Nada, nem ninguém vai me dizer que família é uma coisa para ser respeitada e entendida.
Eu tentei deixar as coisas serem normais, ou não levar a sério, mas ver minha mãe de novo não da. Estávamos longe, distantes e ela se esforçou para construir uma imagem boazinha, me fazendo esquecer o caos que era quando ela e meu pai estavam juntos, brigas constantes, acusações, quando comecei a terapia piorou, para mamãe, era tudo drama infantil.
Até hoje, cada coisa que faço é puro drama infantil. Por isso que agora, no começo dessa perseguição optei por não entrar em contato com minha mãe, não queria que ela voltasse, queria que as coisas deveriam ter acabado onde começaram... É a única coisa que consigo pensar enquanto estou parada nos pés da escada. Mamãe está no quarto, fazendo qualquer coi
Estamos todos reunidos na sala de casa, painho já me deu uma bronca enorme, mainha foi extremamente sentimental, Lav escutou tudo atentamente. As coisas que Rafaela disse aos meus pais ficaram impregnadas em suas mentes, eu estava sendo levada para o mal caminho por vários desviados, repetiram várias vezes que eu era apenas uma pobre e indefesa garota, escutei cada frase sem abrir a boca e não tive como me defender, ninguém me deu a palavra em momento nenhum, mesmo que eu não tenha dormido, porque toda a vez que fecho meus olhos o acidente de Clara vem na minha mente, mesmo que esteja a um passo de gritar com todos eles não conseguem, respiro fundo pedindo paciência a Deus.Estou proibida de sair de casa para o meu próprio bem, isso não quer dizer que as tragédias não vão continuar a acontecer. Painho da uma batidinha no braço do sofá e se levanta, mainha faz o mesmo em seguida, Lav me encara, ainda não sei de que lado exato ela está.— Então... Nem conversamos direito
É impossível descrever a dor que estou sentindo. Me levanto da cama e desvio de quem está dormindo no chão do meu quarto, abro a porta e começo a andar, acabo no banheiro me encarando no espelho, arrancaram um pedaço de mim, me pisaram destruíram e largaram no meio do mar a deriva. Começo a chorar e me agacho no chão, noto o barulho de passos e logo Alexandre está me abraçando, me arrastando para sentar no chão com ele, nós dois choramos, agradeço ao fato dele não tentar dizer nada, não falar uma palavra. Não quis encarar Emanuel e Ísis hoje, nem pretendo por tão cedo, sei que eles não têm nada com isso, mas não quero olhar para eles, para encarar que, entre nós quatro, fui o escolhido para sofrer. Sei que quando amanhã começar os pais de Luciana vão estar programando um enterro, que não vou ter quem eu preciso, ninguém vai responder minhas mensagens ou meus eu te amo, não vai ter ninguém nunca mais, e nem ao menos um pedido de namoro descente foi feito. Um c
Movo minhas mãos tocando o rosto de Ísis, ela geme baixinho e aperta as pernas em volta do meu corpo, aumento a velocidade, ela se controla para não aumentar o volume do gemido, quando terminamos ficamos deitados um pouco na minha cama, nós encarando, perdidamente apaixonados.Ísis desliza as mãos pelo meu cabelo e enrola um cacho com o dedo, ela parece diferente. Faz dois dias do enterro de Luciana, foi horrível, os pais dela estavam a ponto surtar e tudo virou um caos quando Miguel, Ísis, Emanuel e Janaína chegaram juntos, o pai de Luciana acusou todos eles, principalmente Miguel, falando sobre um vídeo ou algo do tipo, mas quando perceberam que o bate boca não ia trazer Luciana de volta, os dois se abraçaram e choraram juntos. Ísis não quer me contar o motivo de porque ela chegou junto dos outros, apenas me disse que estavam perto de quem era o culpado. Me levanto e a arrasto
Estou roendo às unhas, foi o primeiro ataque sem aviso nenhum, nem mesmo uma carta específica ou e-mail. Estou sentado na sala de espera do hospital particular da cidade, esperando que Ísis volte do banheiro, ela ainda não pode ver Luís, não porque os médicos não deixam, o irmão de Luís não a deixa entrar de jeito nenhum, até mesmo a mãe dele concorda com isso.Ela volta e senta ao meu lado, pouco tempo depois coloca a cabeça no meu ombro, acho que já virou costume, fizemos um acordo no dia do enterro de Luciana, nós quarto não devemos sair sozinho, para não dar chance ao assassino nos pegar, além de que, se for um de nós, não vai poder agir, outra medida foi sempre avisar, tínhamos a obrigação de m****r uma foto de onde estávamos, nossos passos iam ser conhecidos e controlados, eu descobri, mexendo nas coisas de minha mãe, que o motorista que atropelou Clara foi drogado, o cara disse no depoimento que alguém pedindo informação avançou em cima dele com uma seringa, foi rápido
Quem pode ser? A última coisa que queria hoje era um novo morto, não tenho ânimo de me levantar do chão. Agora que Pedro contou sobre o fato dele receber para ser um chato, as coisas parecem fazer mais sentido, talvez todo esse tempo eu estivesse vivendo em um mundo paralelo, onde ninguém é de verdade. Minha conversa com Luís foi complicada, nenhum de nós quer fingir um término, mas é o melhor, vamos ficar sem nos falar ou tocar, não vamos nos ver, mas estarei pronta para se qualquer coisa acontecer.Jogo o caderno para cima de Pedro e começo a pensar em tudo, meu estômago embrulha, mesmo que não tenha nada, não sei que horas são, estou acordada a um dia...— Precisamos ir ver o Miguel. — Me levanto rápido, Emanuel me segura enquanto minha visão escurece e logo volta - Não podemos deixar ele sozinho.— Porquê?
Não dá para acreditar que Ísis mandou alguém para a morte, mas bateu em Valéria, agora saiu correndo daqui, tento não me deixar levar pelo momento. Estou sentada no sofá com Miguel, a mãe dele foi ajudar Valéria com o nariz machucado, estamos os dois muito impressionados, com o caos que se tornou, ficamos por muito tempo em silêncio, até que Miguel não aguentou mais.— Não temos segredos, não é? — Miguel se vira para mim — Somos a porcaria do Clube dos Sem Segredos! Quem além de poderíamos ter dado esse nome, escolhido tudo isso, armado tantos planos, tinha que estar ao nosso lado o tempo todo, no mínimo ela atacou o Luís por não querer ajudar.— Estou preocupada com o Emanuel. Ele está convencido de que são amigos ou coisa do tipo, andam juntos, a Ísis o levou para o hospital quando foi
Mais uma morte e nada novo. Valéria não trouxe nenhuma informação que ajudasse, apenas coisas caóticas e a confirmação que ela tinha informações privilegiadas. Quando me contou que Ísis tinha visto Luci morrer, eu quis surtar, mas agora deitado na cama me pergunto como ela sabia disso, agora três dias depois que Rafael morreu e Ísis recebeu alta do hospital, as coisas estão mais tranquilas.Liguei para o meus amigos, mas nenhum deles pode vir aqui. Mateus e Fani estão presos em casa, e Alexandre está de olho em Ísis, mesmo que ela esteja levanto somente para ir ao banheiro, o que o preocupava era a mãe dela, Emanuel está com o celular vigiado, aparece poucas vezes, já Janaína está quase sempre online, mas ignora minhas mensagens. Meu pai bate na porta do quarto e entra, me encarando, ele chegou ontem a noite e pretende ficar uma sem
Minha cabeça borbulha enquanto estou sentado no chão rodeado por meus colegas de escola. Nem todos estão aqui, só os que os pais foram idiotas o suficiente para cair na mentira que inventamos e os cinco, que foram arrancados de casa sem explicação e agora estão amarrados em uma sala.Olho em volta, Bruno está sendo ao meu lado e Natan do outro lado da sala, Rafaela está em pé andando de um lado para o outro, ela, Mateus e André lideram esse caos, usando o medo de morrer, nos juntaram, somos apenas adolescentes e tudo é uma merda.— Ela já deve estar acordando. — André comentou — Já teríamos acabado com isso se você não tivesse batido nela. — Apontou o dedo para Antônio— O que queria que eu fizesse? Era a Ísis!— Uma garota com a perna machucada. — Alexandre se intrometeuAlexandre estava inquieto, andava para todos os lados e conversa com Mateus sempre que possível, estava arrependido, podia ter certeza em seu olhar preocupado. Ele chegou aqui arrastan