Oliver agora compreende. Ele fecha a porta enquanto informa que colocará homens de segurança. Em seguida, passa a informá-lo que prenderam Mailen e que ela está na prisão. Maria Graciela abre os olhos surpresa e pergunta se os homens dela também foram presos. Ela estava convencida de que os que o levaram para ver as crianças eram eles e que, com certeza, os seguiram até o hospital.
Ele a observa; com a comoção de encontrar as crianças e levá-las ao hospital, não havia parado para pensar nisso. Ela está certa. Ele saca o telefone para avisar a segurança e a Marlon, mas antes de usá-lo, ela o detém puxando suavemente seu braço.—Oliver, sei que é uma grande ousadia da minha parte e que sua esposa talvez fique chateada. Mas realmente estou em grande perigo e não quero ficar aqui sozinha. Por favor, posso ficar na sua casa atéMarlon a abraça novamente com muito amor. Sem soltá-la, explica como se sentiu quando Maria Graciela começou a contar tudo. Ele é um homem pragmático, que se baseia nos fatos antes de aceitar acreditar em algo. Não podia arriscar-se a enchê-la de ilusões sem primeiro verificar as coisas.—Pare de duvidar, são nossos! Não te disse isso imediatamente porque não conseguia acreditar na história de uma estranha assim, do nada. Era algo saído de um filme de terror. Você entende? —e se afastam da cama—. Você não sabe como me senti quando ela disse que tinha meus filhos. ¡Filhos! No plural. Você imagina? Depois de tudo que passamos, era demais, Marcia. Sei o quanto você é impressionável; queria ter certeza de que tudo não era uma mentira grosseira que te fizesse iludir e sofrer.—Depois, quando viu que era verda
Camelia, que ouviu toda a história de sua mãe Lirio, a abraça novamente, sentindo que tudo é verdade. Não sabe como explicar, mas sente uma conexão inefável com ela. Tudo tem que ser verdade, pensa.—Isso já não tem importância, mamãe, te enganaram, não foi sua culpa —diz ela, arrumando com carinho o travesseiro atrás dela—. Agora se recupere; assim que a vovó sair do hospital, se você permitir, iremos passar uma temporada lá com você. Posso levar minha avó, certo?—Sim, sim, filha, claro que sim —aceita Lirio com um grande sorriso—. Ela, pelo que você me conta, foi a única que te defendeu. Camilo também me contou que quando quis interromper seu casamento, ela o insultou.Camelia a observa muito séria ao ouvir aquilo. Não entende por que quis fazer algo assim e pergunta o motivo
Mailen caminha de um lugar a outro na cela que lhe foi designada ao lado de Manuel, desta vez. Ele a observa jogado na pequena cama que há em um canto, do lado oposto do banheiro. O lugar está sujo e malcheiroso. Ela começa a tirar a roupa até ficar completamente nua.—O que você pensa que está fazendo, louca? —grita Manuel.—K, k, k…! Você não vê? Estou tirando a sujeira! Não a suporto, eu sou bela… bela…! A mais bela de todas as mulheres! Olhem para mim… olhem para mim…!Enquanto grita, gira sobre si mesma no centro da cela. Os dois guardas, um mais velho e outro mais jovem, a observam por um momento, depois saem e fecham a porta, deixando apenas uma pequena lâmpada que mal ilumina o lugar.—Não seja louca e vista-se! Sou um homem! —grita Manuel—. Não me provoque, não queira saber do que sou capaz d
Mailen tenta resistir o máximo que pode, mas algo no olhar e na atitude de Manuel a avisa que se meteu com o homem errado. Mesmo assim, continua ameaçando acabar com sua vida se ele a tocar.—Você não acabará com ninguém… Você vai me implorar para que eu te faça minha quando eu terminar com você —diz Manuel com uma segurança que a estremece—. Você fará.—Solte-me…, solte-me…! Maldito doente…! —Manuel não a solta e o medo se apodera dela, começando a chamar—. Guardas…, guardas…, ele quer me violar… Ele quer me violar…! Solte-me, bastardo, eu não sou a tonta da Camelia! Sou a mulher mais poderosa que você vai conhecer em sua vida nojenta!Outra bofetada a faz se contorcer, tentando se libertar do aperto do homem, que agora parece engrandecido, com todos os músculos co
Os guardas do senador Hidalgo observam tudo o que acontece entre eles a partir das telas das câmeras de segurança, mas não os interrompem. Continuam gravando-os sem que eles saibam.—Você tem certeza de que o chefe disse que não devemos intervir no que acontece entre eles, Leoncio? —perguntou o mais jovem.—Sim, ele quer que eles se castiguem um tempo antes de entregá-los à polícia, se é que o fará —respondeu o chamado Leoncio.—Será verdade o que disse Manuel, que ele é um assassino? —continuou perguntando o jovem, sem deixar de observar a cena—. Até agora não encontramos nada, além do assédio à filha pequena do chefe e trabalhos sujos, nada que indique isso.—Informaremos ao chefe para que mande averiguar as tumbas vazias atrás da casinha do vigia no cemitério que ele acabou de mencion
No hospital, os esposos Rhys chegam quase correndo ao quarto onde os esperam Marlon e Marcia com seus filhos felizes. Atrás deles, Ismael e Sofía, de mãos dadas. Batem na porta suavemente ao chegar, para depois abri-la ao não obter resposta. Entram e ficam sem poder acreditar no que têm diante deles.Na cama, Marcia e Marlon, deitados de cada lado, abraçam quatro pequenos que são suas cópias, enquanto sorriem dormindo. Ismael e Sofía também os observam, sem compreender. O senhor Rhys faz sinal para que saiam. Eles o fazem e se afastam um pouco do quarto, que é vigiado por vários guardas.—O que significa isso, papai? —pergunta Ismael.—Isso que você viu significa que você tem quatro sobrinhos que surgiram do nada, e nós quatro netos —responde o senhor Rhys, sem deixar de sorrir ainda com incredulidade.—O quê? Não
Camelia ri feliz com Clavel, que a abraça e beija a todo momento, enquanto lhe conta coisas sobre sua vida na fazenda, onde tem um quarto lindo para ela. Sua mãe e ela, sempre que compravam coisas, também o faziam para Camelia. Elas conversavam enquanto avançavam, seguidas de Ariel, de mãos dadas, até chegarem ao quarto onde já estava a senhora Gisela.Ao lado dela está a mãe de Nadia, que ao vê-las fica com a boca aberta, olhando ora para Camelia, ora para Clavel.— Eu sabia —diz repetidamente—, sabia que você não poderia ser filha desses monstros. Desculpe, Gisela, mas acho que seu filho foi trocado; se não se parecesse tanto com o pai fisicamente, eu garantiria. Porque nem seu marido nem ela eram más pessoas. E estou percebendo que o que me disse uma vez é verdade. Ela tem que ser sua irmã, Camelia, me diga que não estou errada.&md
O senhor Rhys sempre foi um homem muito justo e misericordioso. No entanto, agora sente que seu tempo está se esgotando e quer resolver as coisas com seus filhos antes de partir. Ele vem pensando nisso há muito tempo, desde que soube de sua doença. O primeiro da lista era Ariel, o que mais o preocupava, e aparentemente ele estava conseguindo. O segundo era Ismael, seu filho que ainda estava preso aos horrores da guerra. Ele sentiu que havia chegado o momento de enfrentar essa situação. Por isso, olhou para sua esposa com seriedade.— Não intervenha nisso, Aurora. Eu os deixei sozinhos porque de alguma forma eles se complementam, mas isso não pode continuar assim —continua falando muito sério o senhor Rhys—. Você, Ismael, não pode continuar levantando-se à meia-noite para correr como um louco por toda a propriedade com uma arma, sem conhecer ninguém, com Sofía atrás