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Está efetivada

Olá boa noite!

por favor me deixe saber o que estão achando do livro. Comentem vou adora troca ideias com vocês.

Após uma noite de sono revigorante, percebo uma melhora notável no meu pé, embora ainda esteja um pouco inchado, a dor não é mais tão aguda. Movimento-o suavemente para lá e para cá, e a sensação é suportável. Decido levantar e encaminhar-me ao banheiro para lavar o rosto; a necessidade de um bom banho se faz sentir. Com passos decididos, me dirijo ao armário e apanho minha bolsa.

Um longo e refrescante banho gelado me revigora, enquanto minha mente divaga sobre o incidente anterior. Logo me lembro de que preciso comprar outro celular. Refletindo sobre aquele homem notavelmente atraente, é uma pena que ele seja tão arrogante. Desligo o chuveiro, envolvo-me com a toalha e saio do box. Aplico meu hidratante, visto meu uniforme e dou um toque especial ao meu cabelo, prendendo-o em um elegante rabo de cavalo. Um último olhar no espelho para garantir que tudo esteja no lugar certo.

Coloco minha bolsa de volta no armário, ponho meus tênis antes de me encaminhar para o quarto da jovem neta do Senhor Scannell. Ao entrar no trauma, pego a prancheta com os dados da evolução da menina, que agora sei que se chama Olivia e tem 12 anos. Pego a lanterna de pupila para avaliar os olhos da menina, checo os aparelhos; está tudo normal. As últimas horas são primordiais para a recuperação. Já vi muitos pacientes de cirurgias de risco melhorarem rápido demais e logo em seguida virem a óbito.

"Reaja no seu tempo, pequena. Não tenha pressa," sussurro para Olivia. A família deve estar preocupada, pois as visitas ainda não estão liberadas. Precisamos falar com a família para tranquilizar a mãe, os avós e os tios dela.

"Sabia que estaria aqui," diz o Diretor Anderson.

"Diretor Anderson, me conhece bem," respondo.

"Como está nossa paciente?" Pergunta.

"Excelente,".

"Venha, precisamos conversar sobre sua contratação," diz, com um sorriso,fazendo meu coração acelerar.

O acompanho pelo comprido corredor e pegamos o elevador para o terceiro andar até sua sala. Assim que entramos,pede para que me sente na poltrona à sua frente.

"A partir de hoje, está efetivada. Seu salário irá melhorar, pois receberá o salário de acordo com suas especializações, ou seja, receberá um salário por cada função que exerce. Nada mais justo, pois você exerce todas as suas."

Fico olhando para o diretor à minha frente, de boca aberta. Estou surpresa, não sei o que dizer. Lágrimas rolam pelos meus olhos, seguidas de um choro. Cada lágrima representa um sacrifício, uma dor, a vergonha que causei à minha família com o vexame da minha primeira vez. Cada insulto na escola, no meu bairro, valeu a pena por cada dia estudado.

"Tome, enxugue essas lágrimas. Você merece, menina. Nenhum médico dos Estados Unidos havia visto aquele coágulo. Fiz bem em falar de você para o Senhor Scannell."

"Por que não disse que era neta dele? Eu sei que foi para o meu bem, mas me sinto um pouco traída."

"Não queria influenciar o seu trabalho. Sei que é uma boa profissional, mas o peso de saber que era neta do proprietário da rede, que estaria assistindo à cirurgia, poderia afetar você."

"Obrigada," soluço de tanto chorar.

"Imagino que agora sairá do hospital que lhe indiquei?". Pergunta referente ao hospital público.

"Não mesmo. Não estou lá pelo dinheiro, e sim pelo que posso fazer por aquelas pessoas. Sairei somente se não conseguir conciliar lá e aqui." Enfatizo secando minhas lágrimas.

"Conversarei com o Senhor Scannell. Agora vá assuma esse plantão," ele diz, abrindo a gaveta e pegando um crachá novo com meu sobrenome, Dra. Mendes Dagollis, e me entrega.

 "Deverá encontrar com a família para passar informações sobre o quadro de saúde da menina." declara.

"Sr. Anderson, não sou a médica e a Neurologista dela. Eles deveriam estar presentes." sugiro ele confirma com a cabeça.

O plantão segue tranquilamente durante o dia, o que é um alívio. Quando ouço meu nome sendo chamado pelo painel eletrônico para comparecer à recepção, vou até lá. Ao chegar, sou informada de que há um motoboy esperando.

"Posso ajudar?". Pergunto.

"Dra Flavia Lizandra Mendes Dagollis?". Ele fala.

"Sim."

"Encomenda para a senhora, por favor, assine aqui," pede, entregando-me o pacote. Assino meu nome e ele me entrega a caixa antes de partir. Fico parada com a caixa nas mãos, me viro para as meninas da recepção e brinco.

"Será uma bomba? Bem, pelo menos não está fazendo barulho," sacudo a caixa.

 "Na verdade, não está fazendo barulho algum."

Volto para minha sala, abro a caixa e, para minha surpresa, encontro um celular iPhone de última geração. Junto ao celular, há um bilhete somente com um nome.

Max

Parece que o senhor metido finalmente teve um momento de consciência. Só de lembrar da arrogância dele, dá vontade de revirar os olhos. Mas espera, isso quer dizer que ele sabe onde trabalho e conhece meu nome. Sinto um arrepio, não exatamente de medo, mas deixo pra lá. Bem, já que quis me dar um iPhone, não vou reclamar. E, além disso, com quem reclamaria? Pego meu celular antigo quebrado, retiro o chip e o coloco no novo aparelho. Sigo as instruções e, em menos de alguns minutos, estou configurando o W******p. Não demora muito para as mensagens dos meus irmãos e meus pais começarem a chegar, todos preocupados porque não dei notícias.

 Pierre havia informado que havia machucado o pé em um acidente de trânsito. Rapidamente, envio um áudio para a minha mãe para tranquilizá-la e dar as boas notícias.

"Oi, mãe, estou bem. Foi só uma torção no pé esquerdo, já estou melhor. Tive uma cirurgia de 6 horas. Tomei um remédio e acabei dormindo e perdendo a noção do tempo. Meu celular quebrou, mas já consegui um novo." Tranquilizo e logo ela me responde então mantemos uma conversa.

"Quando você não mandou mensagem, seu pai ligou para o Pierre. Ele contou o que havia acontecido, fiquei preocupada. Vocês, médicos, adoram esconder as coisas."

"Calma, dona Margareth, estou bem. Tenho uma novidade." Conto que fui contratada pelo hospital.

 "Mãe, vou receber por todas as especializações que eu exerço. Vou me esforçar para ir para casa neste fim de semana."

"Seu pai vai ficar todo orgulhoso. Vai querer espalhar a notícia por toda a cidade."

"Dra. Mendes Dagollis, por favor, compareça ao trauma," anuncia o painel eletrônico.

"Mãe, tenho que ir. Beijos, até mais tarde."

Sigo em direção ao trauma e percebo que minha presença é necessária no quarto da pequena Olivia. Tento andar mais rápido do que posso para chegar lá. Ao entrar, vejo a garotinha acordada.

" Dra vim administrar sua medicação, ela abriu os olhos." Ouço a enfermeira explicar.

Me aproximo da cama, pego a lanterna de pupila e examino seus olhos.

"Seus olhos estão bons, não há nada de estranho.” Peço

 “Se consegue me entender? Pisca os olhos uma vez para sim e duas vezes para não, entendeu?" Ela pisca.

"Ótimo, olhe para direita e esquerda.” Ela faz o que peço. Para cada pergunta, a menina pisca.Junto com a enfermeira, realizo alguns procedimentos e, por fim, examino suas pernas e braços. Ela pisca.

"Consegue falar?". Ela pisca.

"Sim" ela responde com voz fraca.

"Tudo bem, não precisa falar. Você está ótima, não tenha medo, ok? .Assim que estiver mais forte, vamos transferi-la para o quarto. Se sentir qualquer coisa, consegue apertar esse botão aqui para chamar ajuda?". Olivia pega o pequeno botão e aperta.

 "Ótimo, se precisar, venho até você na hora. Combinado?" Ela pisca. A enfermeira realiza alguns procedimentos antes de administrar um medicamento em seu soro. Logo a menina adormece.

Recebi as informações sobre o quadro clínico da paciente há um mês atrás. Inicialmente, meu papel era fornecer uma opinião médica consultiva, mas à medida que estudei a fundo o caso, jamais poderia imaginar que acabaria sendo responsável por sua cirurgia.

Os tumores cerebrais podem se originar de diversas fontes, incluindo o tecido cerebral propriamente dito (neurônios), as membranas que o envolvem (como as meninges) ou até mesmo os ossos do crânio. Na situação da Olivia, além dos tumores que já estavam presentes, suspeitei de algo ainda mais grave logo informei ao Dr Anderson,pois o mesmo havia me pedido para olha esse caso. Surgiram indícios de que Olivia poderia estar enfrentando uma trombose cerebral, um tipo de acidente vascular cerebral (AVC) causado pelo bloqueio de uma artéria no cérebro devido a um coágulo de sangue. Esse tipo de evento pode ser fatal ou resultar em sequelas graves, como dificuldades na fala, cegueira ou paralisia.

Os sintomas associados à trombose cerebral são, em grande parte, inespecíficos, embora uma das características mais proeminentes seja uma dor de cabeça intensa. Embora esse quadro possa afetar qualquer pessoa, é mais comum em mulheres. Olivia estava em constante risco de entrar em coma a qualquer momento,caso meus minhas suspeitas fossem verdadeiras.

 "Por favor, avise ao diretor para que possa informar a família," peço à enfermeira, que assente com a cabeça.

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