ambulância, mas precisamos checar o que houve, entre outras coisas.

- Luke vá ver aquelas mulheres. Eu vou ver com os bombeiros o que aconteceu. - Digo e ele assente indo ate as mulheres.

Caminho pro lado oposto enquanto dou uma observada no incêndio. Eles teriam um pouco de trabalho pra controlar isso tudo. Chego até um bombeiro que estava limpando o suor da testa.

- Licença. - Digo chamando sua atenção e encontro seus olhos castanhos surpresos. - Sou a Soldada Rossi. Pode me explicar o que aconteceu? Qual foi o estrago?

- Sou o tenente Jones. - Ele sorri brevemente.

Enquanto o rapaz me falava sobre o acidente ocorrido com óleo de cozinha no restaurante eu não pude deixar de reparar nele.

O rapaz alto, moreno, olhos castanhos, uma barba rala e um maxilar marcado ficava extremamente bonito nele. Sua farda laranja de bombeiro não me permitia ver muito do seu corpo. Ele é um belo homem.

- Tenente Jones! Apagamos o fogo! - Grita um homem de dentro do restaurante com os vidros estourados pelo fogo.

- Bem agente Rossi, acabou o fogo. - Ele diz e eu assinto.

- Vou precisar dar uma olhada no local para fazer um boletim de ocorrência. - Digo e ele assente. - Obrigada tenente Jones.

- Não foi nada. - Ele sorri de lado e eu começo a caminhar até a entrada do restaurante. Luke vem ao meu encontro.

- Conversei com as mulheres, elas são simpáticas.

O policial Hemings começa a me dizer o que eles haviam conversado enquanto analisamos o estrago. Fizemos o boletim de ocorrência e não demoramos a sair dali.

Voltamos pra viatura, já que o local já estava vazio, e fomos pra unidade policial novamente.

Deixei a chave da viatura na recepção e segui pro banheiro feminino. Eu estava apertada para usar o banheiro. Coloquei meu óculos de volta no rosto e segui pra minha sala para fazer o boletim sobre o ocorrido de hoje.

- Hey ruiva. - Levanto meu olhar do computador e encaro Adam na porta. - Fim do expediente. Quer uma carona?

Solto um suspiro aliviada. Já estava preocupada em ter que voltar andando pra casa novamente hoje.

- Óbvio que quero. - Sorrio pra ele e me levanto.

- Como foi sua tarde? - Ele pergunta enquanto eu junto minhas coisas.

- Foi ótima. Comandei uma pequena operação, mas foi boa. - Falo colocando minha bolsa no ombro e saindo da sala sendo seguida pelo moreno.

- Isso é incrível Soph! - Sorrio pra ele.

- E a sua tarde?

- Resolvi muitos processos. Estou muito cansado. Ainda bem que amanhã é sexta. - Ele respira aliviado e eu suspiro. - Vixi, vai ficar de plantão?

- Infelizmente ficarei no sábado à tarde. - Reviro os olhos e ele me dá um sorriso consolador.

- Heeeyyy! - Olhamos pra loira que também saia da sua sala apressadamente. - Vamos embora logo, eu estou morta.

- Hey Allie. Bom te ver. - Adam abraça ela.

- Bom te ver também Adam. Dia cansativo hoje? - E assim nós iniciamos uma conversa sobre o trabalho até o estacionamento.

[...]

Finalmente em casa! Jogo minha bolsa no sofá e sigo rumo ao banheiro. Tiro a minha farda e fico somente de lingerie. Pego um conjunto limpo e vou pro banheiro. Deixo a água morna cair sobre a minha pele e aproveito pra lavar meu cabelo também. Após me ensaboar e escorrer todo o resquício de espuma, desligo o chuveiro e me enrolo na toalha branca. Tiro o exesso de água do cabelo e penteio, em seguida seco meus fios de cabelo ruivo com o secador. Depois de secar meu corpo também eu visto um top e uma calcinha preta e vou pra cozinha preparar algo pra mim comer.

Acabo fazendo um macarrão instantâneo mesmo por ser mais rápido. Como sentada no sofá da sala vendo uma série aleatória. Quando eu já estava quase pegando no sono no sofá mesmo sinto meu celular vibrar.

- Alô?

- Oii filha! Tudo bem?

- Oie mãe. Tudo sim e ?

- Estou bem tambémVocê

está com voz de sono, te acordei?

Não, eu estava quase dormindo mas não havia adormecido completamente.

- Ah sim! Bem, você vai vir pra Doncaster esse final de semana?

Não vai dar mãe, me desculpe. Tenho plantão no sábado de tarde...

- Poxa filha, você

não veio no final de semana passado... - Sua voz é chateada e eu fecho meus olhos com culpa.

- Eu sei mamãe. Me desculpe, de verdade. - Ela suspira do outro lado.

- Okay, tudo bem. Quando der venha nos ver... Sentimos sua falta.

- Eu também sinto mamãe, muita! E eu irei assim que tiver uma folga. Estou tão cansada...

Então

 dormir e descansar um pouco meu bem. Outro dia a gente conversa.

- Tudo bem. Como está a Sarah?

- Ela está

ótimaEstá

estudando bastante para entrar pra faculdade.

- Ah ela vai passar tenho certeza. Sarah é dedicada e muito inteligente.

- Ela é mesmo, puxou

você. - Rimos.

- Mande um beijo pra laranjinha. Vou desligar agora para tentar dormir.

- Okay filha.

Nos despedimos após eu contar pra minha mãe sobre a minha primeira operação policial de hoje e não demoramos a desligar. Me levanto e deixo o prato na pia e vou pro banheiro escovar os dentes, em seguida me deito na minha cama.

Sinto falta da minha irmã mais nova e da minha mãe, elas são meu porto seguro e com elas aprendi tudo que sei hoje, e mesmo pela minha distância continuamos unidas. Nosso pai nos abandonou quando eu e Sarah ainda éramos crianças, assim desde então sempre foi nós três. Sarah está com seus 18 anos, e ainda mora com nossa mãe na cidade vizinha.

No final de semana passado eu também precisei trabalhar, e não consegui ir visitar elas. Sinto muito a falta delas, mas infelizmente não deu pra ir.

Acabo deixando o cansaço me dominar e pego rapidamente no sono.

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