Em uma imponente mansão nos arredores da cidade, Eliza, a irmã do falecido Leandro, caminhava furiosa pelo seu escritório após receber uma ligação que a deixara descomposta.
—Que diabos aconteceu? Como é possível que não conseguiram capturar Camelia? Ela estava sozinha no hospital, pelo amor de Deus! —vociferava, batendo com o punho na mesa. —Não era ela, senhora, era a irmã mais velha, Clavel —respondeu a voz do outro lado da linha—. Você sabia que ela é filha do senador Camilo Hidalgo? O lugar se encheu de seguranças em questão de minutos. Escapamos por milagre. Sinto muito, Elisa, mas nós estamos nos retirando —e tentaram encerrar a comunicação. —Espere, droga! —gritou ao telefone—. Que bobagens você está dizendo? Camelia é filha de Pedro Oduarte, eO helicóptero, pilotado por Ismael, com Félix e a ginecologista a bordo, lutava contra as violentas rajadas de vento enquanto o major Alfonso, sentado ao seu lado, tentava localizar o iate na imensidão do oceano. —Eles estavam bastante afastados, ainda não há sinais deles —comentou Alfonso, sem desviar o olhar dos binóculos. —Estavam praticamente no meio do nada, em águas internacionais —respondeu Ismael, também examinando o horizonte. A intensa chuva reduzia consideravelmente a visibilidade, dificultando a busca. —Ali! —exclamou de repente o major Alfonso, apontando para um ponto no horizonte—. Às três horas! Vejo algo que pode ser o iate. Ismael manobrou o helicóptero com destreza, lutando contra as rajadas de vento que ameaçavam desestabilizá-los. Félix e a ginecologista se agarraram aos assentos enquanto a aeronave virava bruscamente. —A tempestade está piorando —advertiu Ismael—. Se quisermos fazer um reconhecimento, tem que ser agora. —Aproxime-se o máximo que puder
Ariel ficou observando por mais um tempo enquanto o helicóptero se afastava, até que se tornou um ponto diminuto contra o céu agora limpo. O rugido das hélices foi desaparecendo gradualmente, deixando apenas o som do mar e do vento. Caminhou lentamente de volta para a cabine, mas parou diante da porta. Através da madeira, podia ouvir o murmúrio de vozes e o tilintar de instrumentos médicos. Passou a mão pelo rosto, exausto, e encostou-se à parede do corredor. —Senhor —chamou um dos tripulantes—. O capitão quer falar com o senhor na ponte. Ariel hesitou por um momento, olhando para a porta da cabine. Depois, olhou para a porta do salão onde estavam cuidando de sua esposa. Será que algum dia ela voltaria a se deixar amar como antes? O marinheiro esperava pacientemente ao seu lado. —Diga a ele que irei em alguns minutos —respo
Camelia abriu os olhos e encontrou-se deitada na enorme cama de um quarto luxuoso ao qual não tinha prestado atenção antes. Virou a cabeça e, através da ampla janela com as cortinas corridas, observou o mar azul a estender-se até ao horizonte. O suave balançar lembrou-lhe que estavam num iate. Já não tinha febre, e a dor tinha diminuído consideravelmente. Com muito cuidado, levantou-se, notando que, embora ainda sentisse algum desconforto, este era menor. Quanto tempo teria dormido?Pareceu-lhe que muito. À sua mente veio a última recordação do que tinha tentado fazer e procurou imediatamente o seu marido. O olhar de terror de Ariel permanecia cravado na sua memória. Como pôde fazer-lhe algo assim? Nesse preciso momento, a porta abriu-se e, por ela, entrou ele com uma bandeja cheia de comida. Ao vê-la acordada, colocou-a rapidamente numa mesa próxima e avançou na sua direção com um sorriso no rosto.—Bom dia, amor. Como te sentes hoje? —parou mesmo à sua frente, enquanto ela o olhava,
Ariel baixou o olhar, sentindo como o rubor subia pelo seu pescoço até às bochechas. As suas mãos, que até há pouco se moviam com segurança, começaram a tremer ligeiramente. Um nó formou-se na sua garganta enquanto lutava contra as memórias que sempre tentara manter enterradas. Respirou profundamente, consciente do olhar incrédulo de Camelia sobre ele.A vulnerabilidade que sentia naquele momento era quase insuportável; nunca tinha falado disto com ninguém, mas agora tinha de desnudar a sua alma diante da mulher que amava. A vergonha pesava-lhe como um fardo esmagador sobre os ombros. Quando finalmente conseguiu levantar o olhar para se encontrar com o da sua esposa, o seu rosto refletia dor. As palavras que estava prestes a pronunciar queimavam-lhe na garganta, mas sabia que era o momento de partilhar a sua verdade, por mais dolorosa que fosse.—Sim, Cami... é verdade —conseguiu articular, enquanto continuava a passar a esponja sobre os seios marcados da sua esposa. A água caía sobre
A noite havia caído sobre a cidade com uma tranquilidade enganosa, envolvendo as ruas num manto de sombras e sussurros. Na penumbra do seu escritório, Ariel Rhys mergulhava no silêncio, esse companheiro fiel das horas extras. Papéis se empilhavam como testemunhas mudas do dia que se recusava a terminar, enquanto a luz tênue do candeeiro de mesa brincava com os limites da sua paciência.Foi então que a serenidade da noite se quebrou com uma batida suave na porta. Ariel, ainda imerso em seus pensamentos, convidou o visitante noturno a entrar, esperando encontrar o rosto familiar do segurança. Mas o que seus olhos viram não era nada do que sua mente havia antecipado.Dias depois, no conforto de um clube onde os sábados ganhavam vida entre anedotas e risos, Ariel estava a partilhar a mesa com os seus amigos: o advogado Oliver e o médico Félix. A incredulidade ainda pintava seu rosto quando tentava ordenar suas palavras para narrar o evento que havia perturbado sua realidade.—Rapazes, vo
Camélia parecia um feixe de nervos, sua postura revelava um desconforto palpável enquanto se contorcia na cadeira, como se cada fibra do seu ser quisesse escapar da situação em que se encontrava. O rubor em seu rosto não era apenas indicativo de vergonha, mas também de uma luta interna que parecia consumi-la. Seus olhos, que antes brilhavam com a escuridão da noite, agora estavam velados pela dúvida e humilhação, e desviavam-se constantemente, incapazes de sustentar meu olhar.—Ela trabalha na empresa, no armazém. E deve ter uns vinte e poucos anos, não sei, não sabia da existência dela até aquela noite. Já lhes digo, se a vi antes foi muito pouco e não reparei nela ou guardei sua imagem —respondeu Ariel com um tom que descrevia que o aparecimento da mulher era muito surpreendente àquela hora em seu escritório.—Está bem, o que ela queria? —Oliver não pôde conter sua impaciência.—Vou contar-lhes exatamente a conversa —Ariel fez uma pausa dramática antes de continuar.—Está bem —disse
Eu tinha ficado observando-a sem compreender o que me pedia. Sério, minha mente estava naquele momento buscando possíveis fatos que tivessem acontecido com minha funcionária na minha empresa e que eu teria que resolver àquela hora da noite.—Por favor, senhorita Camélia, pode finalmente me dizer o que aconteceu para ver se posso ajudá-la? —perguntei um pouco exasperado.—Pois é, senhor, nos chocolates havia esta droga, sabe, esta droga..., esta droga... —gaguejava como se temesse ou se envergonhasse de dizer.—Que droga? —perguntei para incitá-la a falar, agora verdadeiramente intrigado.—Pois esta que faz você cometer loucuras, que..., que faz você querer fazer com qualquer um, sabe, aquele ato..., aquele..., sabe..., entre um homem e uma mulher... —tentava me explicar toda ruborizada e baixava o olhar enquanto gaguejava diante de mim, que não podia acreditar no que me dizia— e eles riam de mim, diziam que eu iria correndo suplicar a eles que me fizessem o "favor", mas antes me mato,
Não pensei mais, peguei-a nos meus braços, coloquei-a no carro, ela me indicou onde era sua casa e para lá fomos. Não vou contar os detalhes, mas para começar ela era virgem. Tem um corpo de tirar o fôlego, que descobri depois que ela tirou toda a roupa. Quando soltou o cabelo ao tomar banho para ficar limpa para mim, e sem os óculos, o patinho feio se transformou em cisne!—Não estou mentindo, não estava bêbado nem nada —assegurou Ariel com firmeza—. A garota insignificante que trabalha escondida de todos como assistente no almoxarifado é uma preciosidade sem roupas.—Sério? —perguntaram ambos espantados.—Sim, Camélia é uma linda mulher ao natural —afirmou.—Então, você fez o "favor" a ela ou não? —quis saber Félix.—Fiz, a noite toda —disse muito sério—. Estreei-a em tudo, ela não sabia nada, nunca tinha tido relações, me contou que teve um quase namorado, mas que não chegou a nada.Ambos os amigos ficaram olhando para Ariel com incredulidade e um toque de inveja saudável. Trocaram