Ariel irrompe no hospital, ofegante e com o coração acelerado. Seus olhos percorrem freneticamente o corredor até encontrar seus dois irmãos e suas respectivas esposas, que rodeiam sua mãe. Ela, sentada numa cadeira de plástico, soluça desconsoladamente, seu rosto sulcado por lágrimas e o medo palpável em seus olhos avermelhados.
—Mano, o que aconteceu? O que há com o pai?— pergunta Ariel, sua voz tingida de angústia ao ver sua mãe naquele estado, temendo o pior.
—Calma, não é nada grave, Ari— apressa-se a responder Marlon, seu irmão mais velho, ao notar a expressão aterrorizada de Ariel. —O pai teve uma descompensação e desmaiou. Já estão administrando soro. Você conhece a mã
A primeira vez que Ariel viu Mailen, ela estava sentada sozinha numa mesa da cantina universitária. Seu cabelo loiro deslumbrante caía em ondas suaves sobre seus ombros, emoldurando um rosto de beleza etérea. Seus olhos, de um azul tão claro quanto um céu de verão, contrastavam com suas bochechas rosadas e lábios vermelhos que pareciam esculpidos por um artista.Ariel, cativado por sua presença, aproximou-se com uma mistura de nervosismo e determinação. Com um sorriso tímido, sentou-se ao lado dela e, pouco a pouco, foi ganhando sua confiança ao oferecer ajuda nas tarefas diárias. Quando o primeiro semestre chegou ao fim, o destino já havia entrelaçado seus caminhos, transformando-os num casal inseparável.Na universidade, Ariel não demorou a se destacar. Sua dedicação aos estudos, herdada dos irmãos mais velhos, levou-o a obter notas excelentes em
Ariel passou o dia sorrindo como um bobo, abraçando e beijando a todos. Ao chegar a noite, vestiu-se com um elegante terno que combinava com o vestido que Mailen usaria. Uma bela limusine branca o esperava, seu irmão a havia colocado à sua disposição. Pegou tudo e, emocionado, partiu rumo à casa de sua namorada dez minutos antes do combinado, para dar-lhe tempo de se vestir com o vestido dos seus sonhos.Mailen era filha de uma família de baixa renda. Realmente era uma beleza e certamente triunfaria na vida por isso. Vivia contando a Ariel que desejava ser uma grande atriz e modelo. Queria vestir-se com as roupas dos melhores estilistas do mundo, dizia. Seu maior sonho era ir para Paris, o coração da moda. Dizia-lhe o tempo todo que faria qualquer coisa para alcançá-los. Ele a escutava, sabendo que poderia dar-lhe tudo o que ela s
Ariel manteve-se firme ao ver sua família inteira apoiando-o do palco. Seu pai o olhava fixamente, enquanto sua mãe sorria com carinho, infundindo-lhe coragem. Ismael, por sua vez, olhava com ódio para Enrique, contendo a vontade de enfrentá-lo pela humilhação a que estava submetendo seu irmão.—Boa noite —começou Marlon com um sorriso—. Certamente vocês estão se perguntando por que a família Rhys está presente nesta cerimônia de formatura. Eu lhes direi, mas primeiro o mais importante. Tenho o prazer de ser quem entrega o prêmio ao melhor aluno da escola, por seus admiráveis resultados, obtidos com árduo trabalho durante todos estes anos. É uma grande honra que agradeço ao diretor por ceder-me seu lugar. Por favor, que suba ao palco Ariel Rhys, merecedor do tí
Camelia ria com as travessuras de sua melhor e única amiga, que esperava ansiosa por sua resposta.—Vamos, me diga o que você fez, Lía —insistia Nadia com curiosidade—. Você dormiu com o dono do prédio?—K, k, k... Não é nada disso. É melhor eu te contar antes que você invente uma novela inteira nessa sua cabecinha —apressou-se Camelia diante da insistência de sua amiga.—Tudo bem, mas primeiro coma isso —pediu Nadia apontando para a comida—. Richard fez uma delícia, só me deixou preparar a salada. Não é verdade que tem gosto de comida da mamãe?—Sim, está delicioso —concordou Camelia saboreando o pr
Apesar de Nadia ter visitado Camelia muitas vezes no trabalho, ela só conhecia sua chefe imediata, a senhora Elvira, que era um encanto e tratava muito bem sua amiga. Por isso, neste momento, ela estava imaginando que o CEO devia ser um senhor de idade avançada que se aproveitou da situação em que sua amiga se encontrava para obrigá-la a ficar com ele. Mas era algo que ela não ia permitir, então prestou toda atenção no que Camelia contava.—O CEO me levou primeiro ao hospital quando contei o que tinham feito comigo. No entanto, o bendito antídoto só chegaria meia hora depois, e eu não podia aguentar mais. Eu pulava em cima dele e praticamente o estava devorando —contou sem parar de corar.—Bom, pelo menos ele foi um cavalheiro e te levou ao ho
Camelia percebe a mudança no tom de voz de sua amiga. Sabe que, embora ria com ela, não deixa de se preocupar com seu bem-estar, por isso, como de costume, respondeu a todas as suas perguntas com honestidade. Nunca esconderam nada uma da outra, por isso são tão boas confidentes.—Não, ele não é casado e também não tem namorada. Uma que achava que era, acabou de ser eliminada esta manhã. Justamente o cargo dela foi o que eu ocupei. Ele me contou que ela o fez escolher entre ela e eu, e ele me escolheu —conta sorridente, e Nadia pode ver como seus olhos brilham.—E por que isso? Ela te conhece? Sabe o que aconteceu entre vocês? —continua perguntando Nadia, preocupada.—Acho que ela não sabe, você &eac
Camelia desliga o telefone para seu chefe, sem dizer-lhe onde tem que ir buscá-la. Não pode acreditar que ele lhe pedisse isso, depois de ter passado toda a tarde fazendo-o. Será que ele não se cansa? Parece que só pensa em sexo, diz a si mesma, irritada e confusa. Volta a sentir aquela inquietante sensação de ser observada, olha assustada em todas as direções sem ver ninguém e se apressa a entrar na casa de seus amigos, com a intenção de ficar ali com eles. Seu telefone toca insistentemente, vibrando em seu bolso.—Quem é, Lia? —pergunta Nadia com curiosidade e um toque de preocupação.—Não é ninguém, não se preocupe —responde Camelia evitando olhar nos olhos de sua amiga que a conhece tão bem, que
Camelia olhou para ela com uma mistura de vergonha e confusão enquanto confessava que sim, que gostava muito. No entanto, naquele momento, sentia que seu chefe estava se aproveitando dela. Ele só pensava em fazer sexo, tinham passado a tarde toda nisso. E agora ele tinha pedido mais e outra coisa que ela se recusava porque não queria sentir dor.—Será que ele não pensa em cobrar os favores que me faz de outra maneira? —disse com cara de frustração—. Ele está se aproveitando porque eu não sei muito dessas coisas.—K, k, k ai, Lia, k ,k, k...... —riu Nadia às gargalhadas olhando para o rosto vermelho de sua amiga—. Ainda dói? É isso?—Não, que nada, nã