A bondade sempre poderia surgir de quem menos esperamos. Era o que a mãe de Maggie costumava dizer, antes de morrer de uma terrível doença, assim como seu pai.
Ela tinha razão, porque June havia sido especialmente gentil com ela desde que retornaram ao castelo de Vincent. Havia levado Maggie até seu exuberante herbário, onde a menina lhe ensinou como triturar ervas, secá-las, diferenciar os tipos de planta, como dilui-las em água quente, mostrou-lhe os livros de poções, unguentos e emplastos.
Maggie se esforçava muito, mas era muito difícil e ela ficava impressionada com o quão bem June conseguia fazer aquilo, com tamanha maestria.
Em determinado dia, Maggie indagou:
– Por que está ensinando isso à mim, June? Quando cheguei ao castelo, se bem me lembro, você me odiou.
June a fitou por um momento, ela tinha impressionantes olhos
Era noite, o período em que Beck ficava acordado, considerando que era um vampiro e dormia durante o dia. Ele e Maggie estavam na sala, sentados no chão com a mesinha de centro os separando e jogavam baralho. Ela costumava fazer muito isso no Garten e Beck lhe dissera que, quando era vivo, costumava jogar muito em bares e, em certas ocasiões, quase morrera por causa disso, por causa das apostas.Beck lhe dissera que tinha noventa e dois anos o que, Maggie sabia, era mais idade do que aquela que Vincent possuía, embora, assim como o vampiro, aparentasse ser mais jovem do que realmente era.O vampiro também costumava sair para caçar à noite, Minerva lhe permitia isso. Havia incumbido uma magia na coleira de Beck que o impedia de pensar em fuga.Minerva dizia que eles o mantinham no castelo porque queriam que Beck dissesse tudo o que sabia para os feiticeiros que eles estavam recrutando. E depois disso? Maggie tinha
A chegada de Ellie, causou certo alvoroço. Bash a esperava na sala, andando em círculos em frente a porta em sua forma felina. June também estava ali, sentada no sofá, lendo um livro sobre o uso de flores nas artes curativas. Sam flutuava próximo ao sofá, olhando fixamente para a porta. Dante encontrava-se em uma das poltronas, fitando o fogo como se houvesse algo muito interessante acontecendo ali.Minerva permanecia em silêncio ao lado de Maggie. Na verdade, todos estavam submersos em uma quietude densa. Ela não conseguia entender o porquê.A porta se abriu e, de repente, todos estavam em pé, menos Minerva, que apenas moveu a cabeça naquela direção.Primeiro, um corvo passou voando pela porta, indo direto para June, que ofereceu sua mão para que ele pudesse se empoleirar. Ela sorriu e acariciou as penas da ave, que grasnava e batia as asas sem parar.Logo dep
Era estranho estar de volta em seu antigo quarto. Era estranho voltar para o castelo e encontra-lo inteiro. Sentia um aperto em seu peito só de lembrar que fora ela a pessoa que o destruiu no passado.Antes de ir embora, Ellie abraçou Niara com força e a agradeceu várias vezes por tudo, por tê-la acolhido, por tê-la alimentado e principalmente por tê-la treinado. Niara tocou-lhe delicadamente o cabelo e lhe disse que ela era extraordinária. Ellie sorriu.Depois, Vincent quis falar a sós com sua mãe e Ellie o esperou do lado de fora. Ficou absorvendo a arquitetura rustica e excêntrica da cabana e pensou que sentiria falta dali.Tudo em seu quarto estava no mesmo lugar em que deixara, até mesmo suas roupas. Era até um pouco perturbador.– Tudo bem? – Vincent perguntou, parado ao lado da porta, que ele havia fechado ao entrar.Quando olhou para ele
June não parecia do que tipo que se abria dessa forma para as pessoas, na verdade, quando Dante a olhava, podia quase ver uma fortaleza, rodeada por enormes muralhas intransponíveis. Mas lá estava ela, se abrindo com ele. Isso fez com que Dante se sentisse importante, especial até, e um calor repentino afastou momentaneamente o frio.– Existem certas poções e runas que podem ser usados em batalha. – Dante falou, depois de longos e intermináveis minutos de silêncio.– O quê? – June o encarou com o nariz encrespado, soando confusa. Ela ficava muito bonitinha com essa expressão. Na verdade, June estava lindíssima naquele momento, mesmo com aquela sombra de tristeza em seu rosto. Havia começado a nevar fracamente e alguns flocos brancos se prendiam aos seus cabelos escuros presos em uma trança, além disso, suas bochechas estavam levemente cora
Vincent disparou em direção as escadas e as subiu de dois em dois degraus, depois, foi direto para o segundo andar, então, para a biblioteca. Vince se dirigiu até a seção de ciência e pegou livros sobre biologia, órgãos e sangue. Abriu-os em páginas especificas, lendo rapidamente as palavras nas linhas. Então, pegou um livro sobre magia corpórea.Já tinha lido aqueles livros quando tentava entender melhor as habilidades de Maximus, em uma época em que queria deter seu irmão, ao invés de simplesmente deixar para lá.– Pirou de vez? – quem perguntou foi Bash.Minerva cambaleava atrás dele com o apoio de Dante.– O que foi, Vince? – sua irmã questionou.– Nossa, eu entendi o que Salvatore quer de Ellie, eu entendi porque Maximus é tão importante pra ele. Merda!
– Por que quer saber, Ellie? – Dante indagou, depois de ela lhe perguntar o que ele sabia sobre ligações entre feiticeiros e como fazê-las.Ela o encontrou no herbário junto à June. Ambos estavam debruçados sobre a mesa e havia uma dúzia de frascos arredondados enfileirados à sua frente, assim como alguns papeis contendo símbolos diferentes. Livros empilhados rodeavam os dois e, antes de ela atrapalha-los, os dois pareciam absortos nas informações contidas no livro aberto diante deles.– Eu preciso dessa ligação – Ellie anunciou – Quer dizer, a Magia me disse que era a única forma de eu conseguir combater Salvatore Lex, considerando que ainda sou uma feiticeira e bruxa em treinamento.– A Magia? – Dante ergueu uma das sobrancelhas, espantado – Você quer dizer... a entidade mística que &eac
Vincent pode ver, pelo menos, vinte pessoas rodeando a sede do Conselho, os que estavam em seu campo de visão. Três feiticeiros e dezessete vampiros. Não pareciam muito entusiasmados com a missão de guardar um local destruído.Mas Vincent tinha que admitir que Salvatore era inteligente. Não seria prudente da parte dele deixar um lugar como a Sede do Conselho da Magia sem proteção. Afinal, o local possuía livros raros de feitiçaria, caixas, baús e frascos contendo criaturas perigosas, amuletos raros e perigosos, além de armas mágicas lendárias. Basicamente, um incrível arsenal mágico.Ele se aproximou sorrateiramente da Sede, porém, sem parecer um intruso. Aproximando-se do local, desviando do foco de onde estavam os sentinelas, tentando não transparecer que não queria ser visto e que não podia estar ali.– Beck!
Foi quando Vincent sentiu, antes de ver, algo vindo em sua direção. Virou a cabeça há tempo de ver uma esfera de fogo vir em sua direção. Ele se abaixou, enquanto corria, e sentiu o calor do fogo passar por cima de sua cabeça.Mas essa distração lhe custou muito. Ele acabou tropeçando na raiz de uma árvore e começou a rolar morro abaixo, a neve umedecendo sua roupa, terra molhada e fria entrando em sua camisa, o feitiço que o aquecia se desfazendo enquanto ele rolava e rolava. Seu braço bateu em algo bem duro o que foi bem doloroso e o fizera soltar um gritinho de dor. Pela sensação de calor e viscosidade que havia penetrado suas roupas, ele podia supor que havia abrido um corte e que agora estava sangrando.Uma árvore o fez parar. Ele bateu a coluna contra o tronco, o que poderia muito bem tê-lo matado, mas felizmente não foi o caso.