PARTE 2Falamos em mágica, porém qual será o seu defeito? Onde você deverá se esconder por causa dela? Deixe que ela lhe abençoe, deixe que molhe você como os pingos de chuva. Deixe que seja o guia para a sua vida, afinal é o que você é! Ela está embrenhada em ti como a sua própria pele, E não há nada que você possa fazer para fugir. Não queira fugir, não corra, não olhe para trás. Viva o agora. Seja! Não me deixe sentir saudades, Lamentando a possibilidade de nunca mais lhe encontrar. Você é meu sangue e o será para toda a eternidade, Assim como ficarei lhe esperando, Para juntos nos molharmos na chuva.(Magic, Coldplay)“Call it magic. Call it true Chame de mágica. Chame isso de verdade I call it magic. When I’m with you Eu chamo isso de mágica. Quando estou com você And I just got broken. Broken into two E eu apenas me parti. Me parti em dois Still I call it magic. When I’m next to you... Ainda chamo de mágica. Quando estou perto de você... ... Want to fall, fa
VitóriaComecei a procura pelos baús dele e encontrei tantas coisas lindas, com tantas lembranças queridas, que suspirei de emoção. Aquelas coisas me fizeram recordar de tudo o que passei em sua gestação, das alegrias e tristezas, mas principalmente da benção que foi o seu nascimento.No entanto, foi inevitável não pensar em Gerald e em tudo o que as suas atitudes nos causaram e no fato dele ter morrido como o Rei herói e de todos até hoje acreditarem que Andrew era seu filho. Fizemos questão de contar a verdade a ele, quando já era possível entender as coisas, o que o deixou muito feliz por amar demais Aron, contudo para a maioria da sociedade era melhor que nunca soubessem a verdade, a fim de evitar conflitos quanto à sua verdadeira origem, para que não o julgassem bastardo, apesar de agora estar casada com Aron e tudo estar devidamente em seu eixo.Além disso tudo, a semelhança comigo era gritante. Andrew tinha os mesmos cabelos castanhos escuros e olhos azuis, assim como os meus,
VitóriaFoi inevitável não me emocionar. Quando dei por mim lágrimas escorriam de meus olhos e estava agarrada ao diário como se ele fosse o meu bem mais precioso. Havia passado os últimos anos em um martírio que parecia que nunca chegaria ao fi m, lamentando a perda do diário e sem entender como havia desaparecido. Após a emoção inicial por tê-lo reencontrado, passei a pensar com mais clareza e a tentar entender o que poderia ter acontecido.O diário estava no fundo do baú dos aposentos de Andrew, junto de seus pertences de infância, porém o xale que o envolvia era de Liriel. Comecei então a tecer muitas possibilidades sobre o que poderia teracontecido.Procurei as damas de companhia de meus fi lhos que me garantiram não entender também como aquilo poderia ter acontecido. A dama de Liriel me contou sobre o sumiço do xale exatamente após aquela viagem de temporada à nossa propriedade de verão, porém jamais imaginou que poderia ter alguma relação com o sumiço do diário. Elas eram de t
Eugênia Estava prestes a descobrir sobre o mistério que rondava a minha família, contudo havia algo que desejava saber muito mais e que após tudo o que ocorreu em nossa viagem, minha mãe evitava me contar. No entanto, não dormiria nem mais uma noite com essa dúvida e esseaperto em meu coração, que faltava um pedaço.Nos sentamos no jardim com a brisa do fi nal de outono, que ficava cada vez mais fria, porém suportável. Percebi que minha mãe começaria a me contar, no entanto adiantei-me para lhe fazer outro questionamento.— A senhora sabe bem o quanto desejo descobrir sobre o que desestruturou a nossa família, porém, antes de contar-me, necessito saber o que foi feito de meu filho, e em que condições posso colocá-lo em minhas orações, vivo ou morto? — ela fitou-me incrédula.— Que horror, Eugênia. Acredita que faria algum mal ao meu neto? Sinto muito por você pensar assim. Tenha a certeza de que jamais seria capaz de tamanha atrocidade! — ela parecia falar a verdade.— Pois então me c
Vitória Agora que tudo voltava ao normal e estava lendo e descobrindo novamente o que minha herança tinha para me contar, já era possível resolver alguns problemas que na verdade deveriam ser a solução para o futuro de meus filhos.Sempre desejei ajudá-los a realizar os seus desejo e apoiá-los em seus sonhos, no entanto me peguei contrariando um desejo profundo que pairava sobre eles, na verdade sobre ela.Era evidente o quanto Liriel gostava dos irmãos e de estar sempre perto deles, até mesmo quando estavam praticando os treinamentos de luta.Já fazia algum tempo que percebi o olhar que ela tinha ao observá-los. Ela ficava totalmente fascinada e parecia viajar em seus pensamentos. A chamei para conversar em um entardecer na sala de chás. Ela chegou cumprimentando-me com uma reverência e em seguida sentou-se ao meu lado. Assim que nos serviram os chás, pães e frutas, passamos a degustá-los, e percebi então que era chegada a hora de termos aquela conversa.— Que maravilha podermos sen
EugêniaA proximidade da descoberta me deixava até um pouco nauseada. Enfim, descobriria o segredo de minha família, que pelo que conseguia entender, era imenso.Percebi que minha mãe, apesar de desejar contar-me tudo, ainda estava insegura, o que confirmava minha apreensão e fazia com que aquele silêncio se tornasse perturbador e angustiante.— Minha mãe, se continuar com esse silêncio eu vou enlouquecer. Por que não me conta de uma vez por todas o que há com a nossa família? Qual o segredo que nos ronda há tempos e fez com que meupai banisse Christopher de nossas vidas?Não era possível suportar nem mais um minuto sem saber o que havia por detrás de tudo o que aconteceu entre meus pais e meu irmão. Podia conviver com outras dúvidas, por enquanto, mas aquela já havia passado da hora de ser esclarecida.— Tudo começou comigo, há muito tempo atrás, quando era ainda apenas uma menina. Ao completar doze anos, fiz uma descoberta incrível e conheci uma herança de família que não consegui
Vitória— Isso quer dizer que há outra herança em seu sangue, Vitória. Você também possui poderes, assim como eu? Agora tudo faz sentido! — Serena me olhava extasiada com as últimas notícias sobre as páginas lidas.Assim que despertei naquela manhã, antes mesmo do desjejum, fui à sala onde Serena atendia seus pacientes e claro que a encontrei por lá. Às vezes imaginava que minha amiga nem dormia, pois eram raros os momentos que não a encontrava ali trabalhando. Ela dizia que quando fazemos algo que amamos, com o coração em paz, não sentimos cansaço e tudo é muito bem recompensado com energiapura enviada pelo universo. Achava isso demasiadamente incrível!— Inacreditável, minha amiga. Até agora estou processando essa novidade, que sinceramente não esperava, mas que de certa forma faz tudo ganhar mais sentido!— Um sentido que nós não buscávamos, porém que esclarece algo que sempre me deixou intrigada: esse seu desejo de querer participar de nossos rituais na floresta... Agora entendo
EugêniaDaquele momento em diante, faria de tudo para reencontrar meu irmão, mesmo que isso parecesse difícil eu não desistiria tão facilmente. Ele fazia parte de mim, o buscaria e o traria de volta. Não me conformava com sua atitude de abandono, aquela situação não combinava com ele, apesar de agora sim conseguir entendê-lo em tantas coisas, em tantas situações que presenciei.Após aquele dia em que Rainha Clélia e eu conversamos e colocamos todas as nossas desavenças em ordem, apesar de elas não ficarem tão resolvidas quanto mereciam, partimos para planejar o futuro, poisera a única coisa que podíamos fazer naquele momento. Meu pai, Rei Lutero, não apresentava nenhuma melhora, pelo contrário, o médico nos preparava para o pior, afirmando que ele não teria muito tempode vida. Minha mãe tentava aparentar força, no entanto eu sabia que por dentro ela estava desmoronando e buscava distração planejando o retorno do cortejo de Adônis e o nosso futuro casamento.— Não podemos pensar niss