Era muito cedo quando June desceu para os jardins, um fina garoa caia, mas isso não a impediu de se ajoelhar na terra úmida para colher ervas e flores. Estava usando um grande chapéu para se proteger e um casaco bem grosso para se manter aquecida.
Havia uma cesta estava apoiada em um de seus braços, enquanto aquele que estava livre, arrancava as plantas da terra com um cuidado calculado para não danifica-las.
Apesar de Vincent cuidar de tudo com magia no castelo, June fazia questão de tratar a terra, de suas ervas e flores com suas próprias mãos. Ela gostava da magia, mas também achava que as plantas cresciam melhor quando tratadas pelas mãos dela, do modo convencional. Era ela também que que fazia os arranjos dos vasos do castelo e que cuidava das demais flores.
Assim que terminou, ela voltou para o castelo carregando a cesta cheia de ervas e flores recém colhidas. Estava
Eleanore segurou firmemente o livro contra seu corpo e deixou seu quarto, alcançando as escadas rapidamente, descendo os degraus quase correndo.Estava prestes a ir para os jardins dos fundos, quando esbarrou violentamente contra algo, não, alguém na verdade. Eleanore caiu no chão e o livro voou de sua mão, deslizando para debaixo de um dos sofás da sala. Ela tinha esbarrado em June, que também caíra no chão.– Você não presta atenção onde vai, não, Eleanore? Qual o seu problema? – June resmungou, enquanto pegava as flores que haviam se espalhados no chão, que antes estavam em uma cesta. – Olha só o que fez! Onde estava indo com tanta pressa?– Lugar nenhum – Eleanore respondeu rápido demais.June semicerrou os olhos, encarando-a.– Qual o problema, Eleanore?Eleanore se a
Mas nada aconteceu.Eleanore respirou fundo e fez de novo, repetiu as palavras, concentrou-se no que as instruções haviam exigido e fez o movimento de mão. Mas novamente, nada.– O que você está fazendo?Um grito de susto escapou de sua garganta quando ela se voltou na direção da voz. Eleanore levou a mão ao peito, cujo coração estava disparado.Sam estava sentado de pernas cruzadas à alguns metros de distância. Diferentemente de antes, ele parecia mais corpóreo, quase como se fosse uma pessoa viva de verdade, bem diante dela.– Eu só estava...– Tentando fazer um feitiço, certo? – Ele sorriu e quando sorria parecia muito jovem, o que fazia o coração de Eleanore se apertar, quando ela se lembrava de que ele havia morrido.– Bem, sim – ela confessou, já q
– O que houve? – perguntou Bash, em sua forma humana, quando encontrou o feiticeiro no topo da escada – Ellie passou aqui feito um furacão ruivo.Vincent esfregou a mão em sua testa, uma pequena ruga de preocupação formada em seu cenho. Bash podia sentir uma certa tensão nele, como se fosse uma corda muito esticada.– Ela e o Vince brigaram e agora a Eleanore disse que vai embora – disse Sam, que estava flutuando atrás do feiticeiro.– Por que vocês brigaram? – Bash questionou a Vincent.– Ela está com uma ideia fixa de aprender magia e eu disse não, mas a Ellie quis aprender sozinha assim mesmo. – Vincent explicou, estava olhando para a porta fechada do quarto de Eleanore, mas não moveu um músculo para andar até lá.– Por que você não a ensina? – Sam p
Dahlia não bateu à porta para entrar, ela raramente o fazia em seu próprio bordel. Já tinha visto coisas demais em sua vida para que algo a impressionasse àquela altura, além disso, aquele lugar era seu e ela tinha livre acesso quando bem entendesse.Todos os quartos eram parecidos, tinham uma janela alta, uma banheira redonda que cabia até duas pessoas, uma cama de casal, mesinha de cabeceira, além da decoração sempre baseada em flores, vasos com flores perfumadas para afastar o mal cheiro masculino.Na cama daquele quarto havia um homem sentado desleixadamente, o lençol se enrolava ao redor de sua cintura, mas praticamente toda sua pele acobreada estava exposta. Ele tinha feições rígidas, cabelos escuros cacheados, olhos castanhos brilhantes e um sorriso presunçoso rasgava seu rosto. Tinha um belo corpo, os feiticeiros geralmente mantinham a boa aparência.
Naquela noite, Eleanore teve sonhos estranhos. Mas não como a possessão de Maximus, estava mais parecido com os sonhos que teve na primeira noite em que passou no castelo, logo depois de ter desmaiado de exaustão e de dor.Primeiro, sonhou que estava andando por uma floresta de pinheiros, a terra dura estava coberta de pinhas e as agulhas caídas das árvores. Era de manhã bem cedo, o sol se esgueirava preguiçosamente pela linha do horizonte, lançando seus raios fracos de luz.Ela caminhava por entre os pinheiros, quando ouviu uma linda voz, que ecoava pelos altos troncos, sendo levada como o vento. Era melódica e penetrante, mas suave como uma inspiração. Eleanore foi guiada até aquela voz, como se estivesse hipnotizada.Então, ela viu a dona da voz, uma mulher que estava ajoelhada a beira de um lago escuro feito noite. Tinha um enorme cabelo castanho brilhoso, mas estava d
– Tem certeza de que essa é uma boa ideia, Vince? – June perguntou, não parecendo muito preocupada, mas aflita de certa forma. – Você disse que a noite é perigosa pra quem tem cheiro de magia, como nós.– E é. – Vincent confirmou.Sebastian e June trocaram olhares significativos.– E mandou ela pra lá mesmo assim? – Sam questionou, perplexo.– A Ellie quem insistiu – rebateu Vincent.– E se ela morrer? – Amber perguntou, em sua característica voz desprovida de emoção.– Ninguém vai morrer – o feiticeiro assegurou – Está tudo sob controle.– Morrer, GRA! – gritou o corvo – Ela vai morrer!– Calado, corvo! – disseram Sam, June e Bash em uníssono.Vincent acariciou as penas ne
Eleanore precisou de um longo tempo para conseguir se acalmar, depois de achar que iria morrer pelas presas de um ser feito de ventos. Assim que conseguiu organizar seus pensamentos e seu corpo, ela se levantou e limpou as folhas secas de suas roupas.Em um momento de completo pânico, Eleanore percebeu que não sabia mais onde ficava o leste. O castelo estava longe de vista para ajudá-la na direção a seguir, o confronto com o elemental a fez perder de vista seu caminho. E agora? Para onde iria?Estava completamente perdida, sem direção e sem saber para onde deveria ir. Sentiu-se novamente como naquela fatídica noite em que fugira de casa, quando estava em completo desespero, sozinha e sem nenhum rumo.Era uma noite escura, mas não chovia, havia apenas a fraca luz da lamparina, que havia caído quando Eleanore se jogara no chão para se salvar. Felizmente, não tinha quebrado, caso con
Ela se aproximou, tomando cuidado com as demais flores, para chegar até aquela específica e poder colhe-la rapidamente, para que pudesse voltar.Estava prestes a arrancar uma das flores da noite, quando algo saltou para fora da terra, fazendo Eleanore soltar um grito de susto. Ela perdeu o equilíbrio e caiu sentada, provavelmente matando uma dezenas de flores no processo.– O que você pensa que está fazendo, hein? Pegando flores do jardim alheio! – Aquela criatura não podia ter mais de trinta centímetros, era uma existência estranhíssima. Sua pele era de um tom verde acastanhado, seus olhos eram escuros, seus cabelos eram brancos assim como sua barba em formato triangular. Usava roupas feitas de folhas secas e um chapéu pontudo igualmente feito de vegetação. Apesar da forma humanoide, obviamente não era humano.Apesar de inegavelmente feioso, magricela, de