À medida que o templo de bambu se aproximava, os batimentos aqui dentro ficavam mais rápidos, já que dezenas de passos eram tudo que me separava de uma possível solução para aquele tormento. Turick estava ausente, eu sabia, mas a estranha mulher de preto aparentava possuir poderes bem superiores aos do velho murgon da gruta. E nem cheguei a mencionar a mais velha. Talvez uma maga poderosa.
Dehvorak andava de cabeça baixa enquanto Rapskin murmurava algo ininteligível. Devia estar ensaiando o que dizer diante do tal conselho. Senti pena, medo e admiração pelo anão negro, pois suportara todos os insultos de Maxis sem perder a compostura. Tentei imaginar as aptidões que o capacitaram assumir aqueles jovens, transmitindo-lhes confiança. Certamente não havia sido designado para chefiá-los apenas por piedade. Se não era bom g
A porta voltou. O minotauro chegou.De novo... para sempre.De novo... para sempre.A maçaneta me quer. Giro assim que puder. De novo... para sempre.De novo... para sempre.Não há
O susto durou pouco. Na verdade a amnésia de Telus foi só temporária, para alívio dos membros do conselho; e meu, evidentemente. Da câmara subterrânea, retornamos ao aposento com almofadas, rabiscos, magos, ladinos e um meio-elfo. A decepção nos olhos de Mildred, decepção oriunda dos rumos inesperados da experiência, não apareceu sozinha. Havia algo inédito antes inexistente. Algo familiar. Algo semelhante ao ar de desafio do velho murgon diante do fracasso do pó, que se multiplicou no segundo insucesso. Uma vontade de superação. Uma chance de experimentar limites e quebrá-los. A maga de fato demonstrou grande interesse e envolvimento com meu problema anteriormente, mas não daquela forma, não
O resto do conselho não demorou a saber do fracasso da maga e reuniu-se numa discussão a portas fechadas por quase uma hora. Nesse ínterim, visitei os companheiros recém-deslocados da arena, já em cabanas com camas improvisadas de palha. Numa delas estavam Padelah, o bardo e eu. Pus-me a adiantar os fatos sob um banquete de mosquitos.– Rapskin já havia me contado de sua situação – revelou Padelah ao homem sem nome. – Minha tribo conta com excelentes feiticeiros. Poderíamos levá-lo até lá. Fitei o músico, demonstrando desaprovação. – Se não
Outro sono sem lembranças. Que bom! Talvez já tenham me dito que nunca dormimos sem sonhar. Se isso era realmente verdade, o que ocorria então naquelas noites onde aparentemente nada atormentava meu espírito? A porta estava relacionada ao minotauro que, segundo Evelyn, significava valentia e bravura. Qual a relação? Renascimento... traição? Frases da maga não me saíam da cabeça. De repente ouvi sua voz. – Acorde, amor! Abrace-me! Beije-me! – O quê? Era Rapskin. Tomei um susto. – Acorde, “Sr. Borrão”! Já é manhã! O senhor está bem? – O domo. Bem diferente sob o sol. Desta vez não cruzamos portas na direção da arena, mas seguimos até as arquibancadas pelo corredor da esquerda.Quase todo o povoado estava ali à espera de algo certamente grande. O que seria? Pancadaria entre gladiadores? Uma encenação? Números circenses? Segui com o músico pelo topo das nove plataformas que compunham a arquibancada onde espaços vazios ainda existiam. Encontramos um próximo a Dehvorak e Garpot e nos sentamos. Pássaros distraídos sobrevoavam a multidão. O dia reinava supremo sobre nossas cabeças, enaltecendo cada barra da cúpula gradeada responsável pela denominação daquele pequeno co31
Fim das brincadeiras. Uma vez terminado o combate, Adotretomou sua rotina e os visitantes desfrutaram a tal cabana das piscinas quentes. Aquilo era bom demais! Maxis nem voltou a sorrir. Estava humilhado. Cada vez que era visto por um habitante local, comentários sorrateiros surgiam acompanhados de risos. O tatuado me fitava irado sempre que isso acontecia, como se a culpa fosse minha. Rapskin também recebeu olhares de rancor e simplesmente os ignorou. Massagens; relaxamento; conversa mole; devaneios. Onde estariam os homens invisíveis àquela hora? Dehvorak exigia suas riquezas; Rapskin implorava explicações sobre a estrondosa transformação da vida de mago a quem serviu. Maxis nem chegou a falar, desperd
– Estou dentro! – ela exclama. – Não consigo ver coisa alguma, mas sei que estou dentro. Fale comigo! Fale! – Mildred, é você? Que lugar é esse? Onde estamos? – pergunto. – Aqui é seu espírito. Minha alma achou a sua. O feitiço funcionou! – Então por que só vejo esse clarão branco? – Ainda não descobri. – E quanto a você? O que vê? Onde está que não a encontro?
Adot, da janela da cabana onde fui parar, era infinita como o céu e serena como as nuvens, com o crepúsculo pairando sobre cabras e homens empapados de suor. Mãos hábeis se endureciam ao recolher espigas num milharal próximo. Tochas se acendiam ao longo do terreno... iluminando seis guerreiros em combates simulados e golpes ineficazes... deixando bem clara sua falta de experiência. Imagens me vieram à mente a cada baque das espadas de madeira. Lembranças? Lições de um tutor... estágios de aprendizado... modos de golpear. Os rapazes lá fora se restringiam a bater com o gume da espada leve, jamais usando as pontas para estocar. Coisa típica de novato. Voltei então à norma