Inicialmente, ela imaginou a magia concentrada em suas mãos, transformando-se em uma lufada de ar que pudesse erguer aquela moeda. Tudo que ela conseguiu, porém, foi soprar o ar no rosto de Vincent, agitando as mechas soltas de seu cabelo.
Ao fazer isso, Eleanore voltou do início, tendo que canalizar a energia para seu corpo e depois concentrando-a novamente em suas mãos. Após isso, ela experimentou uma nova abordagem, ergueu as mãos e imaginou que estava pegando a moeda entre seus dedos, direcionando a energia para a peça de prata sobre a mesa.
Dessa vez, a moeda se moveu, mas não flutuou controladamente como era a ideia, no primeiro momento. O objeto metálico simplesmente voou para o outro lado da sala, atingindo a parede e tilintando ao cair no chão.
Dante riu, o que lhe rendeu um olhar assassino por parte de Vincent.
O feiticeiro ergueu a mão e um brilho verde partiu de
June estava em seu herbário, cortava raízes e amaçava ervas no pilão, etiquetava os frascos contendo as poções, estranhando aquele silêncio ensurdecedor.Quando Eleanore passou os dias ali, ela costumava fazer várias perguntas, como eram feitas as poções e o que cada planta podia fazer. Dante, que insistira em ficar com ela no herbário um dia, falava demais, fizera mais perguntas do que ela achava possível, ao que parecia, ele gostava bastante da própria voz.Ela não teve muito clientes nos últimos dias, as pessoas da vila estavam com medo dos lobos de sombras e até o mercado havia sido comprometido. A destruição da luta de Vincent e Bash contra os demônios havia causado bastante prejuízo.Já era noite, o herbário já havia fechado, mas June estava ali trabalhando, pois queria ficar sozinha, e também
Vincent não apareceu para o jantar, Sebastian disse que ele tinha serviços à fazer. Eleanore não sabia que tipo de “serviços” eram esses, já que o familiar respondeu vagamente que “Vincent fazia certos feitiços para pessoas que podiam pagar”. Deveria ser assim que ele conseguia bancar os mantimentos da casa.Após o jantar, Eleanore ficou sentada à mesa de seu quarto, admirando o novo anel que pesava no dedo médio de sua mão direita, a pedra violeta, que parecia brilhar sob a luz prateada da lua cheia.Ela estava com um certo receio em pegar no sono, devido à sua forte e recente ligação mental com Vincent, além de sua conexão estranhíssima com Maximus.Porém, em determinado momento, teve que adormecer, considerando que teria que acordar cedo no dia seguinte para mais práticas e estudos sobre magia.Ele
Vincent percebeu o claro embaraço de Eleanore logo de cara, já que ela tinha uma séria dificuldade em olha-lo nos olhos sem enrubescer.Isso comprometeu totalmente o desempenho dela ao praticar novamente o feitiço de flutuação. Por isso, o feiticeiro se viu na obrigação de esclarecer as coisas com Eleanore, segurando-a pelo cotovelo e a levando para um canto da sala, o mais longe possível de Dante.– Ellie, esqueça o que houve hoje de manhã, tudo bem? O que você viu foi apenas um corpo, não é algo para se envergonhar tanto assim. Sei que você sempre ouviu que isso é algo considerado pervertido, mas essa não é a verdade, tudo bem? Não se deve ter vergonha de algo tão natural quanto isso. – Vincent explicou calmamente – Eu não fiquei constrangido e nem estou tendo um mau julgamento de você.E
Vincent arqueou uma de suas sobrancelhas claras, claramente surpreso e desconfiado, encarando de olhos semicerrados o velho.– É mesmo? E por quê?– Não é todo dia que um feiticeiro se torna um assassino em série.O rosto do feiticeiro se fechou como uma tranca.– Aquilo não fui eu.– Isso, sinceramente, não é da minha conta – O vendedor ergueu as mãos e voltou seus olhos castanhos para Bash. – Você esteve aqui, não?Bash apenas assentiu, mas voltou sua atenção para o feiticeiro, esperando que ele falasse.– Você conhece Leona Phoenix. – Vincent afirmou, sério – O que ela vinha fazer aqui?– Não é óbvio? – Ele indicou toda a loja com suas mãos. – Ela vinha aqui comprar meus produtos, os de melh
Vincent ficou ereto e enrijeceu os ombros, alerta.– O quê?– Houveram mais mortes – Minerva contou – Assim como as outras, todos homens ligados à você. Três, assim como da última vez. Um deles era um guarda, que o prendeu no passado por práticas de bruxaria, e os outros dois foram homens para os quais você prestou serviço.O feiticeiro respirou fundo, curvando os ombros, sentindo-se impotente e derrotado.– Eu não entendo. Como Maximus pode conhecer esses homens, se nem mesmo eu me lembrava dos meus agressores do orfanato? Como ele pode saber pra quem eu prestei serviços? Como ele conseguiu esse tipo de informação?Um silêncio denso e contemplativo pairou sobre todos os presentes na sala. Vincent pensava, não parava de fazer isso há tempos.– Maximus sabia de qual orfanato você
Naquele dia, Eleanore continuou praticando a magia da esfera de energia, já que, nem quando Vincent a ensinara, nem quando Dante a ajudou, ela conseguiu executar o feitiço de maneira correta. Era extremamente difícil estabilizar a energia, era mais forte do que ela.Eleanore tentou imaginar como se aquela energia estivesse envolta de uma cúpula de vidro, como uma lamparina que era capaz de conter o fogo em seu interior. Dante havia dito à ela que a magia era domada de acordo com a capacidade de imaginação do feiticeiro, e sua força de vontade em relação a da própria magia.Assim como as chamas, ela conseguia manter a esfera em sua mão, porém, ela tremulava de forma inquieta sobre sua palma. Quando tentava lança-la, ou a bola de energia se dissipava no ar, tomando sua forma primitiva e invisível natural, ou acabava explodindo o que quer que estivesse no caminho. Naqu
Dante estava a caminho da cozinha, após terminar os estudos com Eleanore, quando ouviu um soluço vindo de um dos quartos, soava como um choro.Ele deu duas batidas fracas na porta, mas não recebeu qualquer resposta. Então, devagar, abriu a porta e, logo em seguida, teve que desviar de um livro que veio de encontro ao seu rosto desprotegido. Assim que saiu do caminho, o livro atingiu a parede e caiu inofensivamente no chão.Novamente, Dante ergueu o olhar e encontrou aquela menina, June, sentada encolhida sobre a cama. Seus cabelos, sempre presos em uma trança, agora estavam soltos, as ondas castanhas caídas por seus ombros. Os olhos estavam vermelhos e inchados, certamente por causa do choro, mas agora seu rosto estava congelado em uma expressão furiosa e selvagem.– A senhorita está bem? – Dante perguntou cortesmente.– Não. Agora, me deixe em paz. –
Maggie estava no meio de um trabalho, cavalgando incansavelmente sobre um homem qualquer, que podia pagar, quando escutou gritos e uma certa agitação do lado de fora do quarto.Ela saiu de cima daquele homem e se aproximou da porta, buscando ouvir melhor o que se passava, provavelmente no salão de jogos. Não era incomum que brigas violentas ocorressem por causa de apostas, ou devido à algum tipo de trapaça, às vezes era apenas por pura embriaguez. Homens eram tão estúpidos, exceto Vincent.– Ei, o que você está fazendo? Volte já aqui! – resmungou aquele homem que tinha pelos demais, na opinião de Maggie – Estou pagando por isso.– Não está ouvindo esse barulho? – Ela encostou a orelha na porta e ouviu novamente gritos estridentes, tanto femininos quanto masculinos. Porém, estes não eram os gritos de