Assim que Vincent saiu do quarto, June e Bash se apressaram para segui-lo.
– Não – Minerva ordenou – Fiquem aqui.
June a olhou por cima do ombro como se Minerva fosse completamente louca, ela franziu o cenho e suas íris verdes brilharam como se ela dissesse “você não manda em mim”, Dante quase podia ouvir as palavras saindo de sua boca.
Bash se adiantou, ao invés disso.
– Qual o problema? O que está havendo com Vincent?
– Ah, você não sabe familiar? Vincent é mesmo um péssimo Mestre – Salvatore falava com um tom ao mesmo tempo debochado e satisfeito. – Vincent é amaldiçoado, foi punido pela própria Força Mágica.
– Está mentindo – June acusou.
– Como eu poderia, garotinha? Tomei uma poção da verdade e ainda estou
Assim que Eleanore gritou, Minerva soube que algo ruim estava prestes a acontecer. Seus instintos intuitivos de feiticeira agiram rapidamente.Pela visão periferia, ela pôde ver quando Dante envolveu June com um campo de força.Minerva teve tempo de agarrar Magnolia pelo o braço e projetar um escudo protetivo ao redor delas duas. Foi quando tudo ao redor se desintegrou e a feiticeira foi arremessada contra o chão e seu escudo se desfez, estilhaçando fragilmente feito vidro.Viu quando a garota ruiva começou a flutuar e quando aquela forte energia mágica a rodeou feito uma fortaleza. Agora, Minerva podia senti-la perfeitamente. O selo havia se rompido e toda a presença mágica que emanava de Eleanore a atingia feito poderosas rajadas de fogo, que formigavam toda a superfície de sua pele.Ela era mesmo uma Fonte e agora estava desabrochando em todo o seu esplendor.Mas era um
Dante sentia como se tivesse caído de uma altura de cem metros, direto de cara no chão. Sua cabeça latejava intensa e incessantemente.Metade de seu corpo estava congelando, a outra metade estava aquecida.Quando abriu os olhos, viu neve caindo do céu repleto de nuvens escuras, pinheiros o rodeavam e havia uma camada de neve cobrindo o chão, embora ao seu redor só houvesse terra. Estava frio, um vento gelado beijava sua pele de uma forma dolorosa.Encontrou a fonte de calor assim que olhou para o lado. Amber estava na forma de uma mulher de fogo, o cabelo esvoaçando feito uma tocha, evaporando a neve ao seu redor.– Que bom que você acordou. Estava começando a achar que tinha morrido. – ela comentou em um tom indiferente.– Que merda aconteceu? Eu lembro da Eleanore... Ela estava brilhando e, de repente, explodiu tudo. Então, eu apaguei completamente.
O vento gélido atingiu o corpo de Eleanore como um golpe muito doloroso. Ela se encolheu, tentando se envolver no próprio calor corporal, mas ficava cada vez mais difícil.Quando abriu os olhos, a claridade fez com que Ellie piscasse várias vezes. Assim que olhou para cima, tudo o que viu foi uma extensão tão branca quanto a neve que a rodeava, neve esta que também cobria parte de seu corpo, amontoando-se sobre suas roupas, o que havia as deixado ligeiramente úmidas, servindo apenas para intensificar ainda mais o frio.Eleanore se sentou, afastando os flocos de cima dela. Seus músculos estavam enrijecidos e doloridos, provavelmente pela posição na qual dormira.Olhou ao redor e tudo que viu foi o chão branco, a vários metros de distância estavam árvores, mas envolta de Eleanore não havia mais nada, como se tudo tivesse sido varrido e só sobrasse
Eleanore estava andando por sobre a neve, por entre as árvores, esfregando as mãos em seus braços em uma tentativa de se aquecer, nem que minimamente.Seu cabelo era uma confusão úmida de terra e galhos, armando-se em todas as direções.Tinha que comer alguma coisa, caso contrário, não andaria por muito mais tempo. Sua energia estava sendo gasta para manter seu corpo aquecido, mas não duraria para sempre.Mas onde acharia comida? As árvores estavam secas, não era época de frutos, estava nevando e as plantas estavam morrendo, não tinha ferramentas para que pudesse caçar e, francamente, tampouco tinha habilidades para tal.Seu estômago roncou alto e ela resmungou amargamente.Ao longe ouviu um grasnar, lembrou-se de Dimitri. Queria que ele dissesse algo inconveniente e que fosse seguido dos vários “calado, corvo!” dos habi
Bulaklak havia conseguido apanhar alguns pequenos peixinhos em um rio que corria ali perto. Eleanore, depois de muitas tentativas, conseguiu conjurar uma pequena fogueira, apesar de ter sido difícil encontrar galhos secos depois de muita neve.Três horas de caminhada depois, Ellie já estava faminta novamente. Ainda sentia muito frio e o corpo todo tremia em uma tentativa de manter seu calor corporal.Dimitri hora planava no céu sobre eles, hora se empoleirava sobre o ombro da menina, aconchegando-se por entre as mechas ruivas indomadas, como se aquilo fosse uma espécie de cobertor para poder aquecê-lo. Naquele instante, Dimitri estava praticamente apoiado contra o pescoço de Ellie, suas penas fazendo cócegas.– Pra onde exatamente estamos indo? – Eleanore perguntou.– Eu já lhe disse. Vamos encontrar alguém que possa te ensinar à usar seus dons, como u
O homem da cicatriz, passados os segundos de choque intenso, avançou na direção de Eleanore. Mas, antes que pudesse alcança-la, um cipó envolveu seu tornozelo e ele foi direto para o chão. Bulaklak saltou sobre ele e arrancou um tufo de seu cabelo, fazendo com que o homem berrasse. Depois, começou a acerta-lo com um cajado de madeira direto na cabeça.– Que porra é essa? – o rapaz esganiçou, colando as costas contra uma árvore, amedrontado.Bulaklak era rápido e, embora o cara da cicatriz tentasse apanha-lo, tudo o que conseguia era ter mais mechas de seu cabelo arrancadas e mais pauladas na cabeça.Ellie ficou em pé, mas não soube o que fazer, ainda estava atordoada. Olhou para as próprias mãos, imaginando se congelaria a próxima pessoa que tocasse.E, foi nesse instante de distração, que o rapaz, q
O que Bash pensou ser o som de uma vila, na verdade, era um agrupamento militar. Percebeu isso pelos uniformes, as tendas montadas em fileiras, as armas brancas e de fogo que alguns portavam. Havia um brasão em algumas tendas, era sempre o mesmo, um leão vermelho coroado, mas não era a águia negra a qual estava acostumado.– Um exército? Achei que não estivéssemos em guerra. – Magnolia questionou.– Sempre há guerras – Bash suspirou.Os três estavam no alto de um pequeno morro, a muitos metros de distância do agrupamento, protegidos pela vegetação do bosque.– Reconhece o brasão, Bash? – June quis saber.– Parece ser dos Habsburgo. Se for, estamos um pouco longe de casa. – Bash suspirou novamente – Merda. Devemos estar em território boêmio.– E o que va
Ouviu homens gritando, uma certa comoção vinda das tropas, as vozes estavam alteradas, demonstrando certo alarde. Bash não olhou para ver se era por causa dele, ele estava torcendo para ter acontecido uma invasão inimiga naquele exato instante. Mas sabia que sorte nunca fora seu ponto forte. Só esperava que a estranheza toda da situação pudesse retardar os soldados causando um espanto paralisante.Tinha saído da área das tendas, faltava pouquíssimos metros para adentrar o bosque, quando ouviu um disparo ecoar em um ímpeto doloroso contra seu tímpano e, logo em seguida, sentiu uma ardência na coxa que invadiu gradativamente o corpo todo.A cada passo, o ferimento na perna enviava um impulso excruciante por todo seu sistema nervoso. Estava difícil de superar a dor, mas ele tinha que continuar.Bash deu um salto e, no ar, transformou-se novamente em um gato, no exato in