Eugênia Estava prestes a descobrir sobre o mistério que rondava a minha família, contudo havia algo que desejava saber muito mais e que após tudo o que ocorreu em nossa viagem, minha mãe evitava me contar. No entanto, não dormiria nem mais uma noite com essa dúvida e esseaperto em meu coração, que faltava um pedaço.Nos sentamos no jardim com a brisa do fi nal de outono, que ficava cada vez mais fria, porém suportável. Percebi que minha mãe começaria a me contar, no entanto adiantei-me para lhe fazer outro questionamento.— A senhora sabe bem o quanto desejo descobrir sobre o que desestruturou a nossa família, porém, antes de contar-me, necessito saber o que foi feito de meu filho, e em que condições posso colocá-lo em minhas orações, vivo ou morto? — ela fitou-me incrédula.— Que horror, Eugênia. Acredita que faria algum mal ao meu neto? Sinto muito por você pensar assim. Tenha a certeza de que jamais seria capaz de tamanha atrocidade! — ela parecia falar a verdade.— Pois então me c
Vitória Agora que tudo voltava ao normal e estava lendo e descobrindo novamente o que minha herança tinha para me contar, já era possível resolver alguns problemas que na verdade deveriam ser a solução para o futuro de meus filhos.Sempre desejei ajudá-los a realizar os seus desejo e apoiá-los em seus sonhos, no entanto me peguei contrariando um desejo profundo que pairava sobre eles, na verdade sobre ela.Era evidente o quanto Liriel gostava dos irmãos e de estar sempre perto deles, até mesmo quando estavam praticando os treinamentos de luta.Já fazia algum tempo que percebi o olhar que ela tinha ao observá-los. Ela ficava totalmente fascinada e parecia viajar em seus pensamentos. A chamei para conversar em um entardecer na sala de chás. Ela chegou cumprimentando-me com uma reverência e em seguida sentou-se ao meu lado. Assim que nos serviram os chás, pães e frutas, passamos a degustá-los, e percebi então que era chegada a hora de termos aquela conversa.— Que maravilha podermos sen
EugêniaA proximidade da descoberta me deixava até um pouco nauseada. Enfim, descobriria o segredo de minha família, que pelo que conseguia entender, era imenso.Percebi que minha mãe, apesar de desejar contar-me tudo, ainda estava insegura, o que confirmava minha apreensão e fazia com que aquele silêncio se tornasse perturbador e angustiante.— Minha mãe, se continuar com esse silêncio eu vou enlouquecer. Por que não me conta de uma vez por todas o que há com a nossa família? Qual o segredo que nos ronda há tempos e fez com que meupai banisse Christopher de nossas vidas?Não era possível suportar nem mais um minuto sem saber o que havia por detrás de tudo o que aconteceu entre meus pais e meu irmão. Podia conviver com outras dúvidas, por enquanto, mas aquela já havia passado da hora de ser esclarecida.— Tudo começou comigo, há muito tempo atrás, quando era ainda apenas uma menina. Ao completar doze anos, fiz uma descoberta incrível e conheci uma herança de família que não consegui
Vitória— Isso quer dizer que há outra herança em seu sangue, Vitória. Você também possui poderes, assim como eu? Agora tudo faz sentido! — Serena me olhava extasiada com as últimas notícias sobre as páginas lidas.Assim que despertei naquela manhã, antes mesmo do desjejum, fui à sala onde Serena atendia seus pacientes e claro que a encontrei por lá. Às vezes imaginava que minha amiga nem dormia, pois eram raros os momentos que não a encontrava ali trabalhando. Ela dizia que quando fazemos algo que amamos, com o coração em paz, não sentimos cansaço e tudo é muito bem recompensado com energiapura enviada pelo universo. Achava isso demasiadamente incrível!— Inacreditável, minha amiga. Até agora estou processando essa novidade, que sinceramente não esperava, mas que de certa forma faz tudo ganhar mais sentido!— Um sentido que nós não buscávamos, porém que esclarece algo que sempre me deixou intrigada: esse seu desejo de querer participar de nossos rituais na floresta... Agora entendo
EugêniaDaquele momento em diante, faria de tudo para reencontrar meu irmão, mesmo que isso parecesse difícil eu não desistiria tão facilmente. Ele fazia parte de mim, o buscaria e o traria de volta. Não me conformava com sua atitude de abandono, aquela situação não combinava com ele, apesar de agora sim conseguir entendê-lo em tantas coisas, em tantas situações que presenciei.Após aquele dia em que Rainha Clélia e eu conversamos e colocamos todas as nossas desavenças em ordem, apesar de elas não ficarem tão resolvidas quanto mereciam, partimos para planejar o futuro, poisera a única coisa que podíamos fazer naquele momento. Meu pai, Rei Lutero, não apresentava nenhuma melhora, pelo contrário, o médico nos preparava para o pior, afirmando que ele não teria muito tempode vida. Minha mãe tentava aparentar força, no entanto eu sabia que por dentro ela estava desmoronando e buscava distração planejando o retorno do cortejo de Adônis e o nosso futuro casamento.— Não podemos pensar niss
VitóriaA partir daquele momento era necessário descobrir o quanto antes se Andrew, James e Liriel seguiam com aquela herança, para que não ficassem perdidos sem entender sua verdadeira vocação, e como mãe e rainha essa deveria ser a minha missão. Estava participando dos experimentos que Serena passava paramim todas as manhãs, antes mesmo do desjejum, e descobria aos poucos detalhes escondidos que precisava desenvolver. Quando soubesse entendê-los e controlá-los poderia ajudar meus filhos também.— Serena, esses exercícios de meditação são incríveis. Fazem com que me sinta tranquila, tão em paz que ao abrir os olhos me sinto relaxada. como após uma boa noite de sono.— Isso é ótimo, no entanto você deve perceber durante a meditação se algo diferente surge, alguma lembrança ou algum evento diferente que você não tenha vivido, mas que esteja em seu subconsciente.— Abri os olhos agora e me lembrei de uma imagem que não me sai da cabeça, e pensando bem é até curioso, pois todas as vezes
EugêniaPassado o luto pela perda de meu pai, seguimos com os planejamentos necessários para inserir Adônis na família. Fui obrigada a assumir o trono, porém deixando bem claro que seria temporário, já que não era o meu desejo reinar.Aproveitava naquela noite o meu jantar de noivado que fora minuciosamente planejado por minha mãe. Alguns dias antes, selamos nosso compromisso, Adônis e eu, após alguns encontros de cortejo onde conversamos bastante para nos conhecermos melhor. Não podia negar o quanto ele chamava à atenção, tanto por sua beleza quanto por sua gentileza e simpatia. Seus cabelos e olhos claros combinavam perfeitamente com todos os seus traços. Um belo exemplar masculino, sem dúvida nenhuma. Entendi porque, entre tantos pretendentes eu o havia escolhido, no entanto, era difícil mandar no coração, se conseguisse faria dele o meu grande amor.— Adoraria saber por onde anda seus pensamentos, minha bela noiva. — Ele me observava e não soube precisar por quanto tempo estava de
VitóriaQuem me procurou naquela manhã foi Serena. Ainda estava em meu leito, nem mesmo minhas damas haviam chegado ainda para me despertar e começarmos a rotina antes do desjejum.— Majestade, posso entrar? Já está desperta? Estão vestidos? — ela bateu na porta e a deixou entreaberta antes de entrar, com receio de que estivéssemos em uma situação imprópria.— Pode entrar, Serena. Aron já saiu para suas atividades e eu acabo de despertar. — Ri da forma que ela estava apreensiva.— Que bom, com licença! Vim direto aos vossos aposentos para lhe falar, somente quando bati à porta que percebi o quanto poderia estar incomodando se vocês ainda estivessem no leito, me perdoe pela falha.— Sem problemas, querida amiga. Você sabe que aqui as portas estão sempre abertas a você e estou agora imaginando que deve ser algo muito importante e urgente para vir assim nesse desespero.— Exato! Tenho duas coisas para lhe contar e nenhuma delas poderia esperar, na verdade até poderia, porém mal dormi por