O sol já tinha se escondido atrás das montanhas quando todos se reuniram na sala para que o castelo fosse movido. Eleanore se perguntou se vomitaria de novo.
Aquela estrela de quatro pontas estava desenhada novamente no chão dentro de um círculo, velas foram posicionadas nas pontas e, como da última vez, Amber as acendeu.
Vincent ficou no centro da estrela, vestia calça justa, botas de couro, uma camisa um tanto amarrotada e um grande e grosso casaco escuro. Dimitri estava empoleirado em seu ombro e, de tempos em tempos, gritava “viagem, viagem, viagem!” e todos o mandavam se calar.
Assim como da última vez, todos agarraram as costas do casaco de Vincent, mas agora havia uma mão a mais, a de Maggie. Minerva estava de frente para o feiticeiro, usava roupas masculinas assim como seu irmão, calça e bota, Dante se segurava nela. Ela segurava a mão de seu irmão, aparenteme
Vincent estava agora no centro da enorme sala do castelo, dividida pela escadaria que estava logo atrás dele. Dimitri insistia em permanecer em seu ombro, muito embora ele tivesse dito ao pássaro para que ele se escondesse.– Confronto! Mestre assustado! GRA! – o corvo grasnou.– É – Vincent esfregou a mão uma na outra e exalou o ar com força. – Estou assustado, sim.O feiticeiro abriu os braços e começou a entoar uma magia em grego antigo, sentiu como se uma capa estivesse se desprendendo de seus ombros e caindo ao chão, um certo peso sendo tirado de seu corpo enquanto a barreira gradativamente se dissipava.Logo em seguida, Vincent iniciou em feitiço em latim, os símbolos e runas desenhados em seu braço começaram a se iluminar com um brilho esverdeado, saindo de seu corpo e penetrando os moveis ao redor, objetos e paredes do cast
O feiticeiro se apressou para se proteger. A explosão consumiu todo e cada objeto que estava ao redor de Salvatore, transformando em cinzas até as armaduras metálicas. Parte do segundo andar fora para os ares, os quartos destruídos, a construção caindo em ruínas. Ao redor do pretor havia agora uma esfera de destruição, exatamente onde a explosão atingira.Magia de combustão. Esta era a especialidade de Salvatore, destruição total.– Estou cansado de joguinhos, Maddox – o pretor disse em um tom baixo e perigoso, enquanto esfregava o ferimento na testa para limpar o sangue.Salvatore estava com raiva, por mais que tentasse não demonstrar. Vincent não tinha mais tempo, agora o pretor começaria a lutar de verdade.Foi quando Dante surgiu de um dos quartos menos atingidos pela explosão, próximo de Amber e atrás
– Quanto tempo acha que irá aguentar, familiar? O tempo de vocês é curto. – Salvatore abriu um sorriso cheio de dentes alinhados, os caninos eram ligeiramente pontudos.O pretor estava sentado em uma cadeira, usava pulseiras anti-magia e estava amarrado, não que isso fosse detê-lo de alguma maneira, mas a humilhação já era suficiente.Vincent sabia que Salvatore tinha razão. A magia de Sebastian era forte, penetrava no sangue da pessoa e afetava todo o corpo, a pessoa atingida não tinha como se defender, era controlada passivamente a seguir quaisquer desejos do familiar. Mas isso era temporário, até o organismo mágico lugar contra a magia, assim como acontecia com uma doença, mas nesse caso, o tempo dependia da força mágica da pessoa.O feiticeiro deixou o quarto e todos vieram com ele, exceto Minerva, que permaneceu para vigiar Salvatore.
Assim que Vincent saiu do quarto, June e Bash se apressaram para segui-lo.– Não – Minerva ordenou – Fiquem aqui.June a olhou por cima do ombro como se Minerva fosse completamente louca, ela franziu o cenho e suas íris verdes brilharam como se ela dissesse “você não manda em mim”, Dante quase podia ouvir as palavras saindo de sua boca.Bash se adiantou, ao invés disso.– Qual o problema? O que está havendo com Vincent?– Ah, você não sabe familiar? Vincent é mesmo um péssimo Mestre – Salvatore falava com um tom ao mesmo tempo debochado e satisfeito. – Vincent é amaldiçoado, foi punido pela própria Força Mágica.– Está mentindo – June acusou.– Como eu poderia, garotinha? Tomei uma poção da verdade e ainda estou
Assim que Eleanore gritou, Minerva soube que algo ruim estava prestes a acontecer. Seus instintos intuitivos de feiticeira agiram rapidamente.Pela visão periferia, ela pôde ver quando Dante envolveu June com um campo de força.Minerva teve tempo de agarrar Magnolia pelo o braço e projetar um escudo protetivo ao redor delas duas. Foi quando tudo ao redor se desintegrou e a feiticeira foi arremessada contra o chão e seu escudo se desfez, estilhaçando fragilmente feito vidro.Viu quando a garota ruiva começou a flutuar e quando aquela forte energia mágica a rodeou feito uma fortaleza. Agora, Minerva podia senti-la perfeitamente. O selo havia se rompido e toda a presença mágica que emanava de Eleanore a atingia feito poderosas rajadas de fogo, que formigavam toda a superfície de sua pele.Ela era mesmo uma Fonte e agora estava desabrochando em todo o seu esplendor.Mas era um
Dante sentia como se tivesse caído de uma altura de cem metros, direto de cara no chão. Sua cabeça latejava intensa e incessantemente.Metade de seu corpo estava congelando, a outra metade estava aquecida.Quando abriu os olhos, viu neve caindo do céu repleto de nuvens escuras, pinheiros o rodeavam e havia uma camada de neve cobrindo o chão, embora ao seu redor só houvesse terra. Estava frio, um vento gelado beijava sua pele de uma forma dolorosa.Encontrou a fonte de calor assim que olhou para o lado. Amber estava na forma de uma mulher de fogo, o cabelo esvoaçando feito uma tocha, evaporando a neve ao seu redor.– Que bom que você acordou. Estava começando a achar que tinha morrido. – ela comentou em um tom indiferente.– Que merda aconteceu? Eu lembro da Eleanore... Ela estava brilhando e, de repente, explodiu tudo. Então, eu apaguei completamente.
O vento gélido atingiu o corpo de Eleanore como um golpe muito doloroso. Ela se encolheu, tentando se envolver no próprio calor corporal, mas ficava cada vez mais difícil.Quando abriu os olhos, a claridade fez com que Ellie piscasse várias vezes. Assim que olhou para cima, tudo o que viu foi uma extensão tão branca quanto a neve que a rodeava, neve esta que também cobria parte de seu corpo, amontoando-se sobre suas roupas, o que havia as deixado ligeiramente úmidas, servindo apenas para intensificar ainda mais o frio.Eleanore se sentou, afastando os flocos de cima dela. Seus músculos estavam enrijecidos e doloridos, provavelmente pela posição na qual dormira.Olhou ao redor e tudo que viu foi o chão branco, a vários metros de distância estavam árvores, mas envolta de Eleanore não havia mais nada, como se tudo tivesse sido varrido e só sobrasse
Eleanore estava andando por sobre a neve, por entre as árvores, esfregando as mãos em seus braços em uma tentativa de se aquecer, nem que minimamente.Seu cabelo era uma confusão úmida de terra e galhos, armando-se em todas as direções.Tinha que comer alguma coisa, caso contrário, não andaria por muito mais tempo. Sua energia estava sendo gasta para manter seu corpo aquecido, mas não duraria para sempre.Mas onde acharia comida? As árvores estavam secas, não era época de frutos, estava nevando e as plantas estavam morrendo, não tinha ferramentas para que pudesse caçar e, francamente, tampouco tinha habilidades para tal.Seu estômago roncou alto e ela resmungou amargamente.Ao longe ouviu um grasnar, lembrou-se de Dimitri. Queria que ele dissesse algo inconveniente e que fosse seguido dos vários “calado, corvo!” dos habi