Garten era uma famosa “casa de jogos e bebidas” que ficava na região, um lugar enorme que, do lado de fora até se parecia com um ambiente decente, havia uma fachada de bronze, com o nome “Garten” pintado de verde rodeado por dálias amarelas, o nome da dona da casa. As janelas eram escurecidas e a parede era de uma pedra cinzenta como uma tempestade, apesar de estar aberto, as portas se mantinham bem fechadas.
Vincent entrou e imediatamente sentiu um perfume adocicado no ar, mas não só isso, um odor tipicamente masculino que irritou as narinas do feiticeiro, além de álcool, certamente uma das maiores fontes de renda do local, whisky, vinho e cerveja.
O hall de entrada tinha um teto alto arqueado, nas laterais havia vasos de cerâmica branca sobre pedestais de mármore, os arranjos florais eram lindíssimos e certamente deveriam ser fonte do cheiro doce. Nas paredes estavam pregados
Vincent saiu do escritório, enfiando os envelopes no bolso interno de seu casaco. Maggie estava de braços dados com ele, enquanto o feiticeiro descia as escadas, de volta para o salão.Quando já estava para sair do salão de jogos, Vincent se voltou para Maggie, segurando a mão dela que se apoiava em seu braço.– Eu já estou indo, Maggie.Maggie fez uma expressão excessiva de chateação e agarrou os braços de Vincent com força, como se se o segurasse com firmeza pudesse evita-lo de partir.– Passe a noite comigo, Vince. Você é o único que me trata como se eu valesse mais do que o dinheiro que pagam por uma noite. – Ela envolveu a cintura dele com os braços e deitou a testa no ombro de Vincent.– Você vale, Maggie. – O feiticeiro alisou os cabelos dela com uma das mãos, enqua
O Conselho de Magia condenava severamente feiticeiros que faziam sua própria justiça, não cabia à eles. Mas já fazia um certo tempo que Vincent fora expulso do conselho, isso não significava que ele não estava sujeito ao julgamento dele, mas significava que o feiticeiro não usava mais o Conselho da Magia como sua bussola moral.Para localizar uma pessoa, Vincent precisava de algo que pertencia à ela e o nobre lhe ofereceu o vestido de sua filha, que usava no momento do ataque, onde havia certos fluídos do homem.Ele arrancou um pedaço de tecido onde havia aqueles fluídos abomináveis, arranjou um mapa do país com o nobre. Vincent segurou o tecido do vestido próximo de seu rosto e balbuciou um feitiço de localização contra o pedaço de roupa. Assim que terminou, com um acenar de mão, o fogo de uma vela se transferiu para o tecido que
Era muito cedo quando June desceu para os jardins, um fina garoa caia, mas isso não a impediu de se ajoelhar na terra úmida para colher ervas e flores. Estava usando um grande chapéu para se proteger e um casaco bem grosso para se manter aquecida.Havia uma cesta estava apoiada em um de seus braços, enquanto aquele que estava livre, arrancava as plantas da terra com um cuidado calculado para não danifica-las.Apesar de Vincent cuidar de tudo com magia no castelo, June fazia questão de tratar a terra, de suas ervas e flores com suas próprias mãos. Ela gostava da magia, mas também achava que as plantas cresciam melhor quando tratadas pelas mãos dela, do modo convencional. Era ela também que que fazia os arranjos dos vasos do castelo e que cuidava das demais flores.Assim que terminou, ela voltou para o castelo carregando a cesta cheia de ervas e flores recém colhidas. Estava
Eleanore segurou firmemente o livro contra seu corpo e deixou seu quarto, alcançando as escadas rapidamente, descendo os degraus quase correndo.Estava prestes a ir para os jardins dos fundos, quando esbarrou violentamente contra algo, não, alguém na verdade. Eleanore caiu no chão e o livro voou de sua mão, deslizando para debaixo de um dos sofás da sala. Ela tinha esbarrado em June, que também caíra no chão.– Você não presta atenção onde vai, não, Eleanore? Qual o seu problema? – June resmungou, enquanto pegava as flores que haviam se espalhados no chão, que antes estavam em uma cesta. – Olha só o que fez! Onde estava indo com tanta pressa?– Lugar nenhum – Eleanore respondeu rápido demais.June semicerrou os olhos, encarando-a.– Qual o problema, Eleanore?Eleanore se a
Mas nada aconteceu.Eleanore respirou fundo e fez de novo, repetiu as palavras, concentrou-se no que as instruções haviam exigido e fez o movimento de mão. Mas novamente, nada.– O que você está fazendo?Um grito de susto escapou de sua garganta quando ela se voltou na direção da voz. Eleanore levou a mão ao peito, cujo coração estava disparado.Sam estava sentado de pernas cruzadas à alguns metros de distância. Diferentemente de antes, ele parecia mais corpóreo, quase como se fosse uma pessoa viva de verdade, bem diante dela.– Eu só estava...– Tentando fazer um feitiço, certo? – Ele sorriu e quando sorria parecia muito jovem, o que fazia o coração de Eleanore se apertar, quando ela se lembrava de que ele havia morrido.– Bem, sim – ela confessou, já q
– O que houve? – perguntou Bash, em sua forma humana, quando encontrou o feiticeiro no topo da escada – Ellie passou aqui feito um furacão ruivo.Vincent esfregou a mão em sua testa, uma pequena ruga de preocupação formada em seu cenho. Bash podia sentir uma certa tensão nele, como se fosse uma corda muito esticada.– Ela e o Vince brigaram e agora a Eleanore disse que vai embora – disse Sam, que estava flutuando atrás do feiticeiro.– Por que vocês brigaram? – Bash questionou a Vincent.– Ela está com uma ideia fixa de aprender magia e eu disse não, mas a Ellie quis aprender sozinha assim mesmo. – Vincent explicou, estava olhando para a porta fechada do quarto de Eleanore, mas não moveu um músculo para andar até lá.– Por que você não a ensina? – Sam p
Dahlia não bateu à porta para entrar, ela raramente o fazia em seu próprio bordel. Já tinha visto coisas demais em sua vida para que algo a impressionasse àquela altura, além disso, aquele lugar era seu e ela tinha livre acesso quando bem entendesse.Todos os quartos eram parecidos, tinham uma janela alta, uma banheira redonda que cabia até duas pessoas, uma cama de casal, mesinha de cabeceira, além da decoração sempre baseada em flores, vasos com flores perfumadas para afastar o mal cheiro masculino.Na cama daquele quarto havia um homem sentado desleixadamente, o lençol se enrolava ao redor de sua cintura, mas praticamente toda sua pele acobreada estava exposta. Ele tinha feições rígidas, cabelos escuros cacheados, olhos castanhos brilhantes e um sorriso presunçoso rasgava seu rosto. Tinha um belo corpo, os feiticeiros geralmente mantinham a boa aparência.
Naquela noite, Eleanore teve sonhos estranhos. Mas não como a possessão de Maximus, estava mais parecido com os sonhos que teve na primeira noite em que passou no castelo, logo depois de ter desmaiado de exaustão e de dor.Primeiro, sonhou que estava andando por uma floresta de pinheiros, a terra dura estava coberta de pinhas e as agulhas caídas das árvores. Era de manhã bem cedo, o sol se esgueirava preguiçosamente pela linha do horizonte, lançando seus raios fracos de luz.Ela caminhava por entre os pinheiros, quando ouviu uma linda voz, que ecoava pelos altos troncos, sendo levada como o vento. Era melódica e penetrante, mas suave como uma inspiração. Eleanore foi guiada até aquela voz, como se estivesse hipnotizada.Então, ela viu a dona da voz, uma mulher que estava ajoelhada a beira de um lago escuro feito noite. Tinha um enorme cabelo castanho brilhoso, mas estava d