Ela sabia que a irmã a odiava, mas a partir daí inventar uma história dessas era demais, principalmente no dia do casamento. O que ela pretendia? O que ela vai expulsá-la? Que prazer macabro ela sente em sempre envergonhá-la na frente de todos? Camelia se pergunta sem conseguir entender, por mais que tente. Por que Marilyn a convidou e insistiu tanto para que ela viesse então? Ela sentiu muita pena do seu chefe, por tê-lo feito passar por aquela vergonha. Por isso puxou Ariel, querendo afastá-lo daquilo tudo. —Senhor... vamos, por favor. —Ela implorou bem baixinho. Mas Ariel a segurou.—Para sua informação, senhora, não preciso alugar nada—, Ariel confrontou com sua voz bem firme, ofendido, agora sentindo que todos estão unidos contra sua noiva, pois é assim que ele se sente, e ele irá defendê-la . —Essa limusine é minha, uma das muitas que possuo—ele continua falando, exaltado, observando enquanto seu segurança se aproxima dele. Ele lhes dá uma indicação de que não. —E minha nam
Ariel começa a falar muito alto, como se estivesse fazendo um discurso. Ele quer ser ouvido por todos os presentes. Porque como disse a mãe dele, cidade pequena é um grande inferno, ele está provando isso agora mesmo. Nem uma única pessoa ficou ao lado da sua Camélia, todos, sem exceção, estão do lado da irmã diabólica, atentos ao que está acontecendo, como se fosse um espetáculo, onde foram rir e zombar dela. Pela primeira vez na vida, ele sente que deve usar o poder da sua família, como fez o irmão, na formatura.— Quando minha noiva me contou que a irmã dela ia se casar, fiquei feliz por ela. Camélia não quis vir porque me disse que não seria bem vinda e eu tolamente não acreditei, praticamente a obriguei a vir. Eu não podia permitir que o amanhã se arrependesse de não ter passado pelo dia mais importante da vida de sua única irmã. Peço desculpas porque meu motorista parou no tapete vermelho, —ele se vira para Marilyn, que sorri hipocritamente. — Moramos na capital, é isso que tod
Há silêncio depois que Ariel Rhys declara isso. Todos observam enquanto a luxuosa limusine vai embora com eles, seguida agora não por um, não por dois, mas por quatro carros de guarda que apareceram do nada. Todos os seus ocupantes saíram correndo ameaçadoramente, vendo como as pessoas haviam cercado a limusine do chefe e ele discutindo com alguém. Em um momento eles afastaram todos de Ariel, com as armas em punho. Apontaram para todos, que recuaram assustados e ao mesmo tempo admirados como se fosse um filme. Para, da mesma forma, todos entrarem em seus carros para seguir Ariel e atravessar lentamente em frente à aglomeração que o povoado havia formado, fora do local do casamento, observando-os como se quisessem derrubá-los, principalmente a família de Camélia.—Uau—, exclamou alguém, —Camélia voou alto, um Rhys, um Rhys.—Ele não é um Rhys, idiota, é ator! Você realmente vai acreditar no desempenho dele? — Marilyn perguntou histericamente, embora hesitante —, ele deve ser um ato
Camélia olha para fora novamente, ainda sem acreditar na surpresa que seu chefe preparou para ela. Lá, sorrindo alegremente, estão com Dona Elvira sua melhor amiga Nádia com seu marido Ricardo. E atrás, o advogado Oliver com o Dr. Félix e outras pessoas que ela não conhece, mas que sorriem para ela com alegria. Ariel pega outro lenço de papel e enxuga o rosto. Graças a Deus, ela pensa, teve o cuidado de dizer aos maquiadores para colocarem maquiagem à prova d'água nela, como Nádia a avisou. Agora ela acreditou em tudo que lhe disse e acredita que falhou. Aquela terrível família Camelia deve ter tornado a vida dela um inferno. Mas ele cuidará de fazê-la feliz. — Pronto, você é linda. Vamos, Cami, quero que seja um dia muito lindo—, ele diz enquanto o motorista abre a porta. Temos que comemorar mais um ano de sua vida. Camélia fica muito animada, justamente quando Ariel está prestes a sair, ela o segura e o abraça com muita força. Quando eles se separam, ela o olha nos olhos e fala
Ariel e Camelia se beijaram apaixonadamente, esquecidas por todos, sem perceber que já haviam sido vistas por muitos paparazzi que estavam ali por mais uma celebridade e encontraram um bom show. Ariel havia esquecido esse detalhe; A única coisa que ele pensava era deixar Camélia feliz, para que todos pudessem filmá-lo e tirar fotos, que junto com as luzes coloridas, não eram perceptíveis. —Senhor Ariel, quero que faça algo que eu sempre quis—, Camélia começou a falar, mais embriagada de felicidade do que pelo beijo que seu chefe lhe dera. É meio bobo e louco. Será? Eu sei que você já me deu muitos presentes de aniversário, mas é algo que sempre quis saber como é. —O que você quiser, Cami—perguntou Ariel com uma sorrisa, tomado pela mesma felicidade que ela. —O que é? —No dia da minha formatura, o garoto que eu achava fiel a mim, que me amava de verdade, me humilhou na frente de todos—, ela falou com as bochechas coradas, baixando os olhos de vergonha diante do olhar f
Depois que Nadia trouxe seu precioso bebê ao mundo, todos se retiraram para suas casas. Eles estão super exaustos; Camélia e Ariel vão para a cama vestidas, jogam-se na cama e adormecem, até que o som incessante dos toques do telefone as acorda. Eles se entreolham, depois olham para o relógio na parede: são cinco da tarde de domingo.—Uau, dormimos—, diz Ariel, sentando-se e pegando o telefone. —E essa quantidade de ligações de todo o mundo?Ele imediatamente marca seu irmão mais velho. A maioria das ligações é sua; Ele tem muito medo de que algo ruim tenha acontecido com seu pai.—Mano, o que foi que você me ligou tanto? Papai está bem? —pergunta assustado, temendo o pior.—Até você finalmente responder! —Marlon exclama do outro lado da linha. —Você está bem? Ond
Ariel e Camélia ficaram em silêncio, ambos brincando nervosamente com seus telefones. Ele não respondeu à pergunta que ela lhe havia feito em seu desespero e medo. Estava convencida de que seu pai apareceria na cidade e a levaria à força para o povoado. Casá-la-ia com o homem odioso que havia escolhido e a poria para trabalhar como escrava na fábrica de cerâmica.Por sua vez, Ariel estava assustado com o rumo que as coisas haviam tomado. Sua mãe havia exigido que ele levasse a namorada e, segundo seu irmão Marlon, seu pai também estava feliz com a notícia. Recriminava-se por ter sido tão descuidado. Queria cuidar de Camélia, inclusive sentia que algo estava nascendo entre eles, mas as dúvidas o paralisavam. Como expor a inocente e indefesa Camélia ao calvário que era sua vida?—Falava com seu pai? —perguntou Ariel, bastante surpreso com sua atitude. Nada a ver com a moça assustada que tinha precisado defender no dia anterior.—Oh, senhor, desculpe por isso, é que meu pai... —balbuciou
Camélia olha-o sem entender enquanto tenta recordar tudo o que aconteceu depois de voltar do povoado. Sabe que bebeu sem medida com o desejo de esquecer a vergonha que sua família a tinha feito passar. Depois tinha dançado muito, seus pés doíam e sentia-se muito tonta. Todo o resto são flashes borrados do que aconteceu.—Sim, foi assim que você chamou. Eu gostei muito e fiz. Foi logo antes de sair correndo com Nádia para o hospital —conta-lhe Ariel um pouco mais seguro.Ela olha-o sem poder acreditar que sua bebedeira a tenha feito pedir um novo favor ao seu chefe. E não só isso, está convencida de que ele cedeu para agradá-la por pura pena depois de ver como sua família a tratava. Camélia parou em frente a Ariel e deixou cair os braços ao lado do corpo, derrotada, enquanto inclinava a cabeça, realmente envergonhada e arrependida do que tinha feito.—Nossa, senhor, peço-lhe mil desculpas. Por minha culpa está metido em não sei quantos problemas. Não sei o que acontece comigo, cada vez