Capítulo 32Giulia entrou no escritório com passos leves, olhando ao redor. Seu coração batia acelerado, mas sua determinação era maior.Rápida e silenciosa, começou a vasculhar as gavetas da imponente escrivaninha de madeira. Papéis, documentos e objetos pessoais de Giovanni estavam organizados ali, mas nada que lhe fosse útil.Então, ao abrir a última gaveta, seus dedos encontraram algo frio e metálico. Seus olhos se arregalaram ao puxar a arma cuidadosamente. Sentindo o peso da pistola em suas mãos, respirou fundo. Agora, tinha uma chance.Giulia ficou em alerta, apurando os ouvidos enquanto escondia a arma sob o vestido. Sabia que Giovanni era distraído demais para notar o desaparecimento imediato da pistola.Continuou vasculhando e, em meio à papelada, encontrou uma caixa de munição. No fundo da gaveta, seus dedos tocaram um pequeno estojo de couro. Curiosa, abriu-o e seu coração disparou ao ver várias seringas já preenchidas com um líquido suspeito.Ao ler a fórmula no rótulo, s
Capítulo 33Giovanni estava parado à porta, os braços cruzados e o semblante impaciente. Detestava esperar e mais ainda, odiava a sensação incômoda de preocupação que insistia em rondá-lo.— Vamos, Giulia. Não tenho o dia todo.Do lado de dentro, Giulia fechou os olhos por um instante, respirando fundo. Cada passo fora daquela mansão era um risco, mas também uma oportunidade.Endireitou os ombros, ergueu a cabeça e caminhou para fora com a dignidade que ainda lhe restava. Ao passar por Giovanni, sentiu o olhar penetrante dele, analisando cada detalhe de sua expressão, mas manteve a postura firme.Assim que entraram no carro, Giulia olhou discretamente pelo retrovisor. Seu estômago revirou ao ver a longa fileira de veículos prontos para segui-los. Tantos capangas… como escaparia com tantos olhos sobre ela?Sentiu um nó na garganta, mas reprimiu o desespero. Precisava pensar rápido. A fuga ainda não era impossível, só precisaria encontrar o momento certo.***Carlos dirigia com expressã
Capítulo 34Carlos segurou Giulia com firmeza, como se temesse que ela desaparecesse de seus braços. Seus olhos a percorreram rapidamente, absorvendo cada detalhe de seu rosto abatido, da pele pálida e dos olhos brilhantes de alívio.— Meu Deus, Giulia… — sua voz saiu rouca, carregada de emoção.Antes que ela pudesse responder, ele a puxou para um beijo intenso, desesperado, como se estivesse tentando compensar todo o tempo perdido. Seus lábios se moviam sobre os dela com urgência, misturando saudade, medo e amor.Giulia sentiu as pernas fraquejarem, o coração acelerado martelando contra o peito. Ela se agarrou ao casaco dele, sentindo a segurança que só Carlos lhe proporcionava. O calor do beijo a envolveu, dissipando por um instante todo o terror dos últimos dias.Mateo pigarreou ao lado, tentando chamar a atenção, mas Carlos ignorou. Ele precisava daquele momento.Quando finalmente se afastaram, Giulia tocou o rosto dele com as mãos trêmulas, como se precisasse ter certeza de que e
Capítulo 35O carro deslizou para dentro do hangar privado do aeroporto, onde o jatinho já os aguardava com os motores ligados. Carlos mal estacionou e já saiu, abrindo a porta para Giulia.— Vamos, rápido! — Mateo apressou, olhando ao redor com cautela.Giulia desceu do carro, ainda tensa, e segurou a mão de Carlos enquanto corriam em direção à aeronave. O vento da pista bagunçava seus cabelos, e seu coração batia acelerado, mas não era mais medo. Era a sensação de que finalmente estava fugindo do pesadelo.Assim que subiram as escadas do jatinho, a comissária fechou a porta atrás deles. O piloto confirmou a decolagem pelo rádio, e Mateo jogou-se em um dos assentos com um suspiro de alívio.— Conseguimos — ele disse, passando a mão pelo rosto.Giulia, no entanto, ainda não conseguia relaxar completamente. Carlos notou e puxou-a suavemente para se sentar ao lado dele.— Está tudo bem agora — ele murmurou, afastando uma mecha de cabelo do rosto dela.— Eu ainda não consigo acreditar… —
Capítulo 36O jatinho tocou a pista do aeroporto de Pouso Alegre com suavidade, mas Carlos mal prestou atenção. Ele só pensava em tirar Giulia dali o mais rápido possível e levá-la a um médico.Assim que as portas foram abertas, Mateo já estava do lado de fora organizando tudo. Três carros os esperava com o motor ligado. Carlos carregou Giulia nos braços e a acomodou no banco de trás.- Aguenta firme, amor, já estamos quase lá - ele disse, segurando a mão dela com força.O trajeto até a clínica particular foi rápido. Ao chegarem, Giulia foi imediatamente atendida. Carlos não desgrudava dela, segurando sua mão enquanto os médicos realizavam exames.Após uma bateria de testes, o doutor entrou na sala sorrindo.- Não se preocupem, ela está bem. O desmaio foi causado por pressão baixa e estresse... mas há um motivo a mais para isso - disse ele, olhando para Giulia.Ela franziu a testa, confusa.- O que quer dizer?O médico puxou uma cadeira e sorriu.- Parabéns, Giulia. Você está grávida.
Capítulo 37O sol começava a se pôr quando Carlos e Giulia voltaram para casa, acompanhados pelo comboio de carros e motos que os seguira à cidade. A festa havia sido um sucesso, e apesar do breve desconforto causado por Henrique Albuquerque, nada conseguira abalar a felicidade de estarem juntos.Ao chegarem à fazenda, Vitória já estava exausta de tanto brincar e correu para o quarto assim que entrou, deixando Carlos e Giulia sozinhos na sala. Ele a puxou para um abraço apertado, sentindo o cheiro doce dos cabelos dela.— Foi um dia incrível — Giulia disse, encostando a cabeça no peito dele.— Sim, mas algumas coisas me incomodaram — Carlos respondeu, deslizando os dedos pelo rosto dela.Giulia ergueu os olhos para ele, percebendo a tensão em sua expressão. Sabia exatamente sobre o que ele falava, mas preferiu mudar de assunto.— Que tal um banho relaxante para tirarmos o cansaço do dia? — sugeriu ela, sorrindo.Carlos assentiu e a acompanhou até o quarto. Ela foi primeiro, deixando a
Capítulo 38O sol da manhã iluminava as ruas da pequena cidade enquanto Giulia dirigia em direção à escola de Vitória. A menina, sentada no banco do passageiro, balançava os pés animadamente.— Você está ansiosa para a aula de hoje, tesoro mio? — Giulia perguntou, sorrindo ao ver a felicidade estampada no rosto da pequena.— Sim! Hoje vamos ensaiar para a apresentação da primavera. Quero que você e papai estejam lá!Giulia apertou suavemente a mão da enteada.— Não perderíamos por nada, amore.Ao chegarem, Vitória soltou o cinto e se inclinou para dar um beijo na bochecha de Giulia antes de sair do carro.— Te vejo mais tarde!Giulia observou a menina entrar no prédio, o coração aquecido pelo carinho de Vitória. Assim que a pequena sumiu entre os outros alunos, ela pegou o celular e conferiu o endereço da loja de aluguel de vestidos que havia pesquisado na noite anterior.Dirigiu até o centro da cidade, onde uma charmosa boutique exibia lindos modelos de noiva na vitrine. Assim que en
Capítulo 39A noite caiu sobre a fazenda de Minas Gerais, a lua cheia trouxe uma noite iluminada e mágica para a festa de noivado de Giulia e Carlos. O grande terreiro estava decorado com bandeirinhas coloridas e luzes penduradas entre as árvores, criando um cenário acolhedor.No centro do espaço, uma fogueira queimava forte, espalhando um calor confortável enquanto os convidados chegavam animados. Mesas de madeira estavam repletas de doces típicos: canjica, pé de moleque, doce de leite, bolo de fubá e cocadas. O cheiro do churrasco se misturava ao ambiente.Giulia usava um vestido leve e branco, com detalhes em renda que remetiam à cultura mineira, enquanto Carlos vestia uma camisa social arremangada e um chapéu de couro, em total sintonia com o clima da festa. Eles andavam de mãos dadas pelo espaço, cumprimentando cada convidado, enquanto Júlio, o cozinheiro, supervisionava tudo com um sorriso satisfeito.Mateo pegou um violão e começou a tocar uma moda de viola, incentivando os mai