Ele não cederia nisso e o manejava como se estivesse em uma importante reunião de negócios, e nisso ele não tinha rival. Além disso, percebia que Camelia não tinha nenhuma experiência em relacionamentos, nada a ver com a enorme experiência que ele tinha lidando com todo tipo de mulheres víboras que estavam muito longe de sua inocente Camelia, disse para si e continuou:
—Ou você se esquece que pelo favor que me pediu tive que me deitar com uma mulher que não conhecia? —e continuou enumerando o que aconteceu entre eles—. Vi-a pela primeira vez naquela noite, uma moça estranha envolta em roupas nada femininas e escondida atrás daquele seu enorme casaco. E não só isso, tive que me empenhar ao máximo sem poder descansar nem um minuto durante toda a noite e parte da manhã. Esquece
Ariel ficou em silêncio por um momento, realmente desejoso de compreender o que Camelia queria. Estava claro que ela buscava escapar da tensão entre ambos, mas ao mesmo tempo, seu instinto lhe sugeria que, assim como ele, ela começava a se acostumar com sua presença. Ou estaria ele enganado?—A que se refere? —perguntou Ariel, buscando clareza.—Só vamos ter sexo, não é? —Camelia o olhou com seriedade, era evidente que queria estabelecer que o acordo deles era unicamente o pagamento dos favores, nada mais.—Sim —confirmou Ariel com um suspiro, consciente de que ainda não estava certo do que realmente queria com ela—. Estamos de acordo então? Ah, e tenho uma pergunta, senhorita Camelia, algo que me deixou inquieto
Camélia guarda silêncio, mantendo o olhar de Ariel até que, finalmente, desvia os olhos. Não deixa de ter razão o que seu chefe lhe diz; no entanto, ela nunca foi de contar sua vida familiar miserável a ninguém. Contudo, aparecer sozinha no casamento de sua irmã a aterroriza mais do que ser sincera com seu chefe. Toma outro gole de vinho, exala profundamente e decide se abrir.—Veja bem, senhor —começa Camélia, mostrando sua relutância—, eu não queria fazer isso. Mas o senhor tem razão. Vou lhe contar sobre minha vida e assim entenderá por que me vejo obrigada a agir desta maneira.—Sou todos ouvidos —responde Ariel satisfeito, acomodando-se em sua cadeira para ouvi-la.—Não me interrompa, vou contar tudo de uma vez —pede seriamente e inicia:"Meus pais tiveram minha irmã mais velha cinco anos antes de mim. Para eles, minha chegada foi uma surpresa, já que só haviam planejado ter uma filha, a quem dariam tudo. E quando eu nasci, ela já era tratada como uma rainha, e isso nunca mudou.
Ariel ficou observando sua acompanhante, incapaz de acreditar que tudo aquilo não fosse mais do que uma mera coincidência. Perguntava-se como uma irmã poderia agir de tal maneira, lembrando-se dos seus próprios irmãos que dariam a vida por ele. Mesmo se estivesse numa situação semelhante, consideraria uma honra. Com um olhar sério, disse-lhe:—Senhorita Camélia, acho que é demasiado duro julgar sua irmã, certamente é apenas uma coincidência.—O senhor diz isso porque não conhece minha irmã —replicou ela, mantendo seu olhar fixo no dele—. Ela tem adiado o casamento para que coincida com meu aniversário, que cai no sábado. Nesse dia, papai sempre organiza um almoço e ela fica incomodada porque é o único
Ariel, consumido por um desejo ardente, atrai Camelia para si, segurando-a delicadamente pelo pescoço. Seus lábios se encontram num beijo apaixonado, quase devorador. É como se ele nunca pudesse se saciar dela, daquele sabor que o obcecou desde a primeira vez que a provou. Seus lábios exploram cada canto da boca de Camelia, mordiscando suavemente, saboreando cada instante. Com os olhos fechados, sua mente voa, imaginando-a nua sobre lençóis de seda, sua pele dourada brilhando sob a luz tênue do quarto. Suas mãos anseiam por percorrer cada curva daquele corpo que o enlouquece. Nesse momento, ele toma uma decisão que mudará o rumo da noite.—Senhor —sussurra Camelia, conseguindo se separar por um instante, sua voz entrecortada pela paixão—, aqui não... Vamos para casa, por favor. Ariel Rhys não sabe se está se apaixonando e neste momento também não lhe interessa a resposta a essa pergunta ao sentir como Camelia acaricia seu peito com lábios tão suaves que lhe provocam arrepios por todo o corpo.—Estou fazendo bem, senhor?— pergunta ela com uma mistura de inocência e coqueteria que faz Ariel sorrir calorosamente, permitindo-se desfrutar plenamente desse momento.—Perfeitamente— respondeu, acariciando com ternura o belo rosto da jovem, agora tingido de um rubor encantador. —Não pergunte mais. Apenas faça o que sentir, Camelia. Garanto-lhe que adorarei tudo o que fizer. — "E se realmente a fizesse minha namorada?", pergunta-se fugazmente, surpreendido pelos seus próprios pensamentos.C35 PRIMEIROS SINAIS DE ALGO MAIS
Ariel não respondeu e Camelia não se atreveu a perguntar novamente. Sem dizer uma palavra, vestiu-se apressadamente e subiu no carro que ele dirigia em alta velocidade. Ariel parou em frente ao prédio onde Camelia morava.—É o meu pai —disse Ariel quando Camelia estava prestes a sair do carro. —Ele está muito doente e foi levado para o hospital.Foi então que ela compreendeu seu rosto assustado, embora não entendesse por que ele lhe dava tantas explicações. Afinal, seu relacionamento se limitava ao sexo; não eram um casal.—Espero que ele melhore logo —disse ela, saindo rapidamente do carro. —Desculpe por ter pergunta
Ariel irrompe no hospital, ofegante e com o coração acelerado. Seus olhos percorrem freneticamente o corredor até encontrar seus dois irmãos e suas respectivas esposas, que rodeiam sua mãe. Ela, sentada numa cadeira de plástico, soluça desconsoladamente, seu rosto sulcado por lágrimas e o medo palpável em seus olhos avermelhados.—Mano, o que aconteceu? O que há com o pai?— pergunta Ariel, sua voz tingida de angústia ao ver sua mãe naquele estado, temendo o pior.—Calma, não é nada grave, Ari— apressa-se a responder Marlon, seu irmão mais velho, ao notar a expressão aterrorizada de Ariel. —O pai teve uma descompensação e desmaiou. Já estão administrando soro. Você conhece a mã
A primeira vez que Ariel viu Mailen, ela estava sentada sozinha numa mesa da cantina universitária. Seu cabelo loiro deslumbrante caía em ondas suaves sobre seus ombros, emoldurando um rosto de beleza etérea. Seus olhos, de um azul tão claro quanto um céu de verão, contrastavam com suas bochechas rosadas e lábios vermelhos que pareciam esculpidos por um artista.Ariel, cativado por sua presença, aproximou-se com uma mistura de nervosismo e determinação. Com um sorriso tímido, sentou-se ao lado dela e, pouco a pouco, foi ganhando sua confiança ao oferecer ajuda nas tarefas diárias. Quando o primeiro semestre chegou ao fim, o destino já havia entrelaçado seus caminhos, transformando-os num casal inseparável.Na universidade, Ariel não demorou a se destacar. Sua dedicação aos estudos, herdada dos irmãos mais velhos, levou-o a obter notas excelentes em