Na casa dos Rhys, Ariel clamava aterrorizado por ajuda de todos. Félix permanecia ao seu lado, temendo que o estado de seu amigo piorasse. Seu olhar se dirigiu ao advogado Oliver, que negava com a cabeça, visivelmente derrotado. Os braços da senhora Aurora apertavam o corpo trêmulo de seu pequeno filho, sem saber o que mais fazer.
—Vocês têm que me ajudar, têm que me ajudar! —repetia Ariel sem parar, em um estado de comoção que partia o coração de todos.—Nós vamos ajudar, nós vamos ajudar, acalma-te, Ariel, acalma-te —pedia sua mãe, tentando tranquilizar o filho.Ariel chorava desconsoladamente nos braços da mãe, enquanto ela não parava de acariciá-lo e assegurar que tudo se resolveria. Oliver se aproximou, colocando uma mão no ombro de Ariel e pedindo que ele se acalmasse. Eles precisavam saber algumas coisas que apCamelia começa a andar novamente pelos caminhos do jardim, procurando a saída sem encontrá-la. Todos os caminhos que ela toma a levam de volta à fonte central uma e outra vez. Ariel a segue, esquecendo que se sentia mal; naquele momento, o único que lhe interessa é que ela não o deixe, que o entenda.—Que loucuras são essas que você diz, Camelia? —pergunta Ariel—. Você precisa me ouvir, por favor. Dissemos que falaríamos sobre tudo. Eu não estou te enganando, não fiz isso até agora e nunca farei. Juro por Deus que não sabia! Não sei como ela conseguiu me fazer assinar isso.Ele falava sem parar de segui-la por todo o jardim, enquanto ela girava pelos caminhos, desesperada para escapar. As lágrimas rolavam por suas bochechas, sentindo que o mundo desmoronava ao seu redor. O longo véu se arrastava atrás dela, enquanto a cauda do
O senhor Rhys, que havia estado observando a cena em silêncio, se adianta e toma as mãos de Camelia com carinho. Da mesma forma, ele afasta o véu que cobre seu rosto e limpa as lágrimas com seu lenço.—Você realmente acha que eu permitiria que minha família fizesse uma zombaria dessas com você? —pergunta com seriedade e continua—. Não, filha, jamais! Sou um homem de honra e te dou minha palavra de que Ariel, assim como todos nós, acabou de descobrir. Vamos, filha, vamos todos para dentro. Não deixe que outro se aproprie e decida sua felicidade; não lhe dê esse poder.Faz-se um silêncio em que só se ouvem os soluços de Camelia. Ariel se adianta e a envolve em seus braços, até que, aos poucos, ela vai se acalmando. A senhora Aurora olha para todos, pedindo que os deixem a sós. Eles precisavam de um momento; esperariam dentro. Todos
Ariel olhou para sua mãe, desconcertado, e depois para Camelia, que abaixou o olhar, cada vez mais confusa e sem esperanças. O velho advogado Oviedo, embora estivesse aposentado e tivesse delegado quase tudo a Oliver, toma a palavra. O senhor Rhys o havia chamado pela manhã para que juntos resolvessem rapidamente todas as permissões. Ele esclarece que, se Mailen consentisse em assinar o divórcio de mútuo acordo, este seria efetivo imediatamente. Mas, como Oliver explicou, com uma criança no meio e conhecendo todo o seu histórico de obsessão por Ariel, ele estava certo de que ela não o faria.—Acho que essa mulher vai exigir muitas coisas, começando pela pensão do menino desde que nasceu, e vai prolongar o processo de divórcio o máximo que puder antes de assinar —afirma Oliver com frustração—. Nós a conhecemos muito bem; ela não ceder&aa
Camelia olha para a sogra e levanta os ombros com desânimo. A essa altura, vê seu casamento com Ariel como algo inalcançável, apesar de todos se empenharem em garantir que resolverão a situação. Ela observa seu namorado, que segura suas mãos trêmulas e as aperta, puxando-as para que ela o olhe.—Sinto muito, Cami, sinto de verdade. Eu conheço a Mailen; ela nunca vai me deixar ir tão fácil. Embora eles acreditem que ela vai assinar, eu sei que não vai, não vai, pelo menos hoje —fala Ariel, desesperado—. Não sei quando poderei me casar com você, mas prometo que, se você me esperar, eu farei. Vamos suspender tudo.—Não tem problema, senhora Aurora —sussurra Camelia—. Melhor suspender indefinidamente.—Por que vão suspender? —ouve-se a voz da senhora Gisela, que reaparece naquele momento—. Nin
Todos ficaram em silêncio, compartilhando a mesma sensação de que a anciã havia perdido um pouco a razão com tudo o que aconteceu com sua neta. No entanto, ficaram surpresos ao ver como Ariel olha para Camelia, pega sua mão e diz com firmeza:—Nós faremos! —e continua—. A vovó tem razão; não preciso de um papel nem de mais ninguém para te aceitar como minha esposa, e eu farei isso. Mamãe, papai, o resto pode esperar. Hoje vamos celebrar minha união com a mulher que amo e com quem vou viver o resto da minha vida.—Você tem certeza disso, Ariel? —pergunta sua mãe, preocupada.—Sim, e você, Cami, aceita? —pergunta com ansiedade—. Veja que podem te ver como minha amante, isso que você tanto odeia. Estou certo de que essa mulher sairá dizendo isso em todos os lugares. Mas eu a desmentirei e te apresentarei
Os três ficaram em silêncio pensativo. Tinham a sensação de que tinham descoberto algo importante. Não sabiam o quê, sabendo como Mailen, ela não teria escondido esse facto durante tanto tempo sem uma razão. Teria exigido muito mais cedo que Ariel assumisse o papel de seu marido, especialmente se fosse verdade que tinham um filho juntos.Até teria aparecido em casa dos Rhys com o rapazinho, exigindo ser reconhecida. Ela estava a esconder-lhes alguma coisa e eles iam descobrir.—Deve ter havido alguma coisa que a impediu de o dizer, nem sequer a Ariel. Tenho a certeza— diz Ismael, que os acompanha, —que o diabo não o teria escondido. Mano, temos de pôr toda a gente a par do assunto.—Isso é verdade —acrescenta Marlon—. Vamos investigar. Pode haver um motivo pelo qual ela não disse; talvez tenha feito algo ilegal. Mas pare de pensar nisso agor
Todos estão satisfeitos com a decisão que Ariel e Camelia tomaram. O senhor Rhys se tranca com os advogados no escritório e começa a redigir um contrato. Ele quer fazer sua jovem e corajosa nora se sentir segura.—Senhor, você tem certeza disso? —perguntou o advogado Oviedo.—Sim, escreva exatamente o que eu disse. Camelia Rhys, não quero ver o sobrenome Oduarte em lugar nenhum. Você se encarregará de mudar o sobrenome dela, está me ouvindo? —ordenou o senhor Rhys com voz firme—. Eu dou meu sobrenome a ela como se fosse uma filha a mais. Ela é a esposa do meu filho e será minha filha.—Mas, senhor, isso é uma loucura. Como você pode fazê-la sua filha e nora? —insistiu o advogado Oviedo.—Faça o que eu digo! Quero que ela seja uma Rhys, uma Rhys! —ordenou com veemência.O advogado Oviedo torceu a cabe
Pedro levantou os ombros, desmerecendo aquele fato. Estava convencido de que não o reconheceriam. A mulher estava caída no chão, e a casa estava muito escura. Além disso, ninguém sabia quem eram na verdade. Nunca os encontrariam. Pagariam tudo, e o assunto estaria resolvido. Sua mãe não saberia de nada; se soubesse, seria capaz de nunca colocar a fábrica em seu nome. Além disso, tinham um seguro de vida, por precaução.Sua esposa concordou com tudo, mas estava preocupada com os homens que lhe ofereceram aquele trato. Eram muito perigosos. Pedro a olhou e disse que aceitaria, considerando que era um grande negócio. Faria com que sua mãe parasse de trabalhar e assumiria tudo, o que lhe daria as mãos livres para fazer o que quisesse.—Como você vai fazer isso? —perguntou Mariela, frustrada—. A senhora Gisela é muito forte e gosta de trabalhar. N&ati