Eleanore estava andando por entre árvores negras, tão escuras que pareciam feitas de sombras. Os galhos estavam encurvados em sua direção, feito garras demoníacas. Ela seguia um rastro de névoa avermelhada, que serpenteava por sobre o caminho de pedras pelo qual ela andava, o caminho sombrio familiar que levava ao castelo.
Alguém chamava seu nome, o que a fez correr na direção da voz. Uma silhueta se formou diante de seus olhos. Ele lhe ofereceu à mão, como no sonho que teve na primeira noite no castelo, como Vincent, quando a chamou para andar pelo ar, então, ela aceitou.
– Vincent?
– Não. Tente de novo – Ele entrelaçou os dedos nos dela, puxando-a contra si. De repente, ela se viu encarcerada, firmemente presa por um braço que rodeava sua cintura, enquanto aquele homem permanecia segurando sua mão esquerda, olhando para
Assim que chegaram naquele cômodo, eles puderam ver o caos instalado. Havia um vento anormal soprando fortemente todo o recinto em uma espiral furiosa ao redor da cama, onde Eleanore estava, pairando no ar a um metro do colchão, o corpo muito reto como se ela estivesse petrificada. Havia uma espécie de aura vermelha cobrindo o corpo da menina adormecida, formando o que se assemelhava à uma teia de aranha, enrolando sua vítima.– Maximus! – Vincent vociferou e se adiantou, subindo na cama, ficando em pé ao lado de Eleanore. Ele pairou as mãos sobre o corpo da garota, movendo os lábios entoando um cântico mágico e logo uma aura verde encobriu completamente o corpo de Vince, feito um escudo.– O que está acontecendo? – Sebastian perguntou no exato instante em que os vidros da janela, da lamparina e do espelho explodiram e ele teve que se proteger com os bra&ccedi
– Você está bem, Vincent? – Eleanore perguntou, preocupada, Vincent parecia mais pálido que o normal.– Você estava inconscientemente tentando repelir Lennox de sua mente – Bash explicou – Quando Vince entrou, você tentou repeli-lo também, isso causou uma certa exaustão mágica nele por ter que lutar contra seu subconsciente.Ela tinha feito aquilo com o feiticeiro?– Pega alecrim e alfazema... no meu escritório e o elixir de... salvia. – Vincent pediu ao familiar com uma clara dificuldade em falar. Sebastian hesitou em deixa-lo ali, mas acabou obedecendo, deixando o quarto. Logo depois, Vincent se levantou, cambaleando um pouco e se postou ao lado da banheira, pairando as mãos sobre ela. – Aqua apparuit. Calidum.Eleanore não pode ver, mas pôde ouvir o som de água enchendo a banheira e logo viu o vapor su
Ele disse alguma coisa em uma língua desconhecida e, depois tirou as mãos do rosto dela. Eleanore sentiu como se algo descolasse de seu interior, quase como se o seu calor corporal e o ar fossem tirados dela, fazendo-a arfar e estremecer de frio. Os dedos de Vincent traziam uma aura vermelha entre eles, como pequenos raios, que saíram da cabeça de Eleanore. Vincent juntou as mãos e esfregou uma contra a outra, surrando algo bem baixinho, logo em seguida a aura vermelha se dissipou até sumir completamente.Gradativamente, ela sentiu o calor voltar e pôde respirar normalmente de novo.– Pronto, Ellie. – Vincent se levantou, ficando em pé novamente, não sem cambalear um pouco. – Tirei os resquícios da magia de Maximus de você, mas fique na banheira por mais alguns minutos. Eu vou fazer um amuleto pra proteger seus sonhos.– Vincent – Ela se moveu na
Garten era uma famosa “casa de jogos e bebidas” que ficava na região, um lugar enorme que, do lado de fora até se parecia com um ambiente decente, havia uma fachada de bronze, com o nome “Garten” pintado de verde rodeado por dálias amarelas, o nome da dona da casa. As janelas eram escurecidas e a parede era de uma pedra cinzenta como uma tempestade, apesar de estar aberto, as portas se mantinham bem fechadas.Vincent entrou e imediatamente sentiu um perfume adocicado no ar, mas não só isso, um odor tipicamente masculino que irritou as narinas do feiticeiro, além de álcool, certamente uma das maiores fontes de renda do local, whisky, vinho e cerveja.O hall de entrada tinha um teto alto arqueado, nas laterais havia vasos de cerâmica branca sobre pedestais de mármore, os arranjos florais eram lindíssimos e certamente deveriam ser fonte do cheiro doce. Nas paredes estavam pregados
Vincent saiu do escritório, enfiando os envelopes no bolso interno de seu casaco. Maggie estava de braços dados com ele, enquanto o feiticeiro descia as escadas, de volta para o salão.Quando já estava para sair do salão de jogos, Vincent se voltou para Maggie, segurando a mão dela que se apoiava em seu braço.– Eu já estou indo, Maggie.Maggie fez uma expressão excessiva de chateação e agarrou os braços de Vincent com força, como se se o segurasse com firmeza pudesse evita-lo de partir.– Passe a noite comigo, Vince. Você é o único que me trata como se eu valesse mais do que o dinheiro que pagam por uma noite. – Ela envolveu a cintura dele com os braços e deitou a testa no ombro de Vincent.– Você vale, Maggie. – O feiticeiro alisou os cabelos dela com uma das mãos, enqua
O Conselho de Magia condenava severamente feiticeiros que faziam sua própria justiça, não cabia à eles. Mas já fazia um certo tempo que Vincent fora expulso do conselho, isso não significava que ele não estava sujeito ao julgamento dele, mas significava que o feiticeiro não usava mais o Conselho da Magia como sua bussola moral.Para localizar uma pessoa, Vincent precisava de algo que pertencia à ela e o nobre lhe ofereceu o vestido de sua filha, que usava no momento do ataque, onde havia certos fluídos do homem.Ele arrancou um pedaço de tecido onde havia aqueles fluídos abomináveis, arranjou um mapa do país com o nobre. Vincent segurou o tecido do vestido próximo de seu rosto e balbuciou um feitiço de localização contra o pedaço de roupa. Assim que terminou, com um acenar de mão, o fogo de uma vela se transferiu para o tecido que
Era muito cedo quando June desceu para os jardins, um fina garoa caia, mas isso não a impediu de se ajoelhar na terra úmida para colher ervas e flores. Estava usando um grande chapéu para se proteger e um casaco bem grosso para se manter aquecida.Havia uma cesta estava apoiada em um de seus braços, enquanto aquele que estava livre, arrancava as plantas da terra com um cuidado calculado para não danifica-las.Apesar de Vincent cuidar de tudo com magia no castelo, June fazia questão de tratar a terra, de suas ervas e flores com suas próprias mãos. Ela gostava da magia, mas também achava que as plantas cresciam melhor quando tratadas pelas mãos dela, do modo convencional. Era ela também que que fazia os arranjos dos vasos do castelo e que cuidava das demais flores.Assim que terminou, ela voltou para o castelo carregando a cesta cheia de ervas e flores recém colhidas. Estava
Eleanore segurou firmemente o livro contra seu corpo e deixou seu quarto, alcançando as escadas rapidamente, descendo os degraus quase correndo.Estava prestes a ir para os jardins dos fundos, quando esbarrou violentamente contra algo, não, alguém na verdade. Eleanore caiu no chão e o livro voou de sua mão, deslizando para debaixo de um dos sofás da sala. Ela tinha esbarrado em June, que também caíra no chão.– Você não presta atenção onde vai, não, Eleanore? Qual o seu problema? – June resmungou, enquanto pegava as flores que haviam se espalhados no chão, que antes estavam em uma cesta. – Olha só o que fez! Onde estava indo com tanta pressa?– Lugar nenhum – Eleanore respondeu rápido demais.June semicerrou os olhos, encarando-a.– Qual o problema, Eleanore?Eleanore se a