O único despertador que havia ali era o navio buzinando em seus ouvidos fazendo com que caíssem da cama, levantassem assustados ou saltassem com corações acelerados. Mesmo que fosse chato, pareciam ter em mente que conseguiriam suportar aquilo até se acostumarem e acabar não sendo um problema mais... E, por enquanto, ainda era um barulho vindo diretamente do inferno.
Mikael levantou rapidamente e subiu para o gramado. A piscina descoberta deixava a sensação real de natureza tomar o lugar e o cheiro purificante do
Quando a noite chegava, sempre estavam nas ruas os soldados (ou mercenários) que vigiavam por toda parte, armados até os dentes. Mikael ainda pensava em como, ou baseado em qual tipo de pesquisa, aquela criação que Bianca havia mencionado, poderia funcionar e usar tanto água como eletricidade com uma carga poderosa ao seu favor. Mesmo com coisas entupindo sua mente, ainda se perguntava sobre estas que despertavam sua curiosidade.Os olhos alaranjados do rapaz percorriam, de hora em hora, o relógio e a janela, on
Dustin ouvia vozes em algum lugar. Tudo era apenas vazio em sua volta, uma escuridão infinita coberta por uma densa fumaça, e temia qualquer coisa que pudesse haver fora dali, onde estava protegido; a neblina não o tocava, apenas o rodeava.Mais vozes apareceram e sumiram em segundos, vinham e iam como sussurros tão baixos que não tinha certeza do que diziam.
—Acordem! — Ordenou Bia aos últimos que ainda dormiam.— Você dormiu aqui então? — Perguntou Mikael, acordado desde a noite passada.— Sim. Acho que você me viu chegando, não viu? Seria mais seguro se ficássemos todos juntos.
O vento batia em seu corpo, conforme avançava na queda contra o que seria ainda desconhecido, mas se continuasse caindo daquele jeito a morte seria mais do que certa. As ferramentas que caíam eram inúteis naquela situação. Facas pequenas, peças, garrafa de água com alumínio e, no máximo, o que teria ali de interessante contra inimigos eram a pistola e, para aquela área, uma lanterna que já estava no fundo do “abismo”.
Já iriam chegar com mais reforços. Os que estavam na cidade estavam por lá ainda, nenhum veículo havia se aproximado. Os reforços que estavam a caminho eram as patrulhas da floresta nevada.— Vamos, ajudem! Abram as janelas! — Mandou Thrim apontando para as vidraças da parede. Abriu uma delas vendo a muralha próxima. — Um bom salto e conseguimos chegar ao muro. — Disse coçando a barba rala.
Mytra acordou com a visão turva. Levou alguns segundos, após coçar os olhos com as mãos para conseguir ver com clareza, tateou com as mãos o chão ao seu lado pensando que deveria ter algo lá, que uma coisa havia sumido.— Bia. — Levantou-se assustada por ela não estar mais ao seu lado. Na verdade, em nenhum lugar ali dentro onde poderia enxergar.
O grupo novamente corria retornando ao vilarejo e, por algum motivo, Henry cada vez mais começava a perceber algo. Algo que há um tempo apenas Bia notava. O som de pessoas apressadas estava mais alto, a respiração ofegante e tochas crepitando, pentes sendo colocados nas armas e sendo carregadas também eram perceptíveis. Tentou parar um pouco atrás das casas para fechar os olhos e se concentrar, parar de ouvir tudo e se sentar um pouco. Durou pouco tempo.— Vayru...
Bianca não entendia o que estava acontecendo com ela naquela noite — em sua cabeça, o misto de raiva de seu pai e alívio de tê-lo, finalmente, encontrado por perto — durante um tempo e fora dela, parada enquanto estavam assando algumas carnes numa enorme fogueira no meio da taberna, onde marcas mostravam um uso de anos atrás. Quase não notou que segurava um copo entre as mãos e olhava para o líquido em seu próprio reflexo sem vê-lo, focada nos próprios pensamentos.Ao