O juiz não respondeu de imediato. Depois de analisar de quem se tratava e o que isso significava, soltou um suspiro. Lembrou ao senador que Ariel Rhys era seu amigo pessoal e estava muito doente.—Você tem certeza de que não é um mal-entendido? Por que não fala com ele? Rhys é um homem correto; tenho certeza de que, se você mostrar as provas, ele suspenderá esse casamento —disse o juiz com segurança.—Sei que é um bom homem —respondeu Camilo, entendendo o juiz—. Mas preciso ter certeza de que esse casamento não aconteça.—Qual é o seu empenho? O que mais te importa? —perguntou o juiz geral, sem entender—. Talvez seja uma farsa para agradá-lo; é o grande desejo de Rhys ver seu filho mais novo casado. Você sabe que ele tem câncer? —perguntou o juiz, tentando evitar uma briga desnecessária que o colocaria no meio de dois homens poderosos e amigos pessoais—. Por favor, Camilo, veja como trata Rhys; seja respeitoso.Depois, voltou a guardar silêncio antes de lembrar a Camilo que não era o
Não há nada mais belo do que acordar ao lado da pessoa amada, com seu amor correspondido com a mesma intensidade. Camélia acorda cedo, está nua, envolta nos braços de Ariel, que ainda permanece dormindo. Ela se vira devagar para não acordá-lo. Afasta o cabelo do rosto e, com muito cuidado, beija suavemente seus lábios. Parece estar ainda metida em um conto de fadas, do qual tem medo de acordar.Levanta-se por necessidade de ir ao banheiro. Depois de fazer suas necessidades, começa a revisar o que há no armário, encontrando uma enorme variedade de roupas, entre outras coisas, de trajes de banho. E se lembra de que estão em uma ilha com praias, segundo Ismael, preciosas. Ela nunca em sua vida foi a uma. Pega um conjunto de duas peças um pouco atrevido para seu gosto, mas troca por outro mais coberto.Coloca-o e se olha no espelho; se surpreende com o quanto lhe cai bem. Uma linda bata de praia combinando com o maiô está dobrada. Ela a coloca e sai devagar do quarto, querendo preparar o
Ariel ria feliz enquanto Camélia o observava com desconfiança. Estava claro que não acreditava em nada do que ele dizia. Ele continuava assentindo com a cabeça enquanto ela tentava encontrar nele o menino que tinha em mente.—Não te acredito, você não se parece em nada com aquele menino que eu lembro —disse finalmente—. Vamos lá, se é verdade, me diga quantas conchas há.—Cem —respondeu Ariel com segurança.—¡Ha! Cem? Você não é você! —exclamou Camélia.—Não, espera… —disse Ariel imediatamente—. Não são cem, mas… ¡noventa e nove! Fiquei com uma que meu pai me deu antes de te dar o frasco. A única que ele me trouxe de uma praia na África.Camélia parou de rir e de zombar de Ariel ao ouvir aquilo. Era verdade, sua coleç&
O vai e vem das ondas, em total harmonia com o de seus quadris, é o mudo testemunho do amor e do prazer em que ambos estão envolvidos. Ariel se impulsiona bem fundo nela, que geme sem poder se conter; as sensações que desencadeiam não são apenas as investidas lentas e vibrantes de seu marido, mas também suas mãos, que, ao passar pela sua pele nua, despertam nela um harmonioso estremecimento, acompanhado do doce sabor de seus lábios.Ariel fecha os olhos por um momento, quer sentir sem ver; é tão grande o prazer que o invade, desta vez sem medo, sem se conter, sabendo que está em sua casa. Porque é assim que sente sua Camélia, o porto seguro onde finalmente chegou. E ele se controla, querendo que ela desfrute tudo o que puder.—Abra os olhos, querida —pede ela—. Não importa se você terminar, podemos continuar quantas vezes quiser. Vamos, faç
Naquele dia, Nadia acordou no hospital em uma cadeira ao lado da cama da avó Gisela, que ainda não havia recuperado a consciência. Seu telefone vibrou e ela se afastou para atender, depois de se certificar de que ela estava respirando. Era seu marido avisando que sua mãe iria aliviá-la. O bebê seria cuidado por Marcia, a esposa de Marlon, por algumas horas para que ela pudesse descansar, porque ele tinha que assumir a editora enquanto Ariel e Camelia estivessem ausentes.—Não vão avisar a Lía que a avó dela está doente? —perguntou preocupado.—Eu queria fazer isso, mas o doutor Félix me pediu para esperar até hoje. Que talvez possamos ir para lá com eles —explicou Nadia, sentindo o mesmo que seu marido. Eles nunca esconderam nada um do outro.—Vamos para a lua de mel deles? —perguntou Ricardo, surpreso.—Sim, aparentemente eles têm uma ilha e querem se reunir todos lá, também por segurança —continuou explicando Nadia, que estava muito preocupada com a segurança de seu filho—. Mamãe já
Enquanto o senador Camilo Hidalgo estava desde muito cedo em seu escritório conversando com o procurador-geral, interessado em saber o que significava o conteúdo de um fax que ele havia enviado na noite anterior.—Não está claro? Significa exatamente isso que está escrito aí —assegurou o procurador—. Ariel Rhys nunca esteve casado, porque esse casamento que essa senhora afirma que aconteceu não é válido. Mailen estava casada quando o fez; ela foi quem cometeu bigamia. Portanto, o casamento desses jovens é válido. Já está registrado e tudo, meu amigo Rhys se certificou de fazê-lo na noite passada.—Na noite passada? Rhys me disse que não havia recebido sua notificação —disse Camilo, cerrando os punhos.O procurador assegura que é verdade o que disse o senhor Rhys. Ele não havia enviado a notificação porque, quando falou com o juiz geral para solicitá-la, contou toda a verdade. Marlon e Ismael Rhys estiveram lá pessoalmente, com as provas de que Ariel nunca assinou esse casamento. Maile
Manuel bateu na parede com fúria, lembrando do passado. Devido à desconfiança de Nadia, ele não tentou se aproximar mais delas. No entanto, continuou atrás de Camelia, que não percebia nada; até subia a cada momento quando sabia que Nadia saía e ela dormia, para observá-la e fotografá-la. Camelia dormia tão profundamente que até se deitou ao seu lado na cama e não acordou.Muitas vezes planejou raptá-la, mas precisava preparar bem o lugar. Comprou um apartamento nos subúrbios, onde fez um quarto no porão, lugar para o qual planejava levá-la. Para seu desespero, naquela época, Nadia não saía e a porta da varanda permanecia fechada à noite. Depois, Ricardo passava o tempo todo em casa e também não pôde fazê-lo em outro horário, pois durante o dia eram inseparáveis. Camelia nunca andava sozinha. E para sua má sorte, Leandro, a quem ele havia feito alguns trabalhos, viu as fotografias que tinha um dia e se apaixonou por ela.Por isso, foi trabalhar ao lado dele na empresa de Ariel, para o
Mailen assentiu, voltando a olhar para a entrada das celas. A porta continuava fechada, por isso continuou falando com tranquilidade.—Sim, eles fizeram. O cofre estava cheio de dinheiro e joias valiosas —continua contando—. Não sei como, o fato é que a senhora Lirio deu permissão a quase todos os trabalhadores naquele dia; acho que foram a uma festa. O marido dela não estava, tinha ido de helicóptero e deveria voltar, mas não voltou. Naquela noite, roubaram tudo, ajudados por outros, e dividiram-se entre eles. Meus pais pagaram tudo o que deviam e fomos para a melhor parte da capital e compramos um negócio. Mas, na verdade, era uma fachada para esconder as mulheres grávidas no porão. Acho que era lá que estavam as mulheres que tinham os filhos dos ricos.—Eles também caíram nessa armadilha? Você não disse que tinham perdido o bebê? —pergunta