Eugênia— Será uma honra, Príncipe. — Sorrimos e ele segurou minha mão me encaminhando para o meio do salão.Fazia parte dos meus planos, naquela noite, dançar com Serafim e me aproximar dele, no entanto jamais poderia imaginar que seria tão fácil estar perto. Nos meus pensamentos ele me excluiria e não aceitaria dançar comigo novamente. Sophie, minha dama, que sabia de meus planos, ficou atenta e próxima a nós pronta para ajudar.— Não imaginei que teria vontade de dançar comigo outra vez, achei que eu tinha sido inconveniente no último baile e peço que me perdoe pela forma como agi.— De forma alguma, Eugênia. A senhorita não foi inconveniente em momento algum, apenas não tivemos mais tempo de conversar. — Sua mão segurou minha cintura com mais força e ao mesmo tempo com tanta delicadeza que cheguei a errar o passo da dança.— Perdoe-me quase pisei em vosso pé. — Rimos e ele parecia feliz e descontraído.— Não pisou e não haverá problema algum se isso vier a acontecer, não sou um b
VitóriaNão dava mais para adiar nosso retorno ao castelo. Nossas férias haviam chegado ao fi m com mais uma descoberta chocante e inusitada, sobre o que aconteceu naquele baile com Eugênia e Serafim.Porém o que mais desejava naquele momento era desfrutar daqueles últimos dias de descanso e momentos divertidos com todos, principalmente com as crianças. Era impressionante como brincar com eles me revigorava, o som das gargalhadas aquecia meu coração e faziam com que sorrisse de orelha a orelha. Era impossível de conter a alegria, se pudesse viveria daquele jeito para sempre.Em um dos nossos últimos dias, após a leitura do trecho que nos impactou sobremaneira, decidi deixar os escritos novamente guardados para retomá-los quando estivesse no castelo voltando ao trabalho, e assim foi possível vivenciar aqueles momentos por inteiro. Aron e eu passeamos de mãos dadas pela areia da praia, fizemos convescotes com as crianças e sozinhos também, à noite saíamos para ver as estrelas, e os pedi
EugêniaTudo parecia tão bem e em um átimo meu mundo estava desmoronando, a conversa que tive com meu irmão de nada me agradou, principalmente pela descoberta que fi z nos últimos dias.Quase um mês havia se passado após o baile de apresentação de Christopher e nenhum sinal chegava até mim de que Serafi m havia me procurado. Dentro de poucos dias seria a coroação ofi cial do futuro Rei de Neveri. O castelo e todo o reino estavam em grande agitação com todos os preparativos e a esperança de novos e bons ventos alegrava a todos, não que não gostassem do reinado de meu pai, porém já era horade mudanças e já era hora de o novo chegar até nós.— Você não o viu mesmo nesses últimos dias, Christopher? Nem ao menos teve notícias dele? — ele parecia nem estar me ouvindo quando entrei na sala de descanso e sentei ao seu lado.— Sobre quem estamos falando, Eugênia? — meu irmão não sabia mesmo sobre o que eu falava, o que me deixou irritada.— Como assim, sobre quem estamos falando? Você sabe mu
EugêniaRainha Clélia estava com tudo planejado, iríamos juntas conversar com Serafim. Com nosso filho a caminho, seria o momento perfeito para nossa união e junção dos reinos. Ao chegarmos ao reino de Minsk fomos recebidos pelo Rei Bartolomeu e seu fiel escudeiro Rômulo que nos atenderam na sala de chás do castelo.— A que devo a honra dessa visita inusitada, porém muito prazerosa? Já faz um bom tempo que não nos vemos, minha querida Rainha Clélia. Como vai meu amigo, Rei Lutero? — após as reverências nos sentamos à sua frente na mesa de chá que estava muito bem servida de pães e frutas.— Está muito bem, Majestade. Rogo para que esteja tudo perfeitamente em ordem por aqui também! — minha mãe, apesar da simpatia estava polida e receosa, nunca a tinha visto daquele jeito.— Com toda certeza, passamos muito bem! Estou apenas curioso por saber o que a traz aqui, junto de sua bela filha, Princesa Eugênia. Não consigo imaginar o motivo de vossa visita, apesar de estar apreciando muito a c
PARTE 2Falamos em mágica, porém qual será o seu defeito? Onde você deverá se esconder por causa dela? Deixe que ela lhe abençoe, deixe que molhe você como os pingos de chuva. Deixe que seja o guia para a sua vida, afinal é o que você é! Ela está embrenhada em ti como a sua própria pele, E não há nada que você possa fazer para fugir. Não queira fugir, não corra, não olhe para trás. Viva o agora. Seja! Não me deixe sentir saudades, Lamentando a possibilidade de nunca mais lhe encontrar. Você é meu sangue e o será para toda a eternidade, Assim como ficarei lhe esperando, Para juntos nos molharmos na chuva.(Magic, Coldplay)“Call it magic. Call it true Chame de mágica. Chame isso de verdade I call it magic. When I’m with you Eu chamo isso de mágica. Quando estou com você And I just got broken. Broken into two E eu apenas me parti. Me parti em dois Still I call it magic. When I’m next to you... Ainda chamo de mágica. Quando estou perto de você... ... Want to fall, fa
VitóriaComecei a procura pelos baús dele e encontrei tantas coisas lindas, com tantas lembranças queridas, que suspirei de emoção. Aquelas coisas me fizeram recordar de tudo o que passei em sua gestação, das alegrias e tristezas, mas principalmente da benção que foi o seu nascimento.No entanto, foi inevitável não pensar em Gerald e em tudo o que as suas atitudes nos causaram e no fato dele ter morrido como o Rei herói e de todos até hoje acreditarem que Andrew era seu filho. Fizemos questão de contar a verdade a ele, quando já era possível entender as coisas, o que o deixou muito feliz por amar demais Aron, contudo para a maioria da sociedade era melhor que nunca soubessem a verdade, a fim de evitar conflitos quanto à sua verdadeira origem, para que não o julgassem bastardo, apesar de agora estar casada com Aron e tudo estar devidamente em seu eixo.Além disso tudo, a semelhança comigo era gritante. Andrew tinha os mesmos cabelos castanhos escuros e olhos azuis, assim como os meus,
VitóriaFoi inevitável não me emocionar. Quando dei por mim lágrimas escorriam de meus olhos e estava agarrada ao diário como se ele fosse o meu bem mais precioso. Havia passado os últimos anos em um martírio que parecia que nunca chegaria ao fi m, lamentando a perda do diário e sem entender como havia desaparecido. Após a emoção inicial por tê-lo reencontrado, passei a pensar com mais clareza e a tentar entender o que poderia ter acontecido.O diário estava no fundo do baú dos aposentos de Andrew, junto de seus pertences de infância, porém o xale que o envolvia era de Liriel. Comecei então a tecer muitas possibilidades sobre o que poderia teracontecido.Procurei as damas de companhia de meus fi lhos que me garantiram não entender também como aquilo poderia ter acontecido. A dama de Liriel me contou sobre o sumiço do xale exatamente após aquela viagem de temporada à nossa propriedade de verão, porém jamais imaginou que poderia ter alguma relação com o sumiço do diário. Elas eram de t
Eugênia Estava prestes a descobrir sobre o mistério que rondava a minha família, contudo havia algo que desejava saber muito mais e que após tudo o que ocorreu em nossa viagem, minha mãe evitava me contar. No entanto, não dormiria nem mais uma noite com essa dúvida e esseaperto em meu coração, que faltava um pedaço.Nos sentamos no jardim com a brisa do fi nal de outono, que ficava cada vez mais fria, porém suportável. Percebi que minha mãe começaria a me contar, no entanto adiantei-me para lhe fazer outro questionamento.— A senhora sabe bem o quanto desejo descobrir sobre o que desestruturou a nossa família, porém, antes de contar-me, necessito saber o que foi feito de meu filho, e em que condições posso colocá-lo em minhas orações, vivo ou morto? — ela fitou-me incrédula.— Que horror, Eugênia. Acredita que faria algum mal ao meu neto? Sinto muito por você pensar assim. Tenha a certeza de que jamais seria capaz de tamanha atrocidade! — ela parecia falar a verdade.— Pois então me c