Mais uma morte e nada novo. Valéria não trouxe nenhuma informação que ajudasse, apenas coisas caóticas e a confirmação que ela tinha informações privilegiadas. Quando me contou que Ísis tinha visto Luci morrer, eu quis surtar, mas agora deitado na cama me pergunto como ela sabia disso, agora três dias depois que Rafael morreu e Ísis recebeu alta do hospital, as coisas estão mais tranquilas.
Liguei para o meus amigos, mas nenhum deles pode vir aqui. Mateus e Fani estão presos em casa, e Alexandre está de olho em Ísis, mesmo que ela esteja levanto somente para ir ao banheiro, o que o preocupava era a mãe dela, Emanuel está com o celular vigiado, aparece poucas vezes, já Janaína está quase sempre online, mas ignora minhas mensagens. Meu pai bate na porta do quarto e entra, me encarando, ele chegou ontem a noite e pretende ficar uma sem
Minha cabeça borbulha enquanto estou sentado no chão rodeado por meus colegas de escola. Nem todos estão aqui, só os que os pais foram idiotas o suficiente para cair na mentira que inventamos e os cinco, que foram arrancados de casa sem explicação e agora estão amarrados em uma sala.Olho em volta, Bruno está sendo ao meu lado e Natan do outro lado da sala, Rafaela está em pé andando de um lado para o outro, ela, Mateus e André lideram esse caos, usando o medo de morrer, nos juntaram, somos apenas adolescentes e tudo é uma merda.— Ela já deve estar acordando. — André comentou — Já teríamos acabado com isso se você não tivesse batido nela. — Apontou o dedo para Antônio— O que queria que eu fizesse? Era a Ísis!— Uma garota com a perna machucada. — Alexandre se intrometeuAlexandre estava inquieto, andava para todos os lados e conversa com Mateus sempre que possível, estava arrependido, podia ter certeza em seu olhar preocupado. Ele chegou aqui arrastan
Quero sair correndo e bater em todo mundo, mas minhas mãos estão amarradas e estou praticamente anestesiado, não é possível que meus amigos tenham me sequestrado logo após a morte do Rafa.Me enganaram falando que era para ser uma homenagem, me disseram que íamos chorar a morte do meu melhor amigo. Minha mãe não estava me deixando sair, nem conseguia usar o celular direito, ela tinha se fechado completamente depois da morte do Rafa, seu escritório que já ficava trancado ganhou uma nova tranca, os policiais que me interrogaram pareciam ter medo dela, então o máximo que acontecia era Valéria aparecer lá em casa. Meus amigos estavam de luto, quase não nos falamos, até o momento em que entraram em contato falando da homenagem, não tive como duvidar que a intenção era boa.Mal consegui acreditar quando entrei na escola e me agarraram, me amarrando e levando para a sala, escutei a voz de Miguel gritando e tentamos nos libertar, depois a voz de Janaína e então Valéria, gritam
Minha perna está ardendo, meu corpo mole, minha cabeça pesa, mas ainda consigo pensar com clareza, Júlia me encara e está quase tirando sangue das unhas de tanto roer, quero fazê-la parar, mas sei que o medo nos consome, Pedro ainda está parado em pé, quase como uma estátua, não tem mais gritos ou barulhos altos, escutamos algo que parecia com coisas caindo, mas foi distante e já parou.— Quantos estão aqui? — Perguntei— Dezessete contando com eu e o Pedro.— Pensar em quem é o assassino não vai nos ajudar a resolver agora. — Pedro falou— Temos que analisar as possibilidades… Nos dois sabemos que e uma pessoa alta.— Tamires, Bruno, Luan, Antônio e o Mateus... — Júlia foi rápida — A Fernanda também.— Já reduzimos incrivelmente o número, não devemos confiar em ninguém, principalmente neles. Tem mais alguma característica que possamos usar?— Tenho quase certeza que é um homem.— Eu também, mas não quero ser surpreendida.
Finalmente tinha parado de chorar, as meninas haviam me soltado e estávamos todas sentadas em círculo. Cris, Tamires, Paula e Fernanda tentam me tranquilizar sobre tudo que está acontecendo, estão tentando fazer tudo parecer um bate-papo, mas elas não entendem que não quero falar de assuntos banais ou fofocas sobre essa noite, quero ir para minha casa ter uma conversa seria com Lavínia e depois cortar qualquer laço de amizade com Rafaela.— A Valéria vai falar para o Bruno toda a verdade, não duvido que ele já saiba e só esteja esperando que ela deixe. — Comentou Paula— Você acha que ela vai ser presa quando pegam o assassino? — Cris questionou— O pai dela é bem influente...— Da para pararem de fingir que não sequestraram cinco pessoas. — Disse cruzando os braços — Só vamos acabar com isso
Tudo é um borrão ridículo, consigo me lembrar perfeitamente da minha briga com Mateus, de como ficamos todos esperando a polícia, mas depois disso só lembro que estava deitado em uma maca no hospital. Fui sequestrado da casa de Ísis, depois me separaram do pessoal, na minha sala estava Fani e Alexandre, eles tentavam falar várias coisas tentando justificar a ação horrível que estavam fazendo, mas quando Mateus entrou na sala, praticamente pirei, começamos a nos xingar e gritar, mas quando alguém forçou a porta e a abriu por uma fresta rápida, conseguimos ver a máscara do Fim, Alexandre e Mateus seguram a porta, mas ele não forçou uma entrada, pouco tempo depois escutamos as vozes alteradas do andar de baixo. Alexandre estava perturbado, me pedia desculpa a cada duas palavras, Mateus começou a falar varias coisas como se fosse algum tipo de deus, Fani era a única que estava em plena consciência e então me soltou da cadeira. Gritamos ainda mais uns com os outros, até q
O sol nasceu, não consegui dormir, apenas fiquei da janela o observando nascer, estou trancado no quarto, sem nenhuma comunicação com o mundo externo e ainda por cima meu pai está com a chave do quarto.Não sei o que está acontecendo, a polícia já falou comigo e, já disse tudo para eles, desde o começo. Contei sobre como recebi uma caixa misteriosa que dava a entender que os quatro eram culpados e depois como Rafaela e André também estavam com uma igual, depois dessas informações vieram as sugestões, deveríamos cuidar deles, por que não na escola, onde tudo tinha se dado início. O nosso amigo secreto começou a arcar com tudo, com o jeito em conseguirmos entrar já escola, no carro para levarmos a Ísis, e até mesmo o jeito de convencer a todos que aquilo era a única possibilidade de salvar o dia.Nunca achei que era o ele, o Fim, fui burro e inconsequente, apenas larguei meu melhor amigo de mão por medo de ser morto, ainda convenci Alexandre e Fani a se juntar a isso tud
Bom, estou apenas tentando fingir que tudo é normal. Meu pai largou o trabalho e está voltando para nossa cidade, mamãe está trabalhando desde que soube onde estávamos, mal a vi, a única pessoa que tive contato o dia todo foi minha tia, que está de cara fechada na sala mexendo no celular. Passo pela cozinha e pego um copo de água pela quarta vez, enquanto tento pensar em um jeito de pedir meu celular ou tentar ver TV. — O que quer? — Ela fala da sala — Só vim pegar água. — Sei. — Minha tia vem até a cozinha, ela se parece muito com mamãe, mas usa o cabelo crespo e roupas mais leves — O que quer? — Meu celular. — Sua mãe levou, para o que, não me contou. — Vi ela guardando meu celular noescritório dela. — Minha tia revira os olhos — Meus outros meios de comunicação estão cortados também?— Sim.— Só quero saber algo do pessoal… Por favor.— Sua mãe não pode nem sonhar que deixei você tocar nele, ok? — Concordo
Tudo parece em câmera lenta quando abro os olhos e encaro o teto branco, rolo a cabeça para o lado um pouco, minha boca está seca e parece anestesiada, na verdade, meu corpo todo está completamente travado. Aos poucos me dou conta de tudo, o quarto estranho, a maca, o cheiro de remédio, estou no hospital, quanto tempo se passou desde que saí da escola?Escuto passos, então vejo meu pai se aproximar e passar a mão na minha cabeça, ele sorri para mim e sorriu de volta.— Pai. Cadê todo mundo? — Pergunto meio grogue, sem saber que palavras usar exatamente— Em casa.— E o Natan? A Júlia...— Shhh. — Ele sorri triste — Não é hora de pensar nisso— Mas pai, a quanto tempo estou aqui? Preciso saber de todo mundo...— Não, Ísis. Vamos cuidar de você, só sde você