Emma QuinnA viagem de carro de meia hora até o aeroporto é silenciosa. Eu estou nervosa e acredito que Alessandro também se sente assim. Quando entramos no jatinho, não escondo minha surpresa. Eu nunca tinha entrado em um antes, e é bastante luxuoso. As poltronas são muito confortáveis — bem diferentes da classe econômica do avião. Ser um ricaço tem suas vantagens.Mordo os lábios enquanto observo cada canto do jatinho. Há quatro poltronas grandes bem divididas com uma mesa, um sofá grande de frente para uma TV enorme e um frigobar no canto. Tudo é bem iluminado e os móveis têm tons de bege e vinho escuro.Dois seguranças sobem com nossas malas, enquanto Alessandro vai direto para o frigobar e tira de lá um vinho. Eu lembro daquele vinho; era o que eu tinha comprado para a minha chefe no dia do jantar.— Bueno Brunello de 2008 é o meu preferido — explica ele, pegando duas taças. — Quando nos encontramos pela primeira vez, você o levou no jantar com a Angelina.— Sim.— Fiquei bastant
Emma Quinn Sou acordada suavemente por uma mão em meus ombros. Abro os olhos um pouco confusa, levanto rapidamente e percebo que estou em uma cama na suíte do jatinho. Como vim parar aqui? Alessandro me dá um sorriso e me entrega um prato de cookies recheados com uma xícara de café. — Eu te carreguei até aqui. Não sei se foi culpa do vinho, mas você apagou. Estava desconfortável no sofá, então te trouxe para cá. — Ele explica. — Coma um pouco, só vamos ter tempo depois que o evento acabar. — Ele comenta, colocando a xícara de café bem quente na boca. Ainda um pouco grogue de sono, eu o agradeço e pego um cookie com gotas de chocolate. Assim que mordo o primeiro pedaço, fecho os olhos e solto um gemido. Penso logo em Jeong comendo doce; ele estaria maravilhado agora. — É uma delícia isso aqui. — Digo com um sorriso. — Jeong iria adorar. — Dou outra mordida enquanto a massa se dissolve na minha boca, e tomo um gole do café. — Você é uma formiga como ele. — Alex sorri. — Esses são g
Emma QuinnNós estamos na lanchonete. Estou com uma calça jeans, uma blusa do AC/DC, tênis (como ele sabia que essa era uma das minhas bandas preferidas, eu não sei) e óculos escuros. Alessandro está com uma regata, óculos escuros também, boné, calça jeans e tênis.Para mim, ele continua chamando a atenção, mas Alex está convencido de que está abafando. Então, vou deixar que ele se lasque sozinho.Eu pedi um sanduíche completo, e Alessandro fez o mesmo. Nós dois sentamos numa mesa e começamos a comer.— O que achou da inauguração? — Tem um monte de gente — falo de boca cheia, sem me importar, pois estou faminta. — Ainda bem, né? Mas você gostou?Dou um gole na Coca-Cola.— Óbvio. Me responde uma coisa: você está reformando o orfanato em que vivi?Ele ri.— Descobriu isso agora? — Ele bebe seu refrigerante também. — Estou sim, estive por lá e vi que as condições não são boas. Mesmo com você doando uma boa quantidade de mantimentos, vou fazer melhorias. Pode ficar tranquila.— Obrigad
Jeong Park Enquanto aguardo Dino acertar a localização de Noah Backer, confesso que estou ansioso para saber por que esse sujeito escondeu o jogo até hoje. E também, em qual time ele joga? Não conseguimos descobrir mais nada sobre ele.Mas certamente Noah Backer não deve ser seu nome verdadeiro.Vejo a mensagem de Emma dizendo que está tudo bem.Relaxo um pouco e ajeito meu sobretudo. O garoto dá um soco na mesa do seu computador, despertando minha atenção, e sorri, virando a cadeira na minha direção.— Eu sou muito bom.Na tela do computador aparece a localização de Noah; não é muito longe de onde estamos.— Demorou porque o desgraçado fez uma boa proteção. E, sinceramente, acredito que ele vai saber que estamos indo atrás.— Eu não ligo, só quero saber qual é a dele. Ele sabe muita coisa sobre a gente. — Pego um pirulito de uva no bolso do meu sobretudo e coloco na boca. — Vamos lá pegá-lo.— Eu posso ir também dessa vez? — Dino pergunta, esperançoso.— Não, eu preciso de você aqui
Alex Leonel — Alessandrinho! — Ouço uma voz irritante me chamar à distância. Novamente, a voz repete: — Alessandrinho, hora de acordar! Vou acordando aos poucos, com a cabeça explodindo de dor. Sinto um cheiro e gosto metálico de sangue. Solto um gemido de dor e tento me mover, mas não consigo. Onde estou? O que está acontecendo? Tudo está um pouco confuso. — Olha aí nosso ator principal acordando. — O homem debocha. Abro os olhos lentamente e me deparo com David Soyer agachado, me encarando com diversão. Meus olhos se erguem para um corpo pendurado à minha frente. Rapidamente, lembro o que aconteceu: eu e minha filha estávamos tendo um dia especial, e então fomos atacados. Emma está completamente suspensa pelos pulsos com correntes, desacordada. Há um filete de sangue seco em sua testa e alguns arranhões pelo rosto. Estou amarrado a uma cadeira e tento me soltar, mas é em vão. Dou uma breve olhada ao redor. Parece que estamos em um galpão, mas está com pouca iluminação, mas ao
Jeong Park Depois que soube que Emma e Alex desapareceram, enlouqueci completamente. Voltei à mansão e trouxe Noah conosco por enquanto. Ele ainda não contou toda a história, e, por ora, não tenho cabeça para isso. Passo as mãos no rosto, completamente nervoso, enquanto Dino está no computador, trabalhando arduamente. — Não tem como conseguir as imagens da estrada, provavelmente eles estavam subindo algum morro — explica Dino enquanto digita sem parar. Não consigo olhar para Milena. Ela está chorando e muito quieta. Não consigo nem dar uma palavra de apoio no momento, pois eu mesmo estou tentando me controlar. Meu celular toca, e atendo no primeiro toque. Milena se levanta e vem até mim, aflita. — Diga, Marcus. Você e Matias conseguiram alguma coisa? — Sim. Encontramos o carro. Vou mandar a foto — ele dá uma pausa preocupante. — Também encontrei a câmera no carro. Vou enviar para o Dino. — Está muito feio? — Um pouco, senhor. Eu já envio tudo. Desligo o celular e olho para Mi
Emma Quinn / Luna LeonelO lugar onde estou é o mais lindo que já vi em toda a minha vida; é um jardim repleto de todos os tipos de flores. O canto dos passarinhos podia ser ouvido de longe, e havia borboletas por todos os lados. O sol brilhava intensamente, iluminando todo o local. Que esquisito!Eu olho para um banquinho em frente a um riacho de águas cristalinas e vejo um homem sentado. Alessandro?Mas, quando ele se vira, percebo que é Robert Quinn. Ele sorri e acena na minha direção.— Papai!Corro em sua direção e, em segundos, estou em seus braços. Ele solta uma gargalhada gostosa e me aperta contra si.— Por que está chorando, querida?Então, toda a dor da perda me atinge, e a culpa me corrói. Eu só o abraço com mais força.— Eu sinto muito.— Por quê?— Porque eu não te protegi como deveria.— Ora, o pai sou eu. Esse é o meu dever, meu bem, e sei que o cumpri muito bem.Eu me afasto e o olho pela primeira vez. Ele está lindo, seu corpo inteiro irradia luz, até suas roupas são
Emma Quinn / Luna Leonel— Acho que ali no canto tem uma serra para nos livrar.Levanto-me rapidamente e aceno para ele. Com pouca iluminação, não dá para enxergar muita coisa, mas vou procurando algo para quebrar as correntes.Ouvimos um barulho.— Emma, se esconde! — Alessandro sussurra.— Será que ele já acordou? O chefe não vai brigar se eu der uma olhada. Fiquem aí!Me escondo atrás de um tanque enorme; o cheiro dali me incomoda demais. Observo um dos homens entrar no local e rapidamente vejo um pedaço de pau ao lado. Isso vai servir. Pego-o enquanto ouço os palavrões.— Como essa vadia escapou?! — Ele exclama, olhando para Alessandro, que dá de ombros.— Estou amarrado, não sei de nada.Aproveito que ele está distraído e me aproximo.— Ora, seu filho da puta! Eu vou achar aquela vagabunda! — Ele puxa o rádio para comunicar aos seus parceiros que estou solta, e aproveito para dar uma paulada na cabeça dele.O homem cambaleia para o lado e geme de dor. Continuo segurando o pedaço