A mulher ficou em silêncio, olhando para o homem à sua frente. Ela o conhecia muito bem. Mas precisava avisá-lo; não queria que o pegassem e voltar a ficar sozinha, sem a única família que tinha.
—Mailén vai acabar com o plano; deixe-a cumprir sua condenação. Já te disse que te acompanharei onde quer que você vá. Você precisará da minha ajuda e do meu dinheiro, embora eu não queira ficar sem nada, te aviso —aconselha ela com seriedade. Ele a olha, deslizando a capuz da cabeça; é Leandro. Suspira, mantendo o olhar de sua irmã. Um advogado de renome que se dedica a trabalhar para criminosos. Ela sabe que ele não desistirá de seu empenho em fazer de Camelia sua esposa; sempre foi assim. Suspira enquanto balança a cabeça; algo lhe diz que essa obsessão não vai a lugar nenhum. &Gisela desligou muito preocupada. Não quer importunar Camelia, mas também não pode dar as costas para sua neta, e muito menos para seu bisneto a caminho. O pobre bebê não tem culpa de nada; talvez seja melhor falar com o doutor Félix para que a internem, assim terá quem a cuide. Não quer fazer nada às escondidas de Camelia, por isso começa a procurá-la por toda a casa até que a encontra conversando com Sofía e pede que a acompanhe. —O que é, vovó? —logo a segue intrigada. —Acabei de receber uma ligação da Marilyn pedindo para que a deixe viver conosco —conta imediatamente. —Ela te pediu isso? —Camelia a olhou com preocupação—. Sinto muito, vovó, mas aqui ela não vai ficar.—Não, não, filha, claro que não! —disse imediat
O senhor Rhys, ao ouvir do que se tratava tudo, concorda que a deixem ficar no apartamento deles. Daí mesmo, ligaram para a prisão e disseram que sim. Mas antes de a trazerem, precisavam ir buscar as coisas do trabalho que guardavam lá. —Tudo bem, vovó? —perguntou Camelia e acrescentou—. Não quero que Marilyn toque em nada meu, e você, coloque a salvo todos aqueles papéis que deixou lá. Aliás, você quer que eu mande uma empresa de mudança trazer tudo? —Não exagere, filha —a deteve a senhora Gisela—. O que eu tenho é uma mala; ainda não me trouxeram todas as coisas da casa do povo. Acho que com Israel e Ernesto é mais do que suficiente. Ligue para a Nadia e diga que iremos para que ela e a Nelda nos ajudem. —Eles foram para o povo, não te disseram? —le lembrou Camelia. —Era h
A avó tenta gritar, mas Leandro tapa sua boca. Camelia olha para sua bolsa, que deixou jogada no sofá da entrada, onde está sua arma, mas não pode ir pegá-la. Agora Leandro também a aponta. —Se você chamar, eu mato as duas —e obriga a anciã a se aproximar de Camelia, que não sabe o que fazer. —¡Não, não, não, Leandro! Pelo amor de Deus, não faça nada com minha avó. Eu farei o que você quiser, mas não a toque —pede aterrorizada, vendo como ele quase asfixia a anciã, que abre os olhos negando com a cabeça—. Por favor, deixe-a respirar; ela está se afogando. Leandro tira a mão da boca da anciã, que imediatamente começa a gritar chamando os guardas: —¡Meninos, ajuda…! ¡Camelia, corre! No entanto, Leandro a golpe
Tudo parece um pesadelo cruel do qual ela certamente vai acordar em algum momento. Todas aquelas pessoas loucas que se uniram para separá-la de Ariel e fazer de sua vida um inferno, como é que se uniram e as coisas estão dando tão certo para elas? Mais uma vez, havia desobedecido as regras de seu marido e dos Rhys, pensa arrependida. Como vai sair dessa situação e salvar sua avó ao mesmo tempo? Ela respira fundo, tentando que sua voz saia calma, decidida a salvar sua pobre avó, sem se importar com mais nada. Ela escapará depois, se diz. Conta com calma a Leandro que Marlon é o filho do mais velho dos Rhys, que o doutor havia enganado Mailen. Ela assente sem soltar as mãos do homem, mas sim as aperta, tentando que ele a olhe. —Leandro, eu nunca vou te amar. Se você nos deixar ir agora, não direi nada e você poderá ir para o Brasil e fazer sua vida l&aac
A noite havia caído sobre a cidade com uma tranquilidade enganosa, envolvendo as ruas num manto de sombras e sussurros. Na penumbra do seu escritório, Ariel Rhys mergulhava no silêncio, esse companheiro fiel das horas extras. Papéis se empilhavam como testemunhas mudas do dia que se recusava a terminar, enquanto a luz tênue do candeeiro de mesa brincava com os limites da sua paciência.Foi então que a serenidade da noite se quebrou com uma batida suave na porta. Ariel, ainda imerso em seus pensamentos, convidou o visitante noturno a entrar, esperando encontrar o rosto familiar do segurança. Mas o que seus olhos viram não era nada do que sua mente havia antecipado.Dias depois, no conforto de um clube onde os sábados ganhavam vida entre anedotas e risos, Ariel estava a partilhar a mesa com os seus amigos: o advogado Oliver e o médico Félix. A incredulidade ainda pintava seu rosto quando tentava ordenar suas palavras para narrar o evento que havia perturbado sua realidade.—Rapazes, vo
Camélia parecia um feixe de nervos, sua postura revelava um desconforto palpável enquanto se contorcia na cadeira, como se cada fibra do seu ser quisesse escapar da situação em que se encontrava. O rubor em seu rosto não era apenas indicativo de vergonha, mas também de uma luta interna que parecia consumi-la. Seus olhos, que antes brilhavam com a escuridão da noite, agora estavam velados pela dúvida e humilhação, e desviavam-se constantemente, incapazes de sustentar meu olhar.—Ela trabalha na empresa, no armazém. E deve ter uns vinte e poucos anos, não sei, não sabia da existência dela até aquela noite. Já lhes digo, se a vi antes foi muito pouco e não reparei nela ou guardei sua imagem —respondeu Ariel com um tom que descrevia que o aparecimento da mulher era muito surpreendente àquela hora em seu escritório.—Está bem, o que ela queria? —Oliver não pôde conter sua impaciência.—Vou contar-lhes exatamente a conversa —Ariel fez uma pausa dramática antes de continuar.—Está bem —disse
Eu tinha ficado observando-a sem compreender o que me pedia. Sério, minha mente estava naquele momento buscando possíveis fatos que tivessem acontecido com minha funcionária na minha empresa e que eu teria que resolver àquela hora da noite.—Por favor, senhorita Camélia, pode finalmente me dizer o que aconteceu para ver se posso ajudá-la? —perguntei um pouco exasperado.—Pois é, senhor, nos chocolates havia esta droga, sabe, esta droga..., esta droga... —gaguejava como se temesse ou se envergonhasse de dizer.—Que droga? —perguntei para incitá-la a falar, agora verdadeiramente intrigado.—Pois esta que faz você cometer loucuras, que..., que faz você querer fazer com qualquer um, sabe, aquele ato..., aquele..., sabe..., entre um homem e uma mulher... —tentava me explicar toda ruborizada e baixava o olhar enquanto gaguejava diante de mim, que não podia acreditar no que me dizia— e eles riam de mim, diziam que eu iria correndo suplicar a eles que me fizessem o "favor", mas antes me mato,
Não pensei mais, peguei-a nos meus braços, coloquei-a no carro, ela me indicou onde era sua casa e para lá fomos. Não vou contar os detalhes, mas para começar ela era virgem. Tem um corpo de tirar o fôlego, que descobri depois que ela tirou toda a roupa. Quando soltou o cabelo ao tomar banho para ficar limpa para mim, e sem os óculos, o patinho feio se transformou em cisne!—Não estou mentindo, não estava bêbado nem nada —assegurou Ariel com firmeza—. A garota insignificante que trabalha escondida de todos como assistente no almoxarifado é uma preciosidade sem roupas.—Sério? —perguntaram ambos espantados.—Sim, Camélia é uma linda mulher ao natural —afirmou.—Então, você fez o "favor" a ela ou não? —quis saber Félix.—Fiz, a noite toda —disse muito sério—. Estreei-a em tudo, ela não sabia nada, nunca tinha tido relações, me contou que teve um quase namorado, mas que não chegou a nada.Ambos os amigos ficaram olhando para Ariel com incredulidade e um toque de inveja saudável. Trocaram