Eugênia Mais uma festa se aproximava e sentia um imenso prazer em participar dos planejamentos com minha mãe. A Rainha Clélia era sempre impecável em todos os detalhes das festas que organizava. Meu pai delegava e confiava plenamente em seu bom gosto e em suas habilidades, e ele estava certo em confiar. A observava visando ser igual no futuro, para que quando chegasse a minha vez de comandar meu lar, tivesse a mesma desenvoltura que ela. — Tudo deve estar perfeito, Eugênia. Dessa vez você não irá apenas me observar, irá me ajudar em toda organização. Já passou da hora de você aprender tudo isso, logo essa missão será sua, aqui no castelo ou fora dele junto de seu futuro esposo. — Sim, minha mãe. Quero estar preparada para quando esse momento chegar! — na verdade havia me esquecido disso. Concentrei tanto minhas energias nos problemas familiares que acabei me esquecendo de meu pretendente, aquele que talvez fosse o meu futuro marido. Não era quem
Vitória A temporada de verão se aproximava e a sugestão de minha mãe, Felícia, era de viajarmos para a propriedade de férias, aquela que ficava no alto de uma colina, com uma bela vista para o oceano e bem próxima de onde Malena e Henry viveram sua bela história de amor. Era sempre uma viagem que apesar de cansativa, pois a distância do castelo era grande, nos trazia muita paz com dias revigorantes. Faziam alguns anos que não viajávamos devido às gestações e ao nascimento dos pequenos, além da fase deles muito miúdos para aguentar a viagem. Agora eles já estavam maiores, Liriel completaria em breve seu primeiro ano de vida e com ajuda das babás seria possível fazermos esse passeio para descansarmos alguns dias por lá. — Tem certeza que eles aguentam a viagem, filha? — minha mãe queria muito que todos fossem, no entanto se preocupava com os netos. — Creio que sim, Dona Felícia. Com as damas e babás nos auxiliando, tudo dará certo! Essa sua ideia
Havia planejado aquela noite minuciosamente e apesar das borboletas que teimavam em dançar dentro de mim, por toda a parte, me fazendo tremer sem sentir frio, estava certa de que aquele dia, ou melhor, aquela noite mudaria mesmo a minha vida e se realmente seria para sempre, só iria descobrir nos próximos capítulos. — Fico feliz por ver que chegou o momento exato para recepcionar conosco nossos convidados, Eugênia. — Minha dama ajudou-me para que não atrasasse, meu pai. Contudo se não fosse ela me contar o porquê de tanta pressa, estaria até agora sem entender. — Perdoe sua mãe, acabei esquecendo de lhe falar sobre isso. Seu pai me fez o pedido e o transmitiu diretamente a Sophie, porém acabei não conversando com você também, os preparativos do baile me tomaram muito tempo, mesmo com a sua ajuda. — Apreciei muito lhe ajudar, minha mãe. Espero que isso aconteça com frequência de agora em diante, estarei sempre à disposição. — Vogo p
Vitória Nossa viagem para a propriedade de férias foi tranquila. Apesar da distância e dos solavancos na estrada, não tivemos nenhuma avaria nas carruagens e chegamos bem. Após descansarmos na sala principal, saímos para o jardim pois as crianças estavam ansiosas por brincar ao ar livre. O jardim era grande e terminava no penhasco, que havia sido cercado por pedras como proteção. A vista dali de cima era deslumbrante, podia-se ver a longitude do mar, a linha do horizonte ao fundo e naquele momento em que nos sentamos para tomar nosso chá da tarde, começava o espetáculo do pôr-do-sol.— Tinha me esquecido da beleza desse lugar, Aron. — Não conseguia nem piscar de tão encantada que estava.— Eu também, minha querida. Por que fi camos tanto tempo sem vir aqui? Quer dizer, eu sei por que, mas lamento não ter vindo!— Compreendo o que quer dizer, eu também não acredito que demoramos tanto para voltar. No entanto, esse tempo foi necessário para colocarmos nossas vidas no eixo, principa
Vitória Fazia tanto tempo que não tirava uns dias para descansar longe do castelo, que tinha até me esquecido do quanto essa pausa nos faz bem. Não sentia mais as dores frequentes de cabeça nem mesmo pelo corpo. Quem me socorria nesses momentos era minha fi el e querida amiga Serena, com seus misturados de ervas que me ajudavam a relaxar nas noites após os dias tensos, e quase todos os dias eram assim. Serena também descansava de suas atividades, já que eu não estava dando tanto trabalho a ela com meus pesares. Outra coisa boa desses dias de descanso foi poder me aprofundar mais na leitura do diário de minha bisavó, que estava tão interessante e cheio de grandes revelações que nem esperava descobrir. As páginas que estava lendo falavam sobre a mudança de atitude de Christopher, que ainda nos intrigava por não termos descobertos absolutamente nada sobre a sua existência, e Rainha Eugênia também falava sobre alguns planos que nos deixavam curiosas para saber do que se tratava.
Querido Leitor, Se você chegou até aqui é porque vem acompanhando toda essa história e enfim, tem em suas mãos, o terceiro e último livro da Trilogia Regnaturi.Adianto a você que encontrará nas páginas seguintes muitas emoções, doces conclusões, muito drama, amor, e grandes e surpreendentes revelações.Você pode até querer brigar comigo em alguns momentos (espero que não), e pode até lamentar alguns acontecimentos (com toda razão). No entanto, desejo que termine essa leitura como eu terminei escrevendo, com o coração cheio de amor, fazendo uma retrospectiva de tudo o que aconteceu durante a história, e entendendo a necessidade de todos os fatos.Termino essa carta agradecendo por seu carinho com meu trabalho e por ter chegado até aqui. Aguarde que em breve teremos alguns Spin-offs pela frente, pois algumas personagens desejam fala um pouco mais. Que você tenha uma ótima leitura! Um grande e afetuoso abraço,Sandra Milani MoreiraPARTE 1Como consegui respirar quando fiquei mais pe
Minha mãe parou o nosso passeio pelo jardim e virou-se para mim.— Em breve chegará o momento em que será necessário escolher um esposo para você, querida. Seu pai já está cogitando essa possibilidade para a próxima temporada.— Percebi alguns olhares diferentes de meu pai e imaginei que fosse devido a isso. Todavia, não gostaria de casar-me com nenhum desconhecido e sim fazer a escolha de meu pretendente, se assim, me for permitido! — a minha esperança era de que minha mãe entendesse a minha vontade e me ajudasse junto de meu pai.— Entendo, filha. Imagino que já tenha alguém em mente, por levantar essa questão comigo. Está enamorada de algum cavaleiro do reino?— Claro que não, minha mãe. Jamais deixei nenhum cavalheiro nem ao menos se aproximar de mim para que surgisse qualquer sentimento ou lhe desse esperança. A Senhora sabe bem quem seria o meu escolhido! — ela encarou-me e suspirou.— Ainda cultiva essa paixão de menina? Não acredito, Eugênia! Você sabe que ele será coroado em
A rotina de minha amiga também não era fácil, então aproveitamos muito esses momentos juntas e na companhia de nossos filhos.— Conseguiu começar a leitura do diário, Vitória? Em nosso último encontro disse que tentaria ler nos momentos de folga! — Serena fez aquela expressão de quem sabe bem o quanto esses momentos de folga eram raros para as mulheres que são mães e trabalham.— Então, minha amiga, enfim consegui iniciar a leitura sim! E vou lhe dizer que sinto que perderei meu sono com ele. Até agora li apenas as primeiras páginas porque Aron, chamou-me para descansar, já era bem tarde. No entanto, tenho certeza de que se não fosse por ele eu teria passado a noite inteira lendo e nem perceberia o sol nascer.— Concordamos então que as escritas de sua bisavó são realmente interessantes, assim como supomos que seriam!? — minha amiga havia me dito que seria muito bom para mim e minha família a leitura do diário, ela não conseguia ver o que de fato as escritas contariam, mas pressentia