Quando se nasce com um grande poder, onde cada pessoa ao seu redor corre diante do mais insignificante de seus reclamos, crescemos acreditando que sempre será assim, que todas as pessoas no mundo devem obedecer sem questionar. E esse era o caso de Camilo Hidalgo, filho mais velho de uma família rica, com grande poder na vida econômica e política do país. Por esse motivo, sentia que a vida havia sido injusta com ele e estava irritado com o mundo, como se este o tivesse decepcionado. Ele se formou com honras em Ciências Políticas e, atualmente, atuava como senador. Um muito respeitado e que, segundo conhecidos, não tinha medo de enfrentar ninguém, exceto sua esposa Lirio del Castillo, uma simples dona de casa da qual se apaixonou perdidamente, pela qual teve que lutar muito. Primeiro, porque seus pais não a aceitavam por ser a simples cuidadora de cavalos de sua propriedade, que mais tarde se formou em veterinária, e porque não era o que se esperava da esposa de um futuro senador. Se
Ao ver que a noite avançava e Camilo não voltava, a nova empregada, pois seus amigos naquele dia tiveram que viajar para ver seus pais muito doentes, se aproximou de Lirio. —Senhora, é melhor que a senhora se deite —disse ela—, o senhor talvez não venha hoje. A senhora Lirio aceitou; havia bebido algumas taças de vinho, por isso avançava devagar em sua cadeira de rodas até o quarto de sua pequena filha adormecida e seguiu para o seu. Deitou-se feliz e triste ao mesmo tempo. Como reagiria Camilo? Perguntava-se enquanto adormecia profundamente. O toque suave de sua filha a fez perceber que havia se deitado com ela. Abriu os olhos; eram três da manhã quando o som de algo caindo e quebrando chegou aos seus ouvidos. Quis sair, mas a empregada havia colocado a cadeira muito longe. —Cravo, Cravo —chamou desesperada sua filha—, acorde, filha. —Diga, mamãe —reagiu a menina imediatamente. —Rápido, traga minha cadeira e a arma que está no armário. Depois, esconda-se aí, não saia, aconteç
O senador Camilo Hidalgo ficou observando a imagem congelada na tela da televisão. Não podia negar a semelhança entre elas, mas poderia ser uma simples coincidência. Ele se reuniria com o senhor Rhys e pediria que o deixasse fazer um teste de paternidade na garota, sem que ninguém soubesse.—Deve ser assim para que não nos aconteça o que aconteceu outras vezes, está bem? —falou com seriedade—. Não faça nada, não vá se tornar amiga dela como das outras vezes. Prometa, Clavel! Desta vez vamos fazer tudo certo. Não quero fazer sua mãe sofrer com falsas esperanças.—Mas papai, eu te digo que é ela… —protestou Clavel.—¡Clavel! —gritou sem poder se conter—. Você não percebe que está matando sua mãe? Por favor, filha, deixe que desta vez eu resolva tudo, está bem? Prometa-me.Clavel ficou olhando para o pai e aceitou. Prometeu que esperaria tranquila, que não se aproximaria dela.—Desculpe, papai —disse em um sussurro—. É que mamãe passou a vida se sentindo culpada por tê-la perdido e sofre
O juiz não respondeu de imediato. Depois de analisar de quem se tratava e o que isso significava, soltou um suspiro. Lembrou ao senador que Ariel Rhys era seu amigo pessoal e estava muito doente.—Você tem certeza de que não é um mal-entendido? Por que não fala com ele? Rhys é um homem correto; tenho certeza de que, se você mostrar as provas, ele suspenderá esse casamento —disse o juiz com segurança.—Sei que é um bom homem —respondeu Camilo, entendendo o juiz—. Mas preciso ter certeza de que esse casamento não aconteça.—Qual é o seu empenho? O que mais te importa? —perguntou o juiz geral, sem entender—. Talvez seja uma farsa para agradá-lo; é o grande desejo de Rhys ver seu filho mais novo casado. Você sabe que ele tem câncer? —perguntou o juiz, tentando evitar uma briga desnecessária que o colocaria no meio de dois homens poderosos e amigos pessoais—. Por favor, Camilo, veja como trata Rhys; seja respeitoso.Depois, voltou a guardar silêncio antes de lembrar a Camilo que não era o
Não há nada mais belo do que acordar ao lado da pessoa amada, com seu amor correspondido com a mesma intensidade. Camélia acorda cedo, está nua, envolta nos braços de Ariel, que ainda permanece dormindo. Ela se vira devagar para não acordá-lo. Afasta o cabelo do rosto e, com muito cuidado, beija suavemente seus lábios. Parece estar ainda metida em um conto de fadas, do qual tem medo de acordar.Levanta-se por necessidade de ir ao banheiro. Depois de fazer suas necessidades, começa a revisar o que há no armário, encontrando uma enorme variedade de roupas, entre outras coisas, de trajes de banho. E se lembra de que estão em uma ilha com praias, segundo Ismael, preciosas. Ela nunca em sua vida foi a uma. Pega um conjunto de duas peças um pouco atrevido para seu gosto, mas troca por outro mais coberto.Coloca-o e se olha no espelho; se surpreende com o quanto lhe cai bem. Uma linda bata de praia combinando com o maiô está dobrada. Ela a coloca e sai devagar do quarto, querendo preparar o
Ariel ria feliz enquanto Camélia o observava com desconfiança. Estava claro que não acreditava em nada do que ele dizia. Ele continuava assentindo com a cabeça enquanto ela tentava encontrar nele o menino que tinha em mente.—Não te acredito, você não se parece em nada com aquele menino que eu lembro —disse finalmente—. Vamos lá, se é verdade, me diga quantas conchas há.—Cem —respondeu Ariel com segurança.—¡Ha! Cem? Você não é você! —exclamou Camélia.—Não, espera… —disse Ariel imediatamente—. Não são cem, mas… ¡noventa e nove! Fiquei com uma que meu pai me deu antes de te dar o frasco. A única que ele me trouxe de uma praia na África.Camélia parou de rir e de zombar de Ariel ao ouvir aquilo. Era verdade, sua coleç&
O vai e vem das ondas, em total harmonia com o de seus quadris, é o mudo testemunho do amor e do prazer em que ambos estão envolvidos. Ariel se impulsiona bem fundo nela, que geme sem poder se conter; as sensações que desencadeiam não são apenas as investidas lentas e vibrantes de seu marido, mas também suas mãos, que, ao passar pela sua pele nua, despertam nela um harmonioso estremecimento, acompanhado do doce sabor de seus lábios.Ariel fecha os olhos por um momento, quer sentir sem ver; é tão grande o prazer que o invade, desta vez sem medo, sem se conter, sabendo que está em sua casa. Porque é assim que sente sua Camélia, o porto seguro onde finalmente chegou. E ele se controla, querendo que ela desfrute tudo o que puder.—Abra os olhos, querida —pede ela—. Não importa se você terminar, podemos continuar quantas vezes quiser. Vamos, faç
Naquele dia, Nadia acordou no hospital em uma cadeira ao lado da cama da avó Gisela, que ainda não havia recuperado a consciência. Seu telefone vibrou e ela se afastou para atender, depois de se certificar de que ela estava respirando. Era seu marido avisando que sua mãe iria aliviá-la. O bebê seria cuidado por Marcia, a esposa de Marlon, por algumas horas para que ela pudesse descansar, porque ele tinha que assumir a editora enquanto Ariel e Camelia estivessem ausentes.—Não vão avisar a Lía que a avó dela está doente? —perguntou preocupado.—Eu queria fazer isso, mas o doutor Félix me pediu para esperar até hoje. Que talvez possamos ir para lá com eles —explicou Nadia, sentindo o mesmo que seu marido. Eles nunca esconderam nada um do outro.—Vamos para a lua de mel deles? —perguntou Ricardo, surpreso.—Sim, aparentemente eles têm uma ilha e querem se reunir todos lá, também por segurança —continuou explicando Nadia, que estava muito preocupada com a segurança de seu filho—. Mamãe já