Capítulo 3

| Closer - Nine Inch Nails |

Jeong Park

Estamos distante da casa do homem para que ninguém nos perceba vigiando, eu sabia que não demoraria para encontrarem a família do chorão, observo com um binóculo a policial linda e irritante fechar a porta do carro do FBI. Não sei porque sempre tenho a sensação de que ela me lembra alguém, porém não consigo saber quem é.

Olho para a vestimenta dela de trabalho, totalmente diferente das roupas sensuais que ela usa para ir à boate na sexta-feira.

Na primeira vez que a vi na boate, foi engraçado, o destino estava zombando sem piedade da minha cara. Afinal ela era uma agente encarregada de prender as organizações criminosas — principalmente a nossa — e estava ali bem na minha frente, completamente soltinha, super diferente da chata de farda.

Desde então, todas as sextas nos encontrávamos lá, e não podia deixar de a admirar — por mais que ela fosse minha inimiga no momento —, eu sou homem, um que amava e sabia apreciar uma mulher bonita, simplesmente não podia deixar de reparar naquela.

Se fosse em outras circunstâncias e se caso ela não fosse policial, eu até tentaria jogar um charme.

— Estou falando com você, Jeon.

— Hm? Desculpe, me distraí, diga!

— Eu percebi — Erick dá um sorriso — por que não a convida para sair?

— Está querendo me ver morto?

O homem dá uma risada.

— Não, mas sinto uma tensão entre vocês, não é de hoje. Você não namora faz tempo.

— Sim, tem razão, eu não namoro faz muito tempo, entretanto aquela mulher é uma policial, isso me impede de flertar, sinal vermelho forte meu amigo.

— Vocês dois já flertam o tempo inteiro naquela boate, só um idiota não percebe a troca de olhares, se vocês pudessem se atacavam ali mesmo — Erick rir e acrescenta —, olha que nem falaram um com o outro, ainda.

— Eu não quero arrumar confusão, e aquela ali... — aponto para a mulher que está dando dor de cabeça —, é uma baita confusão.

— Está bem. — Erick levanta as mãos em sinal de rendição. — Não tem muito o que fazer, só esperar a mulher ser liberada e os tiramos daqui.

— Sim, vamos embora.

|...|

Sexta finalmente chegou e enfim posso ter meu descanso, como sempre eu e meus amigos — todos membros da máfia — fomos à boate, no meu caso, estou retornando depois de duas semanas e, no fundo, percebo que havia passado a semana ansiando por aquilo, mesmo não admitindo em voz alta.

O lugar é simplesmente luxuoso e confortável, a melhor boate da cidade, as luzes vermelhas, roxas e azuis brincavam no lugar mudando suas cores a todo momento, as mesas com os sofás confortáveis para sentar ficavam sempre nas laterais do lugar para uma melhor circulação. O piso do chão é espelhado, assim como o teto.

A pista de dança é um pouco mais no centro, está começando a ficar lotada.

Estamos na nossa mesa, levo as mãos na nuca e lambo meus lábios. Me desligo da conversa observando ao redor; a boate está cheia, muito mais do que o normal, inclusive o segundo andar que é mais exclusivo.

— Então conseguiram terminar? — questiona Pedro.

— Sim, colocamos todo mundo no avião. — Erick faz o favor de responder —, já devem estar chegando a nova casa nessa hora.

— Deu tudo certo, isso merece uma comemoração — Felipe sorri —, vou buscar algumas cervejas.

Eu não quero cerveja, preciso de algo mais forte e doce. A tensão nos meus ombros está me matando.

— Sua musa chegou — provoca Erick sussurrando no meu ouvido.

Automaticamente viro o rosto, observo a mulher entrando no lugar, discretamente — ou nem tanto, nunca sou discreto — percorro os olhos pelo corpo dela, sinto um formigamento estranho atingir minha barriga. Finalmente ela não está com aquela farda horrorosa. E sim, com uma roupa completamente sexy — os cabelos escuros estão soltos indo até abaixo do ombro, o vestido vermelho colado ao corpo, realça todas as curvas deliciosas que ela aparenta ter, e quando a mulher passa pela minha mesa sem olhar para nós, meus olhos vão direto para o seu belo de traseiro gostoso e arredondado, noto que nos seus pés está um belo par de saltos.

Aquilo me incomoda — principalmente entre minhas pernas —, tento controlar minha animação, eu não sou mais um adolescente na puberdade.

Que coisa!

— Preciso encher a cara — desabafo passando a mão pelo cabelo e tirando alguns fios dos olhos — Vou buscar uma bebida mais forte que cerveja, vocês querem?

— Daqui a pouco, estou reparando na gatinha ali. — diz Pedro olhando para a mulher.

— Eu já estou indo daqui a pouco ou minha mulher vai me mata — outro comenta comenta.

— Não tenho dúvidas. — Erick sorri. — Pede lá uma para mim também.

Vou até um espaço vazio no bar, não curto multidão, muito menos que as pessoas encostem em mim. Apoio meu antebraço no balcão e espero um garçom. Todos estão ocupados, até que aquela mulher vem na minha direção.

Engulo em seco e fico nervoso, não estou esperando por isso.

A observo terminar de colocar o avental preto dos garçons e pegar o bloco de notas, quando chega mais perto o perfume dela preenche minhas narinas, fico excitado. Ignoro as reações corporais do meu corpo, concentro-me no objetivo que é: pedir uma bebida e sair dali o mais rápido possível.

— Olá, senhor, vai querer tomar o quê? — a sua voz era calma, porém tinha personalidade.

Olhando a de perto reparo nos olhos escuros, suavemente eles apresentam um brilho de irritação, deixo meus olhos caírem para a sua boca carnuda. E novamente, sinto o desconforto entre minhas pernas.

Não flerte, não flerte, não flerte!

Alerta vermelho! Alerta vermelho! Perigo extremo!

Minha mente grita para eu sair correndo e nunca mais voltar ali.

A policial me observa com mais atenção, e novamente olho para sua boca tentadora.

Mas… Que se foda! Não consigo resistir.

Aproximo-me mais do balcão lambendo meus lábios, ela acompanha o ritmo da minha língua, creio que a afeto também.

— Quero algo gostoso igual a sexo: quente, forte e ardente.

Ela para de escrever e me olha profundamente, então retribui o sorriso.

— Acredito que eu mesmo consigo preparar isso, senhor.

— Hum… vejo que vai sair mais delicioso ainda — inclino meu corpo um pouco mais no balcão.

Nossos olhares se encontram, meu corpo esquenta ainda mais. Ela quebra a conexão que surge e vai preparar a bebida.

Por um minuto a minha sanidade volta e penso em fugir de novo, entretanto observo a policial preparar a bebida no outro balcão de costas para mim, por algum motivo não consigo ir embora.

Quero ficar!

Uma bebida aqui não vai fazer mal nenhum.

Pelo menos eu acredito que não.

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